Rastros de Destruição

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MESES ANTES

• Bélgica

Angelique Beaumont


Bartholomew chegou tão perto e eu fiquei em completo choque quando ele pressionou os seus lábios nos meus. Ele me beijou, na boca, e eu arregalei os meus olhos.

Eu sabia que ele estava prestes à fazer isso mas mesmo assim fiquei surpreendida.

Depois do dia que ele me negou eu pensei que ele realmente só queria ser o meu padrasto, e agora isso...

O que ele realmente quer de mim? Parece que eu estava certa ao pensar que ele me queria.

Bart se afastou apenas um pouco e abriu os olhos para olhar para mim...

Ele não tinha aprofundado o beijo, apenas selou os nossos lábios, mas ele ainda estava muito perto, e eu não me afastei.

— Me desculpe, Angie — Ele disse e negou com a cabeça, provavelmente se sentindo mal com o que acabou de fazer — Mas é que desde que eu encontrei você naquela padaria em Paris que eu vi em você a Celina. Mas você não é ela. Ela morreu e eu deveria ter me conformado com isso. Ver o seu cabelo assim me levou de volta à décadas atrás quando eu a conheci — Ele se explicou — Eu não queria ter chegado à fazer isso... ter beijado você. Sou casado com a sua mãe, não quero causar algum desentendimento entre vocês duas.

— Eu não entendo... — Eu falei e desviei o meu olhar do dele — Você está com ela por minha causa? Para me ter por perto? É isso? Apenas não se casou comigo porque eu sou nova demais para você? Christopher estava certo? Queria ter se casado comigo? Está enganando a minha mãe? — Eram muitas perguntas e eu não tinha certeza se eu queria realmente saber as respostas, mas acho que era melhor deixar tudo claro.

Ele parece envergonhado, mas concordou.

— De alguma forma é isso. Mas eu adoro a sua mãe e eu nunca tive certeza do que sentia por você. Se era apenas vontade de cuidar de você ou outra coisa...

— E agora? — Eu perguntei — Você descobriu o que sente por mim?

— Estou muito confuso... Mas isso não importa mais...

— Por que não? Porque está morrendo? — Eu questionei e ele não respondeu, mas também não negou.

Eu me aproximei e fiquei na ponta dos pés para beija-lo, fechei os meus olhos e o beijei como ele não teve coragem de fazer.

Eu não me orgulho disso, porque além de se tratar do pai do Christopher, ele é o marido da minha mãe, mas eu não podia deixar ele morrer sem saber do que sente por mim de verdade e eu não podia ficar sem saber disso também. Essa dúvida poderia me assombrar pelo resto da vida, e eu não quero isso.

A sensação? Foi como beijar um bilhão de dólares.

Mas eu não preciso de um bilhão de dólares, eu só preciso de um amor, e esse amor não é ele.

Eu amava o Bart mas eu o amava como sendo o pai que eu sempre quis.

A psicóloga da escola estava certa sobre os meus distúrbios causados pelo meu pai ausente. Isso era realmente esclarecedor.

Eu me afastei de Bart e o encarei com atenção.

— Você realmente ama o Christopher? — Foi o que ele perguntou primeiro.

Eu franzi as minhas sobrancelhas, confusa. Não pensei que isso seria o que ele falaria agora.

— Eu amo ele — Fui sincera.

— Ele ama você também — Ele disse e eu o encarei ainda mais confusa — Me sinto tão mal por ter feito isso com vocês. Separado vocês.

— Você fez porque achou que era o certo.

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