Sophia

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Demorei um ano para conseguir encontrar tudo o que eu precisava... Toalhas, shampoo, condicionador, etc, etc, etc. A preguiça de abrir a mala era enorme, sem contar que eu nem sabia onde a minha estava! Maite fora embora tão apressada para não estragar a surpresa que nem deve ter lembrado de colocar a minha mala para fora, o que é completamente perfeito. Pelo menos já vi que trouxeram algumas roupas minhas para cá, então nua não irei ficar... Quer dizer, se depender do Christopher...

Senti a água morna descendo pelo meu corpo e relaxei, sentindo o cansaço se apoderando de cada centímetro. Bocejei e fechei os olhos, encostando a cabeça na parede e enxaguando o rosto, numa tentativa de acordar... Deveria estar com tanto sono que não escutei Christopher entrando no banheiro, somente notei a presença dele assim que ele me abraçou por trás dentro do Box, pousando a cabeça em meu ombro direito.

Você deve estar exausta, bebê... – confirmei e tombei a cabeça para trás, afundando em seu pescoço – Quer que eu lhe ensaboe?
— Sem provocações? – esbocei um sorriso fraco e ouvi sua risada próxima de meu ouvido.
Sem provocações... Somente uns beijinhos aqui e outros ali. Não tenho capacidade de resistir tanto assim... – mordi o lábio inferior quando senti a bucha deslizando pelas minhas costas e um beijo terno sendo postado na curva do meu pescoço. Devo ter cochilado, pois quando me dei conta, já estava deitada na cama, enrolada na toalha.

A luz do banheiro permanecia acesa, escutei Christopher cantarolando uma música dos Ramones todo animado e não pude evitar de rir. Levantei-me, vesti uma camisola e uma roupa intima rapidamente e fui na ponta dos pés até o banheiro, onde ele fazia a barba e continuava a cantar.

Hey, little girl, I wanna be your boyfriend. Sweet little girl, I wanna be your boyfriend. Do you love me, baby? What do you say? Do you love me, baby? What can I say? Because I wanna be your boyfriend... – abracei-o da mesma maneira que minutos atrás ele me abraçara e fiz a minha própria versão da música, cantando no mesmo ritmo.
— Hey big boy, you're already is my boyfriend. Perfect big boy, you're already is my boyfriend. Yes, I love you, baby. I say yes. I realy realy love you, my baby. Say you love me too, because I love being your girfriend.

Ele abriu um sorriso enorme e retribui, lhe dando um beijo no ombro e me soltando dele para escovar os dentes. Ele terminou de fazer a barba e ficou me olhando através do espelho. Assim que terminei, ele me pegou no colo enquanto eu gargalhava e me levou para a cama, me deixando ali sozinha para apagar as luzes e fechar a janela. Logo ele estava ao meu lado, com a mão em minha barriga e os lábios colados em minhas costas.

— Desculpe por hoje... Não aguento fazer mais nada! – me referi ao sexo, óbvio.
Não tem problema, meu anjo... Amanhã você me recompensa estreando cada cômodo da casa! – lhe belisquei a coxa e escutei um gemido de dor vindo dele.
— Pervertido! – ri, fechando os olhos.

Acordei na manhã seguinte com um barulho estridente de buzina em minha cabeça. Comecei a sussurrar palavrões e enfiei um travesseiro sobre minha cabeça, tentando retomar o sono. Christopher se moveu na cama, tirando a mão de minha cintura e soltando um suspiro irritado, mas levantando rapidamente em seguida.

— Não vai bebê! Não deve ser aqui... – fiz manha e segurei seu braço, tudo ainda com os olhos fechados.
Vou ver o que é, amor... – ele me deu um leve beijo nos lábios e se pôs de pé outra vez.
— Não se esquece de pelo menos colocar uma calça antes de sair! – eu disse, me acomodando novamente na cama e abrindo um sorriso malicioso – Não quero que tudo isso seja capa de alguma revista amanhã... – escutei uma gargalhada vinda dele e outra vez cobri minha cabeça com o travesseiro.

Por minutos tudo ficou calmo e já estava esperando Christopher retornar à cama, para podermos começar a nossa manhã bem, mas a buzina voltou a soar e, irritada, levantei e abri a janela, com milhares de xingamentos na ponta da língua.

— Até que enfim, Lerda María! Veste uma roupa e vamos! – Maite gritava de dentro do carro. Quê?
— Vamos onde, Perroni?
— Não acredito que você esqueceu! – do que?
— Não esqueci de nada que não existe...
— Hoje é dia do domingo britânico... Acorda! – dei um leve tapa em minha cabeça, tentando voltar para a realidade.

Estava em NY. Festas, compromissos, coisas que não me lembrava...

— Cadê o Christopher? – perguntei, não o vendo ali com ela.
— Disse que ia passar antes na cozinha para pegar algo para vocês comerem... Ele já pegou sua mala.
— Vou me arrumar... – ia fechar a janela, mas a abri novamente – A Anahí vai, não é?
— É a nossa tradição, Dulce. Você não precisa conversar com ela, mas que ela estará lá, é óbvio que sim.
— Un, ok...

À Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora