BFFs

502 44 5
                                    

— Terminei com o Max.
— Vou adotar uma criança.
— Eu... Eu... Estou grávida!

Nós três estávamos sentadas mais uma vez, juntas, na mesa do CoSi, comendo nossas saladas e tomando os nossos sucos (para ficar com as consciências limpas dos Milk-shakes e das batatas fritas que comeríamos depois de sobremesa) e conversando sobre a nossa vida.

— Como assim você vai adotar uma criança? – Maite me encarou.
— Como assim você terminou com o Max? – encarei a Annie.
— Como assim você está grávida? – eu e Maite nos entreolhamos e encaramos Anahí, como se ela fosse uma idiota por não ter entendido a piada – Eu sei que a Maite está grávida, ! Mas o que vocês queriam que eu falasse? "Garçom, me traz mais um suco?". Tinha que seguir a ordem! – ela se explicou e nós rimos outra vez, não acreditando em como nossos assuntos nunca mantinham o foco inicial.
— Whatever! Me conte como o Max ficou – perguntei curiosa deixando minha novidade para um segundo momento.
— Mal, né? Quer dizer, pelo menos ele pareceu estar mal. Acho que ele já sabia que um dia eu terminaria com ele e ainda bem que terminei o noivado, não o casamento. Não queria me divorciar antes dos trinta, meu Jesus, não! Conversamos e eu disse que não dava para continuar. Que o casamento seria uma farsa e que eu o amava o suficiente para não fazê-lo sofrer depois. Ele não me xingou, nem nada. Só disse que acreditava que um dia conseguiria me fazer amá-lo.
— Mesmo quando leva um pé na bunda ele é meigo! A Chita não seria... Ah, oi! – Maite parou de resmungar e deu um gole no suco, tentando desviar o assunto – Viva a Chita! Agora a banana dela vai subir de novo!
— Maite, você é uma depravada! – comentei enquanto segurava a risada.

— Pelo menos não sou eu que quero adotar uma criança só por ciúmes da melhor amiga que está para ter a primeira princesa do clã! – era obvio que ela estava brincando pelo olhar divertido e curioso, mas mesmo assim considerei aquilo motivo o suficiente para lhe jogar um guardanapo na cara – Idiota – ela reclamou – Divida conosco a sua emocionante história do porque de adoção. Estamos curiosas.
— OH. MY. GOSH! Não vai me dizer que o Christopher é... – Anahi arregalou os olhos enquanto deixou sua frase solta no ar.
— CLARO QUE NÃO! – gritei e me encolhi na cadeira em seguida.
— A gente já sabe que a banana dele soooobe!
— Ai, Maite! – corei ainda mais, querendo fugir dali – Isso é mais que óbvio, mas não é por isso.
— Adotar é digno. A Angelina que o diga. – Anahí comentou.
— A Madonna também acha um luxo! – Mai continuou.
— Ok, eu já entendi! – comentei enquanto me recompunha na cadeira – Não irei adotar vinte crianças que nem a Angelina. Também não criarei tumulto, que nem a Madonna.
— Enfim Dud, nos conte, como vai ser? – Mai perguntou.

— Não sei ainda. Christopher e eu ainda estamos conversando e procurando um orfanato...
— Eu conheço um! – eu e Maite a encaramos assustadas – O quê? Conheço pessoas que adotam, ok?
— Tipo? – Maite perguntou.
— Minha terapeuta, minha massagista facial, minha acupunturista, minha...
— Já entendemos, já entendemos! – a cortei antes que ela desse a lista – E qual é o nome do orfanato, Annie? Você sabe o endereço, telefone ou qualquer coisa?

— Na verdade, não. Mas assim que terminar o almoço vou para a acupuntura e posso perguntar para a Kate sobre onde ela adotou o Ethan.
— E você me liga? – perguntei com a voz esbanjando ansiedade.
— Não, Dulce. Falei que conheço um para não lhe falar nada! – sua voz foi irônica e ela revirou os grandes olhos azuis, divertida – Claro que ligo, D. Estou adorando esse futuro clima infantil que terá entre nós! Em breve quero eu ter alguém para mimar!

E nesse instante peguei o celular dela, abri a lista telefônica, apertei a letra A e o primeiro nome que apareceu foi Alfonso. Estiquei a mão para ela com o celular em evidencia e apertei para ligar.

— Você quer ter um filho? Então porque não se resolve logo com o futuro pai?
— Eu... Eu...
— Alô? Annie? – ouvimos a voz através do celular.
— Atende, Anahí! – Maite pressionou.
— Está mais do que na hora, Annie. Boa sorte! – levantei da mesa e Maite me seguiu, deixando Anahí sozinha para tomar suas próprias decisões.

Afinal, amigas servem para isso. Apoiamos, incentivamos e ajudamos... Mas para tomar grandes decisões, ninguém pode ajudar, a não ser nós mesmas.

À Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora