Cicatrizes de Ouro (Grátis até final de dezembro 2022)

Faça-me pecar

Christopher Goldschmied

Quando chegamos em casa, meu pai estava no salão principal com uma Madeleine bastante preocupada.

Ela estava louca pensando no que poderia ter acontecido com a filha dela que apenas tinha saído para dar uma volta no bairro...

Quando eles olharam em nossa direção parece que uma tonelada havia sido retirada das costas da minha madrasta.

Ela correu para os braços de Angelique e elas se abraçaram fortemente.

As duas começaram a conversar em francês e eu apenas me afastei para ir até o meu pai que assistia a cena se sentindo aliviado também.

— Por que o senhor não disse que elas viriam hoje? — Perguntei com as sobrancelhas unidas em reprovação.

— Não gostou da surpresa, Christopher? — Ele perguntou com sarcasmo e afastou-se para ir até a sua nova família.

Ele sempre pensa que eu não mereço alguma explicação por ser apenas o filho, mas a casa também é minha e sou eu que irei dividir ela mais uma vez com uma desconhecida que ele acha que ama.

Cruzei os meus braços e assisti o meu pai abraçar Angelique... Ela deslizou as suas mãos pelas costas dele até a nuca e ele cheirou o pescoço e cabelo dela. Eu franzi o cenho para a cena, achando estranho esse comportamento.

Depois meu pai a analisou por inteiro para ter certeza de que nada de ruim aconteceu.

— Por que você tem sangue em seu vestido? — Ele perguntou e Angelique lançou um olhar para mim antes de responder...

— Eu caí.

— Angelique! — Madeleine tampou a boca com uma mão, preocupada.

— Não foi nada demais... Só um arranhão.

— Cuidado, filha, eu disse que andar por aí de bicicleta era perigoso! Você não está mais no seu bairro tranquilo de Paris — Meu pai disse e depois olhou para mim, chamando-me com um gesto de posse, como se eu fosse um cachorro — Christopher, quero que você conheça a sua madrasta e a sua nova irmã.

Suspirei, forcei um sorriso e andei até eles.

— Oh, ele é maravilhoso! — Madeleine me elogiou e segurou o meu rosto, depois beijou as minhas bochechas.

Angelique não se parece muito com a mãe dela fisicamente, o que me leva a crer que ela puxou o pai.

— Ele não é um encanto, Angelique?

— É... — Angelique respondeu sorrindo para mim.

— Espero que vocês duas se sintam em casa — Eu falei educadamente — Até porque agora ela é de vocês também.

— Bart... eu adorei ele! — Madeleine parece muito teatral, mas parece ser apenas seu jeito de ser, não parece falso ou algo assim.

— Obrigado, Madeleine. Parece que o meu pai me criou muito bem sozinho... — Falei e olhei com inocência para o meu pai que parece desconfiado do meu bom comportamento — Eu não sei se você sabe, mas eu nunca tive uma mãe realmente... — Eu contei e pousei a minha cabeça no peito da minha madrasta, forçando uma intimidade estranha que meu pai tem com Angelique. Ela pareceu ficar sensibilizada com o que eu disse então fez carinho em mim, mas o meu pai logo me afastou de sua noiva e olhou para mim com repreensão.

— Agora que você já as conheceu você pode ir tomar um banho e se arrumar para o jantar.

— É algo especial? — Perguntei.