My Reign [Concluída]

Capítulo 16 - Não era o que eu esperava para o fim da noite

Olha só quem apareceu com um capitulo novo!
Demorou um pouquinho, mas saiu.
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- Não é o lugar mais adequado para uma princesa - disse o soldado da guarda real francesa - mas é seguro.

A princesa Mary e ele estava sob a varanda de uma cabana velha e empoeirada que ficava do outro lado do lago, na direção oposta do castelo. O soldado havia conseguido pegar o cavalo que havia fugido e os dois cavalgaram até encontrar a cabana. Depois de uma busca, ele decidiu que era um lugar seguro para passar a noite já que a chuva continuava a cair.

- Acho que eu não estou muito na posição de escolher - a princesa respondeu.

A pequena cabana, assim como outras que ficavam na floresta, havia sido construídas há anos atrás, para servir de abrigo para os guardas franceses que faziam rondas pela floresta. Com o tempo, novas cabanas foram construídas, bem próximas ao Palácio e as antigas foram abandonadas. Por dentro, a cabana era apenas um cômodo vazio, as paredes de madeira estavam gastas e com marcas do abandono e o chão estava cheio de sujeira.

A noite do final do outono estava começando a ficar fria, principalmente por causa da chuva. O soldado ajuntou algumas folhas secas e tentou acender uma fogueira com alguns gravetos.

- Vossa Majestade deve estar me achando ridiculo - disse ele, depois de não conseguir acender o fogo.

- É claro que não - ela respondeu, indo até ele - não é tão fácil quanto pensam.

A princesa se abaixou, pegando dois galhos, começou a friquicioná-los até que uma singela fumaça começasse a sair deles. Ela conseguiu uma pequena faísca e alimentou-a com algumas folhas secas até que eles tivessem uma pequena fogueira.

- É o máximo que vamos conseguir - disse ela, levantando-se.

Os olhos do soldado pousaram nela com um olhar admirado, porém disfarçado.

- Vossa Majestade tem habilidades que a maioria das mulheres não tem - ele acabou dizendo.

Mary abriu um sorriso, voltando-se para ele.

- Me chame de Mary, por favor - pediu - vamos ter que esconder minha identidade até que estejamos em segurança.

Ele assentiu, levantando-se.

- A propósito, eu não sei seu nome - disse ela, sem graça.

- Francis de Bayard, a seu dispor - ele fez uma reverência.

Mary sorriu com o gesto.

- Então, Francis, meu irmão, James, me ensinou muitas coisas, como cavalgar, empunhar uma espada, atirar uma flecha, acender fogueiras, caçar.

Um clarão, seguido de um forte barulho de um trovão, iluminou o ambiente rapidamente. As árvores do lado de fora se balançaram com o vento frio que soprou, fazendo barulho.

- Acho que a chuva não passará tão cedo - comentou ele.

- Só espero que essa fogueira seja o suficiente para nos aquecer.

O vento entrava por entre as frestas da cabana, fazendo Mary se abraçar para se proteger do frio. Ela se abaixou novamente perto da fogueira, colocando as mãos na sua direção para tentar se aquecer um pouco. Francis levantou-se, retirando o manto azul que estava preso ao seu uniforme de couro e o depositou sobre os ombros de Mary.

- Obrigada!

- Não tem de quê.

Mesmo com a pouca luz a princesa pôde reparar nos cortes que haviam no uniforme de Francis, cortes que, em vários lugares, haviam machucado sua pele. Mary também tinha alguns cortes, principalmente nas mãos e braços, mas, em nenhum dos casos, era algo grave.