40

816 57 18
                                    

Olhei para o relógio de parede que anunciava meio-dia em ponto e estremeci. Não queria encontrar o Alfonso e aquilo era fato, mas já havia combinado e não sou de desmarcar compromissos. Por mais chatos que eles sejam.

Suspirei, abri uma revista qualquer e comecei a folheá-la quando veio a imagem do Christopher na minha cabeça. Abri um sorriso e fechei os olhos, ainda sentindo minha pele queimando graças às carícias dele. Sorri ainda mais quando lembrei de tudo que ele havia me dito na noite anterior... Cada sussurro...

— Dulce, me diz porque o Alfonso está aqui, por favor! – ouvi a porta da minha sala se fechando e a Letícia me encarando curiosa.

— Ele quer ir almoçar comigo para conversar a respeito de alguma coisa urgente, querida.

— Você, tipo assim, não está traindo o Christopher, está?

— QUE? – eu ri divertida e neguei com a cabeça – Até parece.

— Então quer dizer que ele está solteiro? – ergui a sobrancelha, um tanto nervosa.

— O Christopher ou o Alfonso? – perguntei para ter certeza.

— O Alfonso, claro. O Christopher só tem olhos pra você... – ela comentou enojada e abri outro sorriso, encantada.

— Ele só tem olhos pra mim? – perguntei com voz de criança, fazendo-a revirar os olhos.

— Eu posso ou não dormir com o Alfonso? – ela perguntou mais irritada desta vez.

— Bom, isso fica no seu critério... Eu, pessoalmente, não ligo se você dormir com ele quantas vezes você quiser, mas, sem querer ofender, eu acho que ele veio aqui falar comigo a respeito da Anahí, então...

— Ok, já entendi... Mas você tem algum amigo solteiro, Dul?

— Te passo o telefone do Léo mais tarde... – o grito agudo dela me deixou surda por alguns segundos e logo ela me abraçou radiante.

— Sair com o DiCaprio deve ser perfeito.

— Não é melhor que sair com o Uckermann, pode ter certeza... – pisquei para ela, peguei a bolsa em cima da mesa e sai da sala, ainda ouvindo mais alguns gritos animados da Letícia.

Fomos ao Cosi e assim que estávamos entrando, esbarrei com a Cameron Diaz que me cumprimentou e perguntou como ia o namoro com o Christopher. Sorri educada e respondi que não poderia estar melhor. Depois que ela foi embora, entrei no restaurante acompanhada de Alfonso e nos sentamos em uma mesa afastada. Pedimos a comida e até àquela hora eu não havia feito contato direto com ele. Enquanto esperávamos a comida ele finalmente tomou a iniciativa e me encarou.

— Obrigado por ter me acompanhado até aqui, Dulce.

— Pare de fingir que é um cavalheiro e me diga logo o que você quer. – fui grossa, mas isso tudo é orgulho de amiga.

— Quero falar a respeito de Anahí.

— Agora me diga algo que eu não sei... – ironizei e ele arqueou a sobrancelha, talvez espantado pelo o que eu havia virado.

— Vai ser difícil conversar com você desse jeito, Dulce. Por favor, vamos conversar como adultos.

— E você se acha muito adulto colocando chifres em todas suas namoradas, não é mesmo? Tão macho. Quero ver quando você acabar num asilo sozinho e apodrecendo para as moscas... Vamos ver quem é o "adulto" depois de tudo.

— Dulce, por favor... Você não sabe o quanto foi difícil eu conseguir te ligar para pedir para vir aqui.

— E você não sabe o quão difícil foi eu me perdoar por ter aceitado vir aqui.

À Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora