Você quer...?

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Dava para ouvir os gritos e as risadas das crianças a poucos metros de nós e não demorou para eu começar a ver várias cores, brilhos e luzes.

— Vem, vamos ir ali um pouco... - ele pegou na minha mão e começou a me guiar até o 'parque-de-diversões', que estava mais para um
aglomerado de barraquinhas.

— Chris, é para crianças! - eu exclamei rindo e meu olhar encontrou o dele.

— Se alguém perguntar, nós inventamos e falamos que o nosso
filho está no carrossel! - e ele piscou um olho para mim enquanto eu
continuava rindo. Logo ele comprou os ingressos e nós estávamos no meio de
vários... anõezinhos.

— Eu não sabia que você era tão bom de pontaria assim! - eu falava
animadamente enquanto carregava um enorme macaco de pelúcia super fofo.

— Para ser sincero, nem eu! - ele riu e colocou algumas jujubas na boca - Hm, faz anos que eu não como essas coisinhas!

— Jujubas? Eu também não como faz anos... - ele sorriu e colocou uma na minha boca já que eu estava carregando um macaco do tamanho do mundo e eu por reflexo dei uma mordida de leve no dedo dele, fazendo-o rir - Obrigada.

— Vem, vamos sentar ali... - ele apontou para um banco na frente do lago que estava começando a congelar e logo nós estávamos lá, sentados e bebendo aquele vinho horrível novamente.

Nós dois estávamos quietos e eu não estava aguentando aquele silêncio todo... Eu precisava ouvir a voz dele.

— A noite foi ótima Chris... Muito melhor do que eu achei que seria!

— Você pensou que seria ruim? - ele olhou para mim e eu senti meu coração palpitar.

— Não foi isso que eu quis dizer! Eu estava tentando falar que, é...

Como eu posso dizer o que eu quero dizer para ele? Coragem Dulce, você é uma mulher ou uma mosca? Mosca? Eca.

— Eu gostei muito de, é, hm... Passar a noite você você.

— Sério? - ele perguntou e se aproximou um pouco mais.

— Foi perfeita... - eu sussurrei enquanto nossos olhares se perdiam um no outro.

Ele ia falar alguma coisa qualquer, mas eu juntei nossos lábios antes. O gosto
daquele vinho asqueroso se misturou com o gosto delicioso dos lábios dele e acabou ficando um gosto bom. Nossas línguas se encontraram assim que a mão dele passou por trás das minhas costas e as minhas mãos pousaram em uma das pernas dele.

A noite toda, ou melhor, o dia inteiro eu estava esperando por aquele momento e eu fiz o que a Annie havia mandando... Mandei o Marco e todo o meu desprezo pelo sobrenome Uckermann para a merda e aproveitei cada
segundo.

E foi assim todo o caminho de volta. Nós no carro já estávamos ofegantes e
nossas roupas estavam totalmente amassadas e tortas. Quando o carro parou
na frente do meu prédio eu estava sentada no colo dele em uma posição não
muito adequada, ou seja, as nossas condições não estavam lá muito boas... Só
que de todo jeito havia uma coisa presa em minha garganta e assim que ele
deu uma mordida de leve em meu pescoço eu reuni os esforços e sussurrei da
maneira mais sedutora que consegui:

— Quer passar a noite aqui?

À Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora