Cena de filme?

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Não sei como, juro que não sei como, estou andando de charrete. Na "minha charrete" se encontra, eu, toda linda e formosa, Christopher, é claro, e meus quatro sobrinhos. Olha, nem ouse me perguntar como eu vim parar aqui, porque eu juro que não sei. Sou totalmente contra o mal trato aos animais, e considero o pobre cavalinho que está tendo que aguentar o meu peso (e de todos os outros) um pobre sofredor...

Ai merda. Sempre que eu fico nervosa/ansiosa eu começo a ter uns pensamentos não muito normais! O Christopher está brincando com as crianças e eu estou aqui, pensativa. O que eu vou fazer da minha vida? Eu estou quase gritando que amo o Christopher agora, só para acabar com todo esse nervosismo, mas ia ser uma cena muito ridícula, por isso eu estou me controlando.

— UAU! Tio, faz essa mágica de novo? – escutei Sarah pedir.

— Tia, o Tio Chris tirou uma moeda do ouvido da Carol! – Rafa comentou.

— Nossa, é sério? – eu fingi surpresa e abri um sorriso.

— Sério, tia! Olha aqui! – Carol me mostrou a moeda, toda feliz.

— Agora tira uma moeda do meu ouvido, tio? – Pedro pediu.

— Não, do meu! – Sarah também quis.

— Do meu! – Rafa disse por último.

— Ele já tirou do meu, lero, lero, lero! – Carol falava mostrando a língua.

Crianças...

Calma que tem moedas para todos! – Chris falou sorrindo, aquele sorriso que fazia minha vontade de gritar aos quatro cantos que eu o amava aumentar.

— Não sabia que você era mágico... – falei rindo.

Se tirar moeda do ouvido das crianças pode ser considerado mágica, sim, eu sou um mágico... – ele sorriu para mim e eu balancei a cabeça, divertida.

Assim que a charrete parou, nós descemos em frente ao "centro" da cidade, onde tem um monte de lojinhas e pequenos bistrôs. Nós descemos e enquanto as crianças iam correndo comprar algodão-doce com as moedas que haviam "saído de seus ouvidos", eu e o Chris nos sentamos em um dos bistrôs, esperando os outros chegarem.

Nós estávamos no maior "carinho" quando meu celular começou a apitar. Eu quis jogá-lo no lixo, mas Christopher mandou eu atendê-lo e falou que ia comprar algo para nós bebermos. Eu sorri e enquanto ele levantava, atendi o maldito celular.

— NÃO ACREDITO! – Maite gritou do outro lado da linha.

— OI DUD! – Annie gritou ao fundo e eu percebi que as duas estavam juntas...

— COMO ASSIM VOCÊ VAI FALAR QUE AMA ELE E NEM ME CONTOU?

— Mas... Mas... Caray, o mundo todo sabe que eu vou falar que amo ele hoje!

— Eu não saberia se a Annie não me contasse!

— Mais foi a Cláudia que contou para ela!

— DUD, NÃO ME MATA! – Annie gritou ao fundo outra vez.

— Mas de todo jeito, isso é tão injusto! – ouvi ela suspirar – Porque eu sempre sou a última a saber de tudo?

— Mas Mai, eu...

— Não, ok, eu supero. Mas me conta, já falou com ele? – ela me cortou.

— Ainda não. Nesse exato momento nós estamos num bistrô na cidade e ele está comprando algo para nós bebermos...

— Dulce, anda logo e fala de uma vez só! Se eu bem te conheço, você está morrendo de medo e enrolando, não é? – fada sensata que me conhece tão bem.

À Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora