Punição

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Christopher Goldschmied

Angelique tinha acabado de me dizer o que eu nunca tinha imaginado.

Eu fiquei paralisado, olhando para ela. O meu humor já não era o melhor antes, mas agora eu estava puto demais, mas pior do que isso, eu estava chateado, o meu coração estava partido.

Eu não deveria me sentir traído, isso foi antes de nos conhecermos, mas é exatamente assim como eu me sinto... Traído.

Estou desapontado, não posso evitar.

— Mas nada aconteceu — Ela assegurou — Eu tentei beija-lo, mas ele não me deixou.

Eu suspirei, lamentando comigo mesmo.

Levei a minha mão à minha testa e fechei os meus olhos. Posso jurar que estou sentindo até uma dor de cabeça depois de ter ouvido todas essas coisas...

— Foi com você o meu primeiro beijo pra valer, e a minha primeira vez em tudo — Ela disse e eu voltei a encara-la.

Ela é inacreditável.

— É suposto isso fazer eu me sentir melhor? — Eu perguntei e depois soltei um riso seco e frio.

— Não. Eu só estava comentando porque você sempre quis saber... Não há nada entre eu e o seu pai, nunca aconteceu nada — Ela disse e parece estar triste, incomodada com esse assunto — Só um momento de insensatez da minha parte.

— Mas ele deu espaço pra isso acontecer — Eu disse e ela negou — Sim, deu. Não seja tola!

— Não deveria ter te contado — Ela lamentou.

— Foi bom você ter me contado, dessa forma tudo fica claro, sem mentiras e sem segredos entre nós.

Eu me levantei da cama e fui até o banheiro dela, joguei aquele maldito isqueiro dela dentro do vaso e antes que ela pudesse me impedir eu dei descarga.

Angelique gritou e até tentou pega-lo de volta, mas ela desistiu e ficou assistindo a água levar aquela merda para o esgoto.

Desviei-me dela e saí do banheiro.

Voltei para o quarto muito estressado, meu punho estava apertado, e eu estava bufando.

Eu não consigo entender porque a Angelique ainda guardava aquele isqueiro... Essa merda era perturbadora!

Demorou até que ela voltasse para o quarto, e quando ela voltou ela estava chorando.

— Eu não me arrependo — Afirmei.

Se ela não conseguia desfazer daquilo então alguém tinha que fazer por ela. Eu no caso.

— Não posso suportar essas coisas que te fazem infeliz — Eu disse. Também estava sofrendo porque ela estava sofrendo — Vou te dar um isqueiro novo, não se preocupe.

Sentei-me novamente na cama dela e tive uma ideia...

Tirei o meu isqueiro do meu bolso.

— Fique com o meu — Eu o entreguei para ela.

Angelique se aproximou e limpou as lágrimas do rosto dela.

Ela ficou encarando o meu isqueiro por muito tempo. Era feito de ouro e ela podia trocar o gás quando acabasse assim como aquele que ela tinha.

— Gosta dele? — Eu perguntei e ela assentiu.

Ficamos em silêncio até que ela se aproximou de mim.

Ela desviou o olhar do meu isqueiro e me analisou, provavelmente esperando que eu a afastaria. Mas eu não a afastei.

Ela se sentou em meu colo e eu apenas respirei fundo para tentar controlar o meu desejo por ela.

Cicatrizes de Ouro (Grátis até final de dezembro 2022)Onde histórias criam vida. Descubra agora