Capítulo XV

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Chego em casa e me jogo na cama. Meu corpo todo se contrai relaxando os músculos, me dando um boa sensação de preguiça.
A noite está quente e silenciosa, típico de um bairro no subúrbio de Nova York.

Eu deveria ter aceitado o convite do Deidara, sair um pouco dessa minha rotina. Ir ao cinema, curte um pouco, não quero que minha vida universitária seja apenas lembrada por quebrar minha cabeça de estudar, mais também com novas experiências.

Levanto da cama e pego meu celular encima da estante de livros, hesito um pouco se devo realmente fazer isso.

- Vamos lá, isso não é tão difícil Hinata! - Digo a mim mesma e ligo para o número discado na tela. Escultor impaciente o barulhinho nde bip bip até que ele para e posso ouvir a voz de serta pessoa.

- Alô?- Escuto sua voz.

- Oi pai, sou eu a Hinata. - Digo e sinto meus olhos marejados.

- Hinata, como você está? Tudo bem? Como está a faculdade? - Pergunta pausadamente no seu tom de voz de sempre, não demostrando surpresa ou empolgação. Isso não me surpreende é claro.

- Bem pai, está tudo bem. - Respondo. - Como o senhor está? A Hanabi está em casa agora?

- Estou bem, na verdade comecei a escrever um novo livro. - Sorrio com essa notícia, a verdade é que o senhor Hyuuga Hiashi passou um tempo sem ideias novas para livros, isso me deixa mais tranquila, ele pode se distrair agora. - A Hanabi está na escola, ela está em um período complicado, eu já estou velho de mais pra lidar com sua crises de adolescente. - Sorrio ao saber disso, Hanabi está na fase da rebeldia juvenil, quando os hormônios femininos estão tomando conta de tudo. Não me surpreende, ela já tem 14 anos, isso é normal. Mas deve ser um momento ruim, ela não tem ninguém nem uma de nós duas (irmãs mais velhas) pra lhe dar concelhos, e orientar sobre o que ela está passando.

- Não me admira, ela já deve estar bem grande. - Digo e sorrio. - Lembra de quando eu estava na idade dela pai?

- E como não? Nessa época você praticamente me enlouqueceu pra ir em um show.- Diz ainda com sua voz de sempre porém com um resquício de um sorriso bem sutil nos lábios.

Eu me lembro bem desse época, a maioria das meninas da escola só falavam de um show que teria na cidade, particularmente eu nunca me interessei nesse tipo de coisa. A verdade era que eu não queria ser a única que não tinha ido para esse bendito show. Por isso passei quase 4 semana testando a paciência do meu pai, eu nem me lembro de onde tirei tanta coragem pra fazer isso. No final das contas não foi tão ruim, eu não consegui convencer meu pai, porém ouvi na escola que o show não foi tão bom, a bando usou playback e deu um erro na hora e tudo mundo descobriu. Admito que fiquei chateada com meu pai, mais depois de saber disso, fiquei aliviada de não ter gastado dinheiro com um cd tocando e as pessoas apenas atuando.

- No fim das contas foi tudo uma enganação, ainda bem que o senhor não deixou eu ir nesse show.

- Estou com saudades. - Não sei muito sobre o meu pai, a verdade é que ele sempre foi muito sério, raramente o ví demonstrando seus sentimentos, mais essas palavras de algumas forma foram como uma pancada no meu coração. Lágrimas começaram a sair dos meus olhos sem que eu percebesse, nesse momento eu percebi que sentia mais falta de casa de do que eu imaginava.
Eu sei que ele se esforçou para falar esse pequena frase, e isso me deixa muito feliz.

- Eu também estou com saudades pai. - Respondo com minha voz embargada pelo chora silêncio porém com um sorriso no rosto. - Com muita mesmo! Minha formatura está chegando, logo estarei em casa novamente. Até lá, vê se escreve um livro bem legal pra mim.

- Talvez o próximo.- Sorrio. - E melhor você ir dormir, pelo que sei o fuso horário é diferente, deve está tarde pra você continua acorda. - Da uma pequena pausa e volta a falar.- Quero que minha filha se forme como a melhor aluna.

- Pode deixa. - Respiro e enchugo algumas lágrimas. - Eu te amo pai.

- Uhmm, boa noite.- Nada que eu não esperava.

- Bom dia.

Desligo o telefone e olho para o teto, isso já se tornou rotina, olhar para ele é como um ritual. Agora percebi o quanto sinto falta de casa, de olhar para o jardim da minha casa durante uma chuva forte e frio no verão, ou de sentar perto da lareira enquanto escuto meu CD dos Beatles até pegar no sono, ou comer o bolo de frutas da Nana a governanta. Andar de tarde na praça e ver o sol se pôr, ir no café da esquina que só lá tem o meu café preferido. São tantas as coisas que eu sinto saudade e só agora me toquei.

CONTINUA...

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