Capítulo 38: Conflitos

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Rio abriu seu e-mail ansioso para ver se seus pais tinham mandado algo e a resposta era positiva. Aproveitou para ler enquanto Tóquio estava no banho pois pelo que sua irmã disse eles não teriam algo bom para falar a respeito ele achava chato ler isso na frente dela.

"Querido filho

Sua irmã nos disse que você falou com ela através da webcam, gostaríamos de vê-lo também.

Nunca vamos entender porque você escolheu esse caminho para sua vida e não concordamos, porém você ainda é nosso filho e sempre irá ser.

Entendemos que você não pode nos dizer onde está, mas por favor não nos deixe mais tanto tempo sem notícias.

Assim que possível entre em contato novamente pelo computador de sua irmã, queremos falar com você cara a cara ao invés de ficar digitando um e-mail impessoal.

Amamos você. Papai e mamãe."

Estranho não terem citado Silene pois ele tinha certeza que sua mãe teria algo a dizer. Como ainda era cedo e no dia seguinte eles teriam que ceder o quarto, o que dificultaria uma conversa mais íntima, ele resolveu acessar o computador de Ângela novamente.

- Olá de novo. – disse ela com um ar entediado. – Para quem ficou dois meses sem dar as caras de repente você está aparecendo demais. – debochou.

- Chame o pai e a mãe. Eles não querem falar por e-mail. Ainda são apenas dez horas, estão acordados não estão? – disse de forma clara e direta.

- Está bem. – ela se levantou e abriu a porta do quarto gritando: - Mãe! Pai! Aníbal apareceu! – voltou a se sentar e em poucos minutos seus pais estavam um de cada lado de Ângela olhando a tela do computador.

- Olá querido! – exclamou sua mãe emocionada. – E essa barba e cabelo? Está com cara de bandido. – criticou seu pai.

- Ué, mas ele é. – brincou Ângela e recebeu olhares de reprovação. – Eu acho que você ficou um gato. Parece mais velho. – continuou.

- Obrigado maninha. – sorriu satisfeito. – Mas então, o que vocês tem para me dizer? – questionou.

- Primeiro de tudo: porque não nos deu notícias?! – reclamou seu pai.

- Imaginei que não quisessem saber de mim depois que recusei o acordo da polícia. – Baixou a cabeça envergonhado.

- É claro que ficamos decepcionados, mas você ainda é nosso filho. Sempre vai ser. – Pela primeira vez desde o início daquela conversa, o tom de seu pai era amoroso.

- Fico feliz que pensem assim. Eu nunca quis magoar vocês, mas era a oportunidade de uma vida. Posso quitar todas as dívidas de vocês, quitar a faculdade da Ângela e ainda vai sobrar muito dinheiro.

- Não queremos esse dinheiro sujo. – ele negou. - Criamos você com dinheiro honesto e vamos continuar fazendo isso com sua irmã.

- Mas pai, esse dinheiro não existia, não roubamos de ninguém. – Deu de ombros.

- Se isso faz você dormir melhor a noite... – ele cruzou os braços.

- Bem, se eles não querem, eu quero. Você sabe o número da minha conta. – Ângela riu. – Vocês queriam falar com ele para criticar ou matar as saudades afinal de contas? – criticou os pais.

- Ângela tem razão. Não se preocupe conosco, meu filho. Não precisamos de nada. Como você está? Está se alimentando bem? Parece mais magrinho. – concordou a mãe.

FANFIC - Bella Ciao (La casa de papel Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora