Capítulo 1

871 51 7
                                    



Natalie

Me levanto para vestir a camisa meio amassada que descansa na poltrona ao lado da cama. Ao menos as mangas esticadas pelos braços do mobiliário me remetem a um relaxamento que eu não tenho em mim no momento. As luzes da rua que ultrapassam as cortinas nas janelas do apartamento acabam iluminando o quarto em nuances amarelas e ocre, junto do sol que parece querer nascer e são como um convite pra ir à varanda, admirar, nem que seja por alguns minutos, mais um dia começando.

A pequena mesa e banquetas altas próximas ao parapeito da varanda são o toque romântico do meu ambiente, proporcionado por Maryanne, minha companheira de vida e de casa. Assim que saio me sinto arrepiar com a brisa fresca da madrugada, sendo obrigada a esfregar meus próprios braços. Ao lado dos copos ainda com restinhos de gin sobre a mesa, está o box de cigarros do homem espalhado na minha cama, e reservo cinco minutos pra um deles, aceso lentamente entre meus lábios. A luminosidade da chama do isqueiro lembra meus olhos ardidos que a ressaca do dia será péssima e xingo mentalmente.

O moreno grandalhão se agita na cama, dando sinais de despertar. O vulto de seu corpo se mexe pelo quarto, vestindo meu lençol de algodão ao redor da cintura e vindo ao meu encontro, até parar na porta francesa da varanda, de onde a brisa também o arrepia. Sei poucas coisas sobre ele, algumas bem superficiais: ele definitivamente gosta de se exercitar, também gosta de gin tônica, cigarros com fumo tostado, big time jazz e de uma mulher por cima. Talvez esta última característica esteja intimamente ligada ao efeito do gin.

O sorriso que ele me lança é muito bonito, e eu correspondo embora nossas cabeças juntas devam pesar uma tonelada de ressaca alcoólica e moral. Reconsiderando, apenas alcóolica. Já passei da fase da ressaca moral por sexo sem compromisso. Minha completa falta de decoro nesta parte me compele a ampliar o sorriso e esticar as pernas em sua direção, o recebendo entre as coxas e prendendo as panturrilhas cruzadas em seu traseiro.

Tento lembrar seu nome conforme ele tira o cigarro da minha boca e traga longamente, de um jeito bem sexy, antes de apagar no cinzeiro. Adam? Não. Efron? Não. Não consigo pensar em mais nenhum. O tempo é tão curto quanto a minha memória neste caso e desisto assim que ele abaixa a camisa que uso até meus ombros para beijar meu pescoço.

– A noite foi excepcional, querida. – ah, querido, minha culpa por não lembrar seu nome acabou de ser completamente aliviada, obrigada.

– Ainda não acabou. – minhas mãos entram debaixo do lençol e ele suga o ar de um jeito comprido, com um gemido gutural.

Meus lábios se alternam em seu peito e pescoço enquanto ele cresce entre meus dedos. Não há cura melhor pra um porre do que sexo tórrido e meio indecente. Minha boca caminha por sua barriga conforme me abaixo ao descer do banco. Sua cabeça se inclina para trás quando me ajoelho e o encaixo na minha boca avidamente.

– Natalie, você é a melhor. – ele elogia e demonstra saber meu nome. Ainda bem que minha mãe me ensinou a não falar de boca cheia, me limito a olhar pro alto e dar uma piscada quando nossos olhos se encontram.

Ele passa as mãos no meu cabelo, segura minha cabeça com uma firmeza nada resistente. Garoto esperto, nenhuma mulher gosta que o parceiro dite o ritmo do sexo oral. Seu gesto diz mais que ele não quer que eu pare do que impõe um determinado modo de sugá-lo. Me levanto à sua frente e ele acaricia meus seios com leves apertos ao beijar minha boca. Seus dedos me percorrem e entram em mim com uma facilidade escorregadia. Estou excitada o suficiente pra deixar de sentir a dor de cabeça que me acordou há alguns minutos.

Entramos no quarto e ele arranca a camisa do meu corpo tão rápido quanto eu arranco o lençol dele, e quando seu corpo pesa sobre o meu na cama ele me vira sobre si. Ok, ele definitivamente gosta de ficar por baixo, não é culpa do gin. Estico o corpo sobre o dele e alcanço um preservativo na mesa de cabeceira. Em pouco tempo estou rebolando sobre ele, gemendo enquanto o sinto entrar e sair de mim, tão duro que mal acredito que tenhamos tido poucas horas desde a última transa.

CosmopolitanOnde histórias criam vida. Descubra agora