Casamento

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Através da chuva de arroz, através da risada dos demais presentes, através da melodia que tocava ao fundo, eu conseguia escutar somente a risada de Christopher que me puxava pelos braços e me guiava a pista de dança para a música dos noivos...
O sol se punha entre as grandes árvores do gramado e as velas acesas traziam um pouco de luz que faltava no local, enquanto o céu se tornava uma mescla de cores, fazendo tudo aquilo parecer uma obra de arte.
Os convidados já se encontravam todos sentados ao redor da pista e a música que dançaríamos tinha sido a minha surpresa para ele. Enquanto Christopher me tomava em seu abraço e olhava para o palco, onde Michael Bublé acabara de entrar, ele abriu um sorriso, sabendo o que viria a seguir.

— Eu prometi que essa música tocaria em nosso casamento... – murmurei no pescoço dele, pousando minhas mãos em seus ombros e encostando os nossos corpos – Lembre-se sempre que you're my everything, bebê...
And I can't believe that I'm your man... - ele sussurrou outra parte da música para mim, me fazendo sorrir e começamos a dançar assim que os primeiros acordes da música começaram a serem tocados...

Ele me girou e pousou os lábios novamente nos meus, entrando em um beijo doce e rindo em seguida.

E enquanto a música terminava de tocar ao fundo, ele afundou o rosto em meu cabelo e disse: Você é o meu tudo, Dulce Maria Saviñón von Uckermann...

A pista de dança ficou cheia depois daquela dança e eu não queria sair dos braços de Christopher por nada naquele mundo, porém meu pai me puxou para dançar, enquanto Lucy se jogava nos braços de Christopher para acompanhá-lo naquela dança.
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— Pedi para tocar essa música especialmente para você, mariquita... – ele sorriu e eu o abracei, vendo como Lucy se divertia no colo de Christopher.
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— Papai... – falei enquanto dançávamos – Sobre o que você me disse antes de entrar na Igreja, eu quero falar que tem uma coisa que eu não concordo...
— E o que seria, minha filha?
— Você disse que eu estava começando uma família, porém eu sempre tive uma família... Só estou a aumentando um pouco! – escutei a risada dele e recebi mais um beijo na testa.
— Minha doce criança...

Continuamos dançando mais um pouco até que ele murmurou para mim: "Vá dançar com Christopher e Lucy... Não fique dando moral para o seu velho pai pé-de-valsa..."
Sorri para ele e, negando com a cabeça, lhe dei um beijo, indo fazer o que ele havia falado. Christopher e Lucy abriram um sorriso para me receber e dei um beijo na testa da pequena. Christopher a colocou no chão e ela estendeu uma mão para mim e outra para ele, arranjando assim, uma forma de "dançar" com nós dois ao mesmo tempo.

— Você está linda... – falei para Lucy e ela sorriu.
Amor, Lucy quer fazer uma pergunta para você...
— Qual, minha pequena? – olhei para ela e sorri.
— Posso chamá-la de mamãe? – ela perguntou de uma maneira tímida, porém os olhinhos brilhavam de maneira intensa para mim, o que me fez querer chorar outra vez – Ele disse que eu posso chamá-lo de papai! – apontou para Christopher feliz e voltou a olhar para mim.
— Claro que pode – a peguei no colo – E eu posso chamá-la de filha?
— Pode! – Lucy abriu um sorriso ainda maior, mostrando que estava banguela – Você também está linda, mãe...
— Isso é surreal... – falei para mim mesma enquanto a abraçava.
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Depois de dançar mais um pouco, tive que cumprimentar todos os convidados e receber as parabenizações ao lado de Christopher. Ele me abraçava enquanto andávamos pelas mesas e quando acalmou um pouco, nos sentamos à mesa reservada para nós e comemos um pouco, antes de Maite se levantar e acolher o olhar de todos do salão enquanto batia de leve o garfo em um copo de cristal.
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— Sei que isso soa meio brega, porém quero falar algumas poucas palavras ao casal... Prometo que são poucas, por isso, Alfonso, nada de dormir durante o meu discurso! – ela disse e todo mundo riu, enquanto Alfonso revirava os olhos. Maite olhou para mim e depois para Christopher, abrindo um sorriso malicioso e me fazendo querer afundar a cabeça debaixo da mesa – Para quem não sabe, convivo com Dulce María desde que usávamos fraldas e o grande sonho dela sempre foi se casar e ter uma família a qual se apoiar... E acreditem, era um saco ter que brincar de "casamento" todo dia com ela, ainda mais quando eu que tinha que ser o padre! – mais risos – Mas hoje fico extremamente feliz ao ver como o nosso pequeno "treinamento mirim" para casamentos foi bom. Acho que falo por ela quando digo que esse está sendo um casamento dos sonhos, ou até além deles. Porém não quero falar do casamento e sim dos noivos. Quero dar novamente os meus parabéns mais sinceros e eu juro que agradeço todos os dias por Dulce ter encontrado você, Christopher. Agradeço por vocês serem o encaixe, o equilíbrio e o sorriso um do outro. Agradeço por vocês se merecerem, se amarem e se apoiarem... E por fim, agradeço por não ter mais que ficar tentando bancar a babá para cima da Dulce, porque agora tenho quem o faça por mim! – mais risos – Então, é de coração que os parabenizo.
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Eu me levantei para abraçá-la e enquanto a abraçava, ela disse somente para mim: "Odeio você por ter me feito bancar o padre milhares de vezes quando éramos pequenas".

Depois que todos estavam servidos com os doces, com o bolo e outras comidas, fui para a tenda de circo entregar um pedaço de bolo para Lucy e retornei para a mesa, vendo Anahí e Maite cochichando distante de mim. Me aproximei delas e as abracei por trás, notando como elas se assustaram e calaram a boca.
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— Vamos lá, podem ir dizendo! Eu sei que era sobre a minha lua de mel e quero saber agora para onde vocês vão nos mandar!

— Paris! – disse Maite.
— Polônia! – disse Anahí.
— Você nem sabe onde é a Polônia, Anahí! – Mai falou revirando os olhos.
— E por acaso você sabe onde é? – ela perguntou.
— Não, mas pelo menos eu disse um lugar mais viável!
— Mas deve ter alguém que passa a lua de mel na polônia!
— Sim... os loucos, como você!
— Ai caray... AONDE QUE VOCÊS VÃO NOS MANDAR, PORRA?
— SEGREDO!

E elas saíram correndo, sem nem ao menos olhar para trás. Revirei os olhos e voltei a andar, não me deixando abalar pela curiosidade. Procurei Christopher com o olhar e logo o encontrei sentado na mesa em que se encontravam Plínio, Alex, as namoradas, Alexandra, Luis, e os avôs dele... Dei meia volta e fui me sentar na mesa com os meus parentes. Dei um beijo nos meus pais, nas minhas irmãs, cunhados e sobrinhos e voltei a andar mais um pouco, até que senti as mãos de Christopher rodeando minha cintura e um beijo brincalhão sendo postado na minha bochecha. Sorri e virei para abraçá-lo, vendo como ele também sorria.

Está na hora de jogar o buquê... – Christopher falou.
— Faz um favor para mim, amor?
Qual?
— Quando eu for jogar o buquê, procure Anahí na multidão e me fale mais ou menos onde ela está? – escutei uma gargalhada saindo da boca dele e corei.
Casamenteira... – ele me deu outro beijo na bochecha e confirmou com a cabeça – Ok, então vamos lá?
— Vou avisar as solteiras...

— Solteirona, solteirona, solteirona! – Maite cantarolava enquanto Anahí fechava a cara e cruzava os braços – Solteirona, solteirona! Ficou para titia!
— Para Maite, eu não estou solteira!
— Não é casada! Não é casada! – ela mudou o ritmo da "canção" e me fez prender uma risada.
— Dulce, olha a Maite! Manda ela parar!
— AI MEU DEUS, EU QUERO ESSE BUQUÊ! – escutei o grito de Letícia entre as muitas mulheres reunidas em um montinho e sorri.
— NEM VEM QUE O BUQUÊ É MEU, QUERIDA! – Christian gritou.
— É MEU! – Sarah, minha sobrinha, gritou também
— SARAH, SAI DAÍ! VÃO ESMAGÁ-LA!
— MAS EU QUERO AS FLORES, VOVÓ!
— EU COMPRO PARA VOCÊ AMANHÃ... VEM CÁ! – vi minha mãe retirando a minha sobrinha dali e respirei fundo, me preparando para a bagunça que seria.
— PREPARADAS? NO TRÊS EU JOGO! – olhei para Christopher que mexeu a cabeça para a direita e deu um sorriso – VAMOS LÁ... UM... DOIS... TRÊS! – ameacei que jogaria, mas não joguei. Quando todo mundo começou a reclamar, joguei e me virei rapidamente para ver aquela loucura toda.
— É MEU! – Anahí gritou.!

Comecei a rir quando vi Anahí saindo correndo e se escondendo atrás de Alfonso, pois todos queriam roubar o buquê dela. Alfonso abriu um sorriso enorme e a abraçou, expulsando as outras mulheres (e homens) desesperados. Christopher ria também e respirei fundo, percebendo que a festa (para mim) estava chegando ao fim... Dei as mãos para ele e minha mãe me chamou, mandando eu entrar dentro da casa para trocar de roupa... Concordei com a cabeça e fui fazer o que ela havia mandando.

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