Conto de Fadas

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No dia seguinte acordamos muito tarde, já que na noite anterior não dormimos muito. Dava para ver que não chovia mais e que o sol estava saindo pouco a pouco, mesmo o céu continuando naquele tom cinza. Me espreguicei e não queria levantar da cama por nada no mundo inteiro, mas como havia dito poucas horas atrás, estava na Irlanda, não em meu apartamento, por isso queria aproveitar... Sem contar que faltava menos de 36 horas para irmos embora e ainda não havíamos conhecido metade do que eu queria.

Senti a língua de Christopher deslizando pelas minhas costas e as suas mãos acariciando a minha barriga. Sorri e simplesmente fechei os olhos, aproveitando aquela carícia extremamente simples e prazerosa. Logo os lábios dele mordiscavam meu braço, subindo ao pescoço, deixando leves marcas vermelhas por onde tocavam. Senti a respiração quente dele contra minha orelha e tombei a cabeça para o lado, recebendo um beijo na bochecha.

O que quer fazer hoje? - murmurou em baixo tom, com uma carinha ainda de sono.

— Te beijar... – movi meu pescoço para frente, alcançando-lhe os lábios e os beijando com tamanha urgência que o fez sorrir durante o beijo.

E fora isso? – me deu outro beijo enquanto me colocava sobre ele. Cerrei os olhos quando meus seios nus roçaram contra seu peitoral, resistindo aquela tentação maravilhosa.

— Ouvi dizer que há muitas praias por aqui...

Mas estava chovendo, amor...

— Não é a chuva que vai estragar meu humor... – mordi seus lábios – Vamos, lindo! – ele riu das minhas manhas e confirmou com a cabeça – Mas antes vamos almoçar, claro!

Nos trocamos, descemos, almoçamos e enquanto Christopher alugava um carro do próprio Hotel, fiquei sentada na mureta de flores da entrada, vivendo o meu próprio conto de fadas.

Fomos a uma praia chamada Derrynane, que era bem longe de Dublin, mas nós não nos importamos muito, pois no caminho inteiro fomos parando e namorando um pouco. Chegamos quase às quatro e meia da tarde na praia e quando eu saí do carro meu olhos se iluminaram ao ver tamanha beleza. Às águas das praias irlandesas são milhares de vezes mais azuis do que as americanas, sem contar que a praia estava vazia, tirando algumas crianças e babás que corriam de um lado para o outro pela areia, catando conchas.

Christopher me obrigou a colocar o moletom porque ainda estava frio, prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo, peguei os chinelos na mão e sai correndo pela areia branca, sorrindo para ele.

— VEM UCKERMANN! DAQUI A POUCO ESCURECE E NÓS NÃO APROVEITAMOS NADA! – gritei quando já estava bem afastada dele. O vi colocando um moletom também e colocando um boné, vindo logo atrás de mim.

Não deu outra. Senti-me levitando assim que os braços dele me ergueram do chão, me girando no ar. Eu ria sem razão, mas estava loucamente apaixonada por tudo ao nosso redor... Pela Irlanda, pela viagem, pela praia, pelo Christopher...

— Vem, vamos pular as ondas! – falei depois de muitos minutos, correndo em direção ao mar.

A água deve estar um gelo! – ele me advertiu, mas deu de ombros e o desafiei a entrar também.

— Deixa de ser medroso! Vem! – o puxei e ele acabou cedendo.

A água estava realmente muito gelada, mas entramos somente no rasinho e ficamos brincando que nem duas crianças, jogando água um no outro, correndo pela areia e pulando algumas ondas mínimas. Sorri para ele, vendo que voltamos para a areia encharcados dos joelhos para baixo. Pulei em suas costas e beijei sua nuca, sempre soltando risos divertidos.

— Vamos ver o pôr-do-sol?

O céu se tornava uma pintura com várias cores. Era tão perfeito que não consegui deixar de me emocionar por tudo o que estava acontecendo comigo naquelas horas. As palavras sussurradas, as juras trocadas, os beijos selados, os momentos inesquecíveis... Não consegui controlar as lágrimas e pouco a pouco elas vinham, conforme o sol desaparecia pelo eterno horizonte. Aconcheguei-me em seus braços mais uma vez e beijei sua mão, colocando-a sobre meu coração em seguida.

Quando você voltar de viagem, Dulce, quero me casar com você... – me mantive imóvel por muitos longos segundos, escutando um eco dentro de minha cabeça repetindo aquela frase de novo e de novo. Ergui o rosto, o fitando nos olhos sem palavras, sem reação... Sentia meu coração realmente querendo explodir em meu peito e via o brilho sincero dos olhos dele, como se afirmasse para mim que era o que ele realmente queria. As lágrimas voltaram a descer por minha face e somente consegui conduzir minhas mãos ao seu rosto, tocando aquela pele macia com as pontas dos dedos – Te amo, Dulce.

— E eu te amo, Christopher! – abri um sorriso emocionado e beijei seus lábios – Te amo... – selinho – Te amo... – selinho – Te amo! – selinho.

E eu me lembrava daquela cena com um sorriso no rosto enquanto o avião para a Espanha levantava voo. Eu passaria um mês longe do Christopher e já previa o que eu sentiria longe dele por tanto tempo. Um mês... Um mês... Ai meu Deus, será que ainda dá para parar este avião?

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Esse tá tão curtinho que vou deixar aqui pra vocês também! Volto amanhã!! Bjxxx

À Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora