Capítulo 3 - Rebelião

2.3K 202 35
                                    

Capítulo 3 - Rebelião

Pela manhã, o sol estava brilhando na cidade Cinza, passando entre as residências e gerando uma visão um tanto peculiar. Esta cidade, recebeu este nome por dois motivos, o primeiro motivo é devido a ter sido completamente construída com um dos piores materiais de construções, e como a cidade foi completamente construída utilizando este material, todas as construções da cidade são de cor cinza. O segundo motivo é devido a um ditado popular, já que assim como a cidade, as pessoas que vivem nela, só podem levar vidas 'cinzas'.

Na cidade Cinza, do país do Sol. Não existe luxo e comercio variado como em outras cidades, na verdade, ela foi construída com o único propósito de ser um posto de controle de escravos, as várias famílias que vivem na cidade, são em sua grande maioria comerciante de escravos.

Neste momento, nas celas das minas de mineração controladas pela família Souza, um guarda estava parado de frente para uma determinada cela.

― Levantem-se escravos. Está na hora de trabalhar, o nascimento do sol, significa o começo do expediente! ― Disse um guarda de forma extremamente imponente e arrogante.

Os escravos que estavam na cela, começaram a sair de forma ordenada, com passos lentos e sempre seguindo um atrás do outro, esta mesma cena estava acontecendo em todas as celas, em uma das filas estavam Júlio e Atlas.

Os guardas tinham em suas mãos um pedaço de pão que ainda estava quente, o que poderia ser notado devido a leve fumaça que ainda saia dele. Muitos dos escravos tinham olhares estranhos enquanto olhavam para o pão na mão do guarda, eles nunca poderiam provar de tal comida, fresca e quente, para aqueles que nasceram na escravidão como Atlas, nunca sequer provaram tal comida na vida.

Todos os escravos que estavam caminhando de maneira ordenada, de repente pararam seus passos e olharam para os guardas. Os guardas, que ainda estavam desfrutando do seu café da manhã enquanto acompanhava os escravos para o seu determinado local de trabalho, ficaram completamente espantados. No entanto, este espanto durou apenas alguns segundos, antes que eles dessem um leve sorriso, e neste momento um dos guardas que tinha um posto elevado entre as tropas falou de maneira zombeteira.

― O que houve? ― Fazendo uma pausa, enquanto o sorriso ficava cada vez mais largo, ele continuou. ― Não me diga que vocês ficaram loucos?

― Se esqueceram da coleira em seus pescoços? ― Perguntou um guarda que estava aproximadamente no meio da fila de escravos. ― Se vocês se rebelarem, Boom! ― Falou o mesmo de maneira sarcástica, fazendo gestos exagerados com as mãos, para simbolizar a explosão da cabeça dos escravos.

De repente, este guarda que falou de maneira sarcástica estava pendurado pelo pescoço, tudo aconteceu tão rápido que ninguém percebeu o que estava acontecendo. Virando-se para ele, os outros guardas perceberam que na verdade, o que estava levantando aquele guarda pelo pescoço era Júlio.

― Júlio o que pensa que está fazendo! ― Gritou o comandante dos guardas, que estava na frente guiando as filas de escravos.

― Poderia ser que as minhas ações não são claras o bastante para o comandante da guarda? ― Perguntou Júlio de maneira zombeteira.

― Você... ― O comandante da guarda estava furioso.

Clack. Antes mesmo que o líder da guarda pudesse terminar de falar, um som de ossos se quebrando poderia ser ouvido por todos no local, aquele guarda que estava sendo erguido pelo pescoço caiu no chão, completamente sem vida.

― Você ousa, seu animal! ― Gritou o líder da guarda, ainda mais furioso. ― Explodam todos pertencentes a cela dele, não poupem ninguém!

Corvo NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora