Fantasmas

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Angelique Beaumont

  
Christopher aproximou-se de mim e deitou-se sobre o meu corpo. Ele sorriu ao analisar o meu rosto, eu obviamente estava adorando que ele tinha cedido aos meus encantos.

Eu sorri vitoriosa e ele percebeu isso, mas não se importou... pelo contrário, ele parecia estar adorando...

Ele mordeu o lábio inferior e enfiou a mão dele dentro da minha calcinha, procurando pelas cerejas que eu coloquei ali de forma que me tocasse o máximo possível, e eu não pude conter um gemido ao sentir os seus dedos em mim... Ele sabia muito bem como me tocar.

Depois ele pegou as cerejas e as comeu, arrancando-as dos talos com os dentes.

— O que achou? Não são as melhores que você já comeu na vida? — Eu questionei e deslizei as minhas mãos pelos braços dele.

Eu estava hipnotizada por ele e em como o sol fazia ele parecer ainda mais bonito. Os seus cabelos e seus os olhos se destacavam, quase como se ele fosse feito para ficar debaixo do sol, se queimando... A pele dele parecia ainda mais luminosa e convidativa.

Ao contrário da minha que parecia ficar apenas avermelhada.

— Não tenho dúvidas de que tenham sido as mais deliciosas cerejas que eu já comi — Ele disse e jogou os talos para qualquer canto — Quero mais... — A voz dele soou ainda mais profunda, fez-me arrepiar.

Quando ele começou a tirar a minha calcinha nós ouvimos um barulho de motor.

Ele parou imediatamente e ficou atento. E eu também.

O barulho começou a se aproximar de nós e então ele se levantou de cima de mim, depois caminhou até o limite do iate.

— Que porra é essa? — Ele disse olhando na direção do oceano.

Eu me cobri imediatamente com as duas partes da camisa que eu estava vestido e me levantei; depois eu fui até ele e olhei na mesma direção...

Aquele barulho vinha de um jetski com dois caras, um pilotando e o outro estava tirando fotos nossas com uma câmera profissional.

Christopher olhou para mim claramente chateado e tocou o meu braço gentilmente, me direcionando até a entrada da cabine.

— Vá lá pra dentro. São paparazzis.

— Não... — Eu não estava acreditando nisso.

— Pois é... Vá. Não quero eles tirando fotos suas assim.

— Eles já tiraram! — Eu suspirei irritada mas fiz o que ele pediu.

Antes de entrar eu ouvi o Christopher assobiar muito alto, chamando os paparazzis, e quando os caras olharam ele mostrou o dedo do meio.

Eu estava muito brava também, mas eu preferi não fazer nada, apenas entrei.

Logo depois Christopher apareceu e parecia irritadíssimo.

— Eles se foram por agora, mas acho que vão voltar... 

— O que faremos? — Eu perguntei e cruzei os meus braços.

— Não vamos deixar eles estragarem as nossas férias, ok? Apenas vamos evitar nudez do lado de fora porque eles podem aparecer à qualquer momento.

— Isso é muito chato — Eu falei e bufei — E a nossa privacidade?

Ele riu sem humor.

— Eu nunca soube o que é isso.

Eu respirei profundamente e depois assenti e abanei as minhas mãos como se não ligasse muito pra isso.

— Tudo bem — Suspirei e coloquei as minhas mãos na cintura — Nada de sexo ao ar livre — Falei com humor e fiz ele sorrir outra vez.

— Sinto muito — Ele disse ainda sorrindo mas depois ficou sério — Eu só me preocupo com a repercussão que isso vai dar fora dessa bolha em que estamos.

— O que você quer dizer?

— Eu estava noivo até ontem... Eles vão falar pra caralho. Eu não me importo com o que vão dizer sobre mim, eu me preocupo com você.

Christopher descansou os braços sobre o balcão e suspirou.

Eu fui até ele e dei um tapa em seu braço.

Ele me encarou sem entender nada.

— Se você não tivesse sido tão inconsequente em se noivar não diriam que eu sou uma destruidora de lares! — Eu estava pronta para dar outro tapa nele mas ele segurou o meu antebraço.

— Amor... — Ele parece muito calmo mas as suas sobrancelhas estão franzidas — Você não é uma destruidora de lares, porque você é meu lar. Ok? E se precisar eu vou dizer para todo mundo o que você é para mim, o quanto você é importante para mim. Foda-se o resto.

Eu abaixei a guarda depois do que ele disse e ele se aproximou para me abraçar.

— Não importa o que o mundo todo vai falar, o que importa é que nós e todos os nossos amigos sabemos a verdade... que eu amo você, apenas você, sempre você.

Eu ergui o meu olhar e olhei nos olhos dele.

Eu me sentia verdadeiramente amada.

— Eu também amo você, apenas você, sempre você — Eu disse e aproximei-me para beijar a boca dele.

— Sempre eu? Apenas eu? Você sempre amou somente à mim? — As suas questões estavam carregadas de incertezas.

Eu não o culpava por essa insegurança. Eu era a culpada. Eu coloquei essas dúvidas em seu coração porque eu era confusa demais e tinha problemas que eu não entendia antes.

Como eu poderia querer que ele não tivesse essas dúvidas sobre o meu amor por ele se até mesmo eu já havia duvidado disso em algum momento?

E agora? Como eu poderia provar à ele que nunca existiu alguém que tivesse todo o meu coração como ele tem?

Como eu poderia fazer ele esquecer o meu passado? Eu acho que ele nunca esquecerá.

Nunca esqueceremos.

— Meu Christopher, você é o meu sol, sem você eu não sou nada... — Eu toquei o rosto dele e o acariciei — Preciso de você para aquecer o meu mundo... Nada é mais importante que você. Eu amo você com todo o meu coração e eu sempre amei.

— Me desculpe por questionar o seu amor por mim... — Ele negou com a cabeça, sentindo-se culpado por ter trago esse assunto à tona logo agora que estamos indo tão bem.

— Eu entendo — Eu disse apenas.

— É que... Às vezes eu acho que faltam peças para montar o nosso quebra cabeça. E eu só queria que fôssemos plenamente felizes... Eu queria ter a sensação de que nada irá intervir em nosso amor.

— Nunca conseguiremos montar todo o nosso quebra cabeça, Christopher. Isso é a vida... Não podemos prever o que pode acontecer amanhã. De repente, tudo isso pode desmontar... Por isso devemos viver o presente. Intensamente.

— Você tem razão — Ele disse e soltou um riso fraco — Eu acho que sou controlador demais e detesto essa sensação. Vou tentar melhorar... — Ele tocou o meu queixo e depois deslizou o seu polegar pelo meu lábio.

Ficamos ali por um bom tempo, olhando um para o outro, tocando um ao outro...

Sozinhos.

Apenas eu, ele e os fantasmas do nosso passado.

Cicatrizes de Ouro (Grátis até final de dezembro 2022)Onde histórias criam vida. Descubra agora