Sem Lágrimas

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Christopher Goldschmied

Eu me movi na cama com preguiça e deslizei a minha mão pelo colchão ao meu lado, procurando por Angelique, e quando não senti a sua presença eu abri os meus olhos.

Respirei fundo e senti que o travesseiro e os lençóis ainda tinham o cheiro dela...

Levantei-me da cama e entrei entrei no meu banheiro, vendo que ela não está aqui. Então eu aproveitei para usar e escovar os dentes.

Me chateava um pouco que ela tenha saído da cama e não estava no meu quarto. Eu queria ter acordado e ter visto ela ao meu lado, para ter certeza de que aquilo realmente aconteceu.

Eu pensei que pudesse ter sido um sonho quando eu acordei e vi ela com a boca em meu pau.

Era bom demais para ser verdade, mas era.

Eu vesti uma cueca, uma calça de moletom e uma camisa qualquer para sair do quarto...

Fui diretamente para o quarto dela, mas abri a porta e ela não estava ali também. Entrei no mesmo e chamei por ela, batendo na porta do banheiro, mas a porta estava só encostada, ela se abriu e eu vi que ele não estava ali também.

Olhei em volta e cruzei os meus braços. Eu tenho a impressão que está faltando algo...

É seu diário que não está no criado-mudo e os ursos de pelúcia que não estão em cima da cama.

Mas não pensei que pudesse ter algo por trás disso, talvez ela esteja lá fora escrevendo e as pelúcias estão sendo lavadas, ou ela apenas decidiu que já estaca velha demais para essas coisas e as tirou dali.

Saí do quarto e desci as escadas. Passei pelas salas e não vi ninguém, também não tinha visto o meu pai e a Madeleine lá em cima, então eu fui para o jardim, na área de lazer... Não há ninguém em casa além de alguns empregados.

Não acredito que saíram sem mim...

Olhei em meu relógio de pulso e vi que era a hora do almoço, talvez não me chamaram para ir comer fora porque eu estava dormindo.

Entrei em casa e Bristol estava em pé no meio da sala como uma assombração.

— O seu almoço está pronto, sr. Christopher — Ele informou com muita formalidade como sempre.

— Onde está todo mundo? — Perguntei ao ver apenas um prato na mesa.

— Viajaram. O senhor não sabia? — Ele ficou tão confuso como eu.

Eu ri daquilo, mas eu nunca tinha ouvido uma coisa tão absurda em minha vida. Fiquei sério de repente e voltei a cruzar os meus braços.

— Como assim? Viajaram? Assim? Do nada? — Questionei com as minhas sobrancelhas franzidas em total confusão.

— Eles se foram antes de amanhecer — Ele me contou e eu fiquei completamente chocado.

— E pra onde foram? — Perguntei já sentindo um aperto no meu coração.

— Eu não sei, sr. Christopher — Ele deu de ombros mas logo voltou à sua postura com as mãos firmes em frente ao corpo.

Fiquei encarando o nada por um bom tempo, pensando... Isso não fazia sentido nenhum...

Subi para o meu quarto para pegar o meu celular e liguei para Angelique... Chamou e chamou e ninguém atendeu.

Voltei a ligar e fui para o corredor, eu estava caminhando pra lá e pra cá, angustiado com tudo isso.

Quando cheguei no meio do corredor eu ouvi o toque do celular dela.

Segui o barulho e entrei no quarto dela... e ali está o celular, pousado em cima da penteadeira. Ela não levou o celular? Mas que inferno?

Cicatrizes de Ouro (Grátis até final de dezembro 2022)Onde histórias criam vida. Descubra agora