Presente de Domingo - 5

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Sabe quando você acorda com o pressentimento de que algo de ruim vai acontecer no seu dia? Bem, exatamente. Por mim, claro, não levantaria da cama, já que o Christopher deveria estar ali. Deveria. Mas agora que a boate e a gravadora dele estão para estrear, nada de soneca até mais tarde...

Conclusão: querendo ou não, eu tive que sair da cama.

E a Paula não me deixaria faltar outro dia. Só este ano já devo ter faltado mais do que na minha vida inteira. Ainda bem que ela não ousaria descontar do meu salário. Namorar um Uckermann até que tem seus lados bons.

Ok, todos os lados são bons.

Mas eu realmente percebi que a minha premonição estava para se concretizar quando recebi uma mensagem de Anahí (que por acaso, graças a Deus já saiu do Hospital). Uma mensagem sem nenhuma carinha feliz. Sem nenhuma palavra com letras maiúsculas. Sem nenhuma demonstração de felicidade por não ter mais que comer aquela de comida ou usar aquele saco-de-lixo de avental. Nenhuma demonstração de felicidade pelo Alfonso ter ido visitá-la... E é exatamente este ultimo ponto que me preocupa.

Preciso falar com você. Pessoalmente. Urgente.

Assim dizia a mensagem. Ou traduzindo: Me ferrei.

Tentei ligar que nem uma louca para a Maite, tentando me prevenir do que estava por vir, mas só caia na caixa-postal. Perfeito. E o pior é que eu não posso fugir, porque a Anahí sempre dá um jeito de me encontrar e me encurralar, arrancando cada palavra, desculpa ou algo que ela queria ouvir com a maior facilidade.

Mas tomei coragem na cara e assim que o táxi parou em frente à portaria do apartamento dela, respirei fundo e mandei uma mensagem para a Maite.

Caso eu morra hoje, faça que o meu velório seja maravilhoso. Me deseje sorte.
PS: E fale para o Christopher que eu sinto muito por não ir na estréia da boate/gravadora e que
eu o amo muito.

— VOCÊ NÃO ENTENDE, DULCE! – ela gritava enquanto eu revirava os olhos pela milésima vez, desde que entrara ali.

— Não entendo o que, Anahí? Que eu estou simplesmente te fazendo um favor? Que ao invés de você passar o resto da vida infeliz ao lado de um homem que você não ama, você tem a oportunidade de dar uma segunda chance para o homem que você ama?

— Você não entende! Mas que porra, Dulce! – notei que os grandes olhos azuis dela se transformavam em uma fila de lágrimas e a culpa começou a me corroer.

Ficamos quietas, somente nos encarando por um longo tempo, tentando terminar aquela discussão. Pensei em várias coisas para lhe dizer, mas tudo parecia tão errado e culpado. Mordi o lábio inferior, realmente arrependida de ter a atacado do jeito que eu havia feito, mas a situação saíra do controle e eu tinha que consertá-la... Mas antes que eu dissesse qualquer coisa, senti o olhar triste dela procurando o meu, e a boca dela se moveu antes.

— Você deveria saber o que eu sinto, Dulce. Você passou pelo mesmo que eu. Sentiu a dor da traição na própria pele. Talvez você não amasse o Marco como eu amava e amo o Alfonso, porque por mais que você tenha sofrido, a sua ferida fechou bem mais fácil que a minha, mas você teve uma ferida! Você não faz a menor ideia do quanto eu te invejo por ter conseguido seguir em frente e encontrado outro amor. Eu não encontrei. Continuo presa em tudo relacionado ao Alfonso, por mais que eu fuja e negue, tudo que é meu, é dele. E eu te invejo tanto, mas tanto, por amar e ser amada em troca.

— Mas o Max te ama demais, Anahí.

— E eu queria poder amá-lo da mesma forma, Dulce. Até eu mesma percebo todo o amor que ele sente por mim através de um simples toque, mas me sinto um monstro por não poder retribuir da mesma maneira.

— Então porque...

— Eu amo o Max, Dulce, mas para mim existe dois tipos de amor. O amor em que nós nos apoiamos, confiamos e gostamos, o que seria o caso do Max...

— E qual seria o outro amor? - ela me encarou e os lábios dela se moveram para formar um sorriso triste, sem vida.

— Eu acho que você sabe muito bem de qual tipo de amor eu me refiro, Dulce. Me refiro aquele amor que por mais que nos machuque e nos destrua, sempre vai ser pelo qual nós vivemos. Você sabe muito bem do que estou falando... Daquela magia. Eu vivo pelo Alfonso, Dulce, assim como você vive pelo Christopher... E você sabe que por mais que eu tenha sofrido durante todos os anos, durante todas as mentiras, durante todas as lágrimas, os bons momentos que eu vivi ao lado do Alfonso foram os que me tornaram a mulher que sou hoje. Foi ele que me tornou o que sou e eu o amo muito, mas não posso perdoá-lo assim. Tudo que vivi com ele pode ter sido maravilhoso, mas não posso jogar fora um futuro maravilhoso com um homem que eu tenho certeza que me ama, que quer construir uma família comigo e que está disposto a me amar pelo resto da minha vida, por um homem que mesmo eu amando, nunca terei segurança e confiança. O Alfonso pode ter sido a minha história mais bonita, mas ele foi só um capitulo da minha vida e agora tenho que seguir em frente, Dulce, querendo ou não.

— Você está sendo fraca, Anahí. Quando se ama de verdade, não se pode desistir do amor como se fosse um simples jogo ou...

— Não ouse me dizer que estou sendo fraca, Dulce! Não aguento sofrer mais e não vou sofrer mais. Pensei que você estaria do meu lado e que me entenderia, mas vejo que me enganei.

— Se enganou mesmo. Você sabe que eu gosto muito do Max, Anahí, mas se é o Alfonso que te faz feliz, sou totalmente contra a ideia de usar o Max só porque ele lhe traz segurança. Amor não é só isso!

— Então amor é o que, Dulce? É dividir um cachorro-quente? É transar no primeiro encontro? É ficar se dando bem às custas do nome do namorado? É esquecer da noite para o dia todo o ódio que tinha? É ficar esfregando na cara dos outros o namorado perfeito? É isso Dulce? Quer saber de uma coisa? Se você se diz tão forte assim, porque não perdoou o Marco? Afinal de contas, você o amava, não era? Ou será que só estava se casando com ele por medo de apodrecer sozinha? Mas o Marco te botou um par de chifres também, Dulce, ou você não se lembra? E imagina se agora que você está feliz com o Christopher, eu me unisse ao Marco para te juntar com ele de novo. O que você sentiria, Dulce? O que? Eu vou te pedir, por favor, para não se meter em minha vida, porque eu posso não estar feliz com o Max, mas não irei ficar feliz também sendo traída novamente, caso você não saiba.

— Cala a boca, Anahí. Se você acha que eu me "meti na sua vida", é porque você não sabe o significado da palavra amizade, muito menos da palavra preocupação! - me controlei para não gritar e ao mesmo tempo chorar. Peguei minha bolsa e fiquei de pé, olhando-a com desgosto - E não se preocupe, não vou mais "me meter na sua vida", como não irei ao seu casamento com o Max, como não irei mas comentar com o Alfonso da sua existência, como não irei fazer mais nada ao seu respeito. A vida é sua e estrague ela do jeito que você quiser! - andei em direção à porta, já não conseguindo segurar mais as lágrimas - E só mais uma coisa... Quem sabe o problema de tudo isso não é você? Abra os olhos, Anahí, porque talvez quando você perceber o que é o amor de verdade, já seja tarde demais. - e assim, saí de lá!

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Ta aí o último!! Bom, eu tenho umas coisinhas pra resolver, mas se der eu passo por aqui mais tarde com mais um pedacinho. Se não der, nos vemos amanhã!

Não esqueçam de curtir e de compartilhar comigo aqui nos comentários o que estão achando, o que estão pensando sobre Vondy, sobre Max/Annie/Poncho, sobre Annie/Dul... Comentem!

Ah, e já viram o trailer do documentário do RBD?? SOS!!! Eu tive que segurar o choro quando vi! To ansiosa modo HARD!

E sobre o show da Dulce no Metropolitan? Não consigo nem ver as coisas, muito menos as fotos/vídeos dela com algumas peças do uniforme. Meu coração corrói de ansiedade e saudades dessa pessoinha. Quero ela no Brasil pra ontem!

Enfim, vou nessa!! Beijos de luz p vcs!

À Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora