Capítulo 75:Bella Ciao Professor

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Capítulo 75 – Bella Ciao Professor

Palawan – Filipinas

Depois de muitos fusos horários finalmente não havia mais como adiar: era a vez do Professor abandonar o avião. Aquele foi o abraço mais demorado e mais triste e nem mesmo Tóquio conseguiu segurar a emoção ao vê-lo partir.

- Isso não é um adeus, é um até breve – garantiu ele tocando a bochecha de Tóquio. – E se comportem – disse dando aquele sorriso pacifico que costumava ter.

- Foi tudo tão rápido – queixou-se Nairóbi, afinal haviam passado apenas três horas desde que haviam se despedido de Mônica e Denver.

- Sabíamos que esse dia chegaria desde o começo – afirmou o Professor tentando acalma-la.

- Mas chegou muito rápido – comentou Rio tentando manter o sorriso no rosto, embora também fosse sentir a partida do Professor. Com ele havia aprendido muito mais que como assaltar a Casa da Moeda da Espanha.

- Não se preocupem, nos vemos no próximo aniversário, certo? – disse ele tentando demonstrar animação mas a verdade é que sentiria falta de seus pupilos especialmente porque nem sequer haveria Raquel para consola-lo. Não tão cedo ao menos.

Assim que as portas do avião se fecharam e Nairóbi trancou-se no cockpit novamente, Javier olhou profundamente para ela e disse de forma carinhosa:

- Eu não vou ficar com ciúmes se você chorar, está bem?

- Não tenho tempo para isso agora. Quando todos estiverem seguros eu libero minhas emoções – garantiu, respirando profundamente para engolir o choro que insistia em querer sair.

- Você não precisa ser sempre tão forte – sussurrou, tocando a mão dela.

- O problema é que me acostumei a ser assim. Devolveu um sorriso triste e começou a decolagem do avião enquanto do lado dos passageiros, Rio e Tóquio apertavam os cintos no sofá de dois lugares sentindo a solidão que invadia o lugar.

- No que você está pensando? – perguntou ele ao ver que ela tinha o olhar perdido pela sala cheia de poltronas vazias antes ocupadas pelos amigos com nomes de cidades.

- Estou pensando que em breve vai ser só eu e você, como estamos agora aqui. Só que para sempre. Não vai enjoar de mim?

- É estranho esse silêncio depois de um ano convivendo com meia dúzia de pessoas vinte e quatro horas por dia, não é? – comentou sem responder a pergunta dela.

- Muito. Acredita que estou sentindo falta até daquela risada irritante do Ricardo? – disse com ar pensativo.

- Acredito. Eu também. – confessou rindo. Fez uma pausa antes de prosseguir então puxou o rosto dela, para que ela o olhasse. – Mas respondendo a sua pergunta: impossível enjoar de você. – Beijou suavemente seus lábios.

- Você fala isso agora, mas vamos ver depois de um ano, dois, três... – Suspirou.

- Não seja boba. Até porque não vai ser sempre só nós dois, podemos ter uns filhos... – Deu de ombros.

- "Uns"? Nem falamos sobre o primeiro e você já acrescentou um segundo na conversa? – perguntou, sentindo um frio na barriga. Maternidade nunca esteve nos seus planos, já que sua vida nunca permitiu esse tipo de pensamento.

- É, eu sempre pensei em ter um casal de filhos. Um menino e uma menina. O menino primeiro, para cuidar dela – explicou.

- Quem disse que meninas precisam ser cuidadas? – Ela ergueu uma sobrancelha claramente julgando o comentário dele.

- Não foi isso que eu quis dizer – defendeu-se rapidamente. – Se puxar a mãe ela vai saber se defender muito bem sozinha – afirmou fazendo-a deitar em seu ombro.

- Exatamente – concordou Tóquio satisfeita.

- O que não quer dizer que ela não gostaria de um cuidado extra, não é?

O modo como ele a olhou a fez entender que não era da filha hipotética que ele falava e uma súbita calma preencheu seu coração agitado naquele momento. Talvez ele estivesse certo. Talvez funcionasse. Talvez eles conseguissem construir um lar diferente daquele no qual ela cresceu. E talvez por isso ela poderia considerar filhos em um futuro distante.

 E talvez por isso ela poderia considerar filhos em um futuro distante

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