Presente de Domingo - 2

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Ao meio dia do dia seguinte o médico liberou a entrada ao quarto de Anahí. Ela só acordara do coma alcoólico na madrugada e no resto do tempo ficou sob observação. Eu e a Maite não havíamos dormido, nem comido direito, sem contar que eu não sei o que é banho há mais de um dia, e tudo isso por conta da idiota da Anahí! Deixe-a sair do Hospital que ela vai ouvir um monte de mim...

— Não de discursos nem a ofenda, ok, Dulce? – como se ela tivesse lido meus pensamentos, me encarou antes de entrar no quarto.

— Ela está precisando, Maite!

— Dulce, ela acabou de sair de um coma alcoólico! Não é que nem uma febre ou uma gripe, caramba! Você quer que ela entre em depressão, também? Somos suas melhores amigas, suas irmãs... Temos que ajudá-la a sair desta fase ruim!

— Ok, você está certa... Mas quando ela estiver se sentindo melhor...

— Eu sei, eu sei... Nós lhe daremos uma bela bronca... A propósito, você ligou ou não para o Max?

— Ah, claro que não! O que eu iria falar? "Ah, oi Max... Então, a Annie está internada no Hospital. Por quê? Bem, por sua causa. Quer dizer, não exatamente. Ok, eu te explico... É que ela não te ama nem quer se casar com você. Não, eu te juro que estou falando a verdade. Não é nenhuma brincadeira. Me desculpa, Max, mas ela ainda é apaixonada pelo Alfonso."

— Dulce...

— "É, esse mesmo. Olha, mas finge que eu não te contei, ta?"

— Dulce...

— "E não, por favor, não mate o Alfonso... Você não merece ir para a cadeia..."

— Porra Dulce, cala a boca! O Alfonso está aqui!

— Quê?

— É, sua estúpida! E ele, é claro, escutou tudo o que você falou! Mas como você descobriu que a Annie... – ela explicou olhou para a pessoa atrás de mim.

— A Dulce me mandou uma mensagem... – ouvi a voz dele.

Ih, fudeu pro meu lado.

— Como assim? Você fez o que, Dulce?

— É que... É... Ah, Mai, qual é, eu estava desesperada! E como o Max estava viajando, eu meio que...

— Ligou para o Alfonso!? – ela queria me matar... Eu sei que queria. Mas não me mataria na frente dele, porque tinha que manter a pose.

— Desculpe. Eu sei que foi um erro...

— Hum, eu ainda estou aqui... – OPS.

— Ah, olha, Alfonso, eu e a Mai vamos entrar primeiro e depois...

— Vem, Dulce! – ela me puxou pelo corredor até a porta do quarto da Annie e Alfonso ficou parado no início do corredor esperando a nossa saída.

Droga. Eu e a minha boca grande! Porque eu simplesmente não poderia ter ficado quieta no meu canto? Porque eu tinha que fazer essa loucura? Pela cara da Maite, logo, logo, eu vou fazer companhia para a Annie aqui no Hospital.

Parabéns pra mim.

— Annie! – Mai falou ao entrar no quarto.

Olhei para o centro do quarto onde ela estava. Levei um susto ao ver o quanto ela estava abatida e... Diferente. Toda vez que ela fica resfriada ou algo do tipo, ela continuava tão... Luxuosa. Mas agora ela está parecendo uma bonequinha de porcelana, tão pálida e fraca.

Claro, né, Dulce?! Ela estava em um coma alcoólico até algumas horas atrás! Você quer o que? Que ela estivesse super linda e loira?

— Annie! – falei também. Sentamos ao redor da cama e peguei em sua mão, enquanto ela esboçava um sorriso fraco – Não acredito que te colocaram uma dessas roupas horríveis de Hospital! – ela riu.

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