CS

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Angelique Beaumont

Eu acordei e ainda estava com a roupa que usei ontem.

Me levantei confusa e fui até o banheiro. A minha testa está doendo e estou levemente tonta também, como se tivesse bebido muito.

Olhei para o espelho e me senti acabada.

— Eu preciso dar um jeito nisso — Falei entre os meus dentes e deslizei os meus dedos pelo meu rosto como se ele estivesse derretendo.

Minha mãe iria me matar por ter machucado a minha testa um dia antes de seu casamento. Eu já podia prever a bronca que receberia dela...

Tirei o meu vestido e entrei debaixo do chuveiro. A água está quente e a sensação é magnífica.

Fiquei ali debaixo até pensar que poderia ter me cozinhado.

O chuveiro que tínhamos em Paris era uma bosta e tínhamos que esquentar a água e colocar na banheira. Isso é a única coisa que eu sinto falta de lá. Não tenho uma banheira no banheiro do meu quarto aqui, mas nada me impede de usar a da suíte da minha mãe...

Lavei o meu cabelo e ensaboei o meu corpo rápido. Quando olhei no espelho novamente eu me sentia bem melhor, renovada.

Depois de escovar os dentes e pentear o cabelo eu fui para o meu quarto e peguei o meu diário jogado no chão.

Abri na última página e li o que havia escrito por último, principalmente a última frase...

Eu havia escrito sobre ter me cortado e que agora tinha a minha terceira cicatriz.

Sentei-me na cama e abri as minhas pernas...

Vi os três cortes que fiz entre as minhas coxas, a parte que eu mais odeio em meu corpo e me arrependi. Foi uma medida desesperada, eu não me orgulho disso e se pudesse voltar no tempo eu não faria outra vez.

Suspirei profundamente e passei a página para escrever o que havia acontecido ontem...

Mas antes disso, eu toquei os meus lábios e fechei os meus olhos.

É como se eu ainda sentisse o Christopher me beijando.

O meu estômago se agitou e a saudade de ter os lábios dele nos meus novamente surgiu.

Peguei a minha caneta e comecei a escrever...

Ontem eu e Christopher nos beijamos.
Eu tentava imaginar como seria a sensação da língua de alguém em minha boca...
Não pensei que ficaria tão excitada com apenas isso. Ele me deixa trêmula, sem forças e com a minha calcinha molhada.
Eu quis fazer amor com ele.
Tenho imaginado nós dois fazendo amor e em como seria ter ele dentro de mim há dias, e agora isso ficou mais forte.
Queria que ele me devorasse e não sobrasse mais nada de mim.
      Mas é proibido. Não podemos. Temos que resistir...
      Bartholomew deixou claro que eu não posso ter nada com o Christopher, e eu prometi que não continuaria com isso.
      Ele está certo.
      Como podemos ser uma família se eu não consigo conviver com o filho dele como se fosse o meu irmão?
      Isso se tornaria uma confusão e eu entendo que não devemos desejar um ao outro dessa forma...
      Mas é mais forte que eu.
      É mais forte que ele.
      Nós queremos um ao outro.
      Como vou fingir que não quero isso mais? Que não quero que ele me abrace e que passe as mãos em mim? Que não quero que ele me possua por inteira?
      Christopher, Christopher, Christopher!
      Poderia escrever o nome dele mil vezes.
      Como tirá-lo da minha cabeça?

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