Sangrenta

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Angelique Beaumont

Eu fiquei paralisada por um longo momento.

Vergonha fez o meu rosto queimar.

— Eu... Eu já estou me sentindo bem melhor, Christopher — Eu dei tapinhas nos ombros dele e sorri em agradecimento — A tontura já passou — Eu pressionei meus dedos na testa e suspirei, depois olhei para o Chester — Ele teve que me segurar e...

Tentei inventar alguma história mas tudo se perdeu assim que o Christopher começou a rir.

Eu o encarei sem acreditar...

— A gente estava dando uns amassos... — Ele falou para o Chester e depois se afastou um pouco de mim para encarar o meu colega — Até você chegar e atrapalhar tudo.

Eu cerrei os meus olhos para o meu meio-irmão e neguei com a minha cabeça.

Fechei os meus olhos, suspirando e lamentando que ele tenha dito isso com todas as letras.

— Chester — Eu disse o seu nome e o encarei com preocupação — Não vai contar isso para ninguém, né? Por favor?

— Eu só vim procurar você porque fiquei preocupado quando saiu sem dizer nada... Eu não tenho nada a ver com isso — Ele deu de ombros.

— Não precisa ficar preocupado, cara. Eu sei cuidar dela muito bem — Christopher disse e sorriu sarcasticamente.

— Cala a boca, Christopher! — Eu quase gritei.

Estou tentando amenizar a situação e ele não para de ser escroto.

Christopher olhou para mim e travou o maxilar, depois voltou a encarar o Chester.

— O que ainda está fazendo aqui? Quer participar ou o que? — Christopher ergueu os braços de forma questionadora.

— Essa é a minha casa, anormal! — Chester enfrentou — Se quiser fazer putaria com a sua irmãzinha então vai para a sua.

— Oh, essa é sua casa? Pensei que fosse um botequim — Christopher falou e eu levei a minha mão à minha boca aberta em choque.

Agora ele foi longe demais...

— Me desculpe, Chester — Eu disse e saí dali o mais rápido possível.

— Angelique?! — Ouvi o Christopher chamar-me mas eu continuei caminhando para longe dele como se a minha vida dependesse disso.

Abracei os meus braços para tentar me proteger do frio e andei pelo passeio da rua em uma direção qualquer...

Sei que não vai demorar muito para que eu encontre um táxi por aqui.

— Enlouqueceu? — Christopher surgiu com o carro dele ao meu lado e diminuiu a velocidade para me acompanhar.

Eu não respondi.

— Pra onde você está indo? — Ele perguntou.

Ignorei e comecei a caminhar ainda mais rápido.

— Esperava o que? Que o seu namoradinho acreditasse naquela história mal contada? — Ouvi ele rir — Foi tão engraçado... Eu não consegui controlar o riso — Ele disse rindo.

Tentei manter a calma.

— Angelique, você é tão ingênua! O que você iria dizer depois? Que eu ia fazer respiração boca a boca?

Soltei uma respiração furiosa e comecei a dar passos firmes como se fosse perfurar o chão.

— Entra no carro — Ele acelerou um pouco apenas para estacionar mais à frente de mim.

Cicatrizes de Ouro (Grátis até final de dezembro 2022)Onde histórias criam vida. Descubra agora