Capítulo 95 - Eles pagarão

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Sei que vocês estão super curiosos pra saber o que tinha dentro da caixa que a Mary recebeu.

Eu queria ter liberado esse capitulo antes, mas não tava fluindo. Eu espero que vocês gostem.

E se gostarem, por favor, deixa seu voto e seu comentário.

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Mary gritou desesperadamente quando se deu conta do conteúdo da caixa. A cabeça de James estava lá, parecendo encará-la. Os lábios estavam sem cor e os olhos totalmente sem vida. Ela gritou ainda mais, afastando-se dali.

Francis não estava muito longe do quarto de Mary quando escutou seus gritos desesperados. Pelo tanto que ela gritava, mesmo se ele estivesse longe conseguiria ouvir. Seus pés se moveram apressados de volta ao quarto da rainha. A porta estava aberta e já havia guardas lá dentro, Mary encostada na parede oposta a eles, chorando descontroladamente. Ele se dirigiu à ela, envolvendo-a em um abraço protetor. Mary se agarrou a ele, enterrando seu rosto em seu peito, abafando seu choro.

- O que aconteceu? - indagou ele.

- Foi ela... foi a Leeza... ela... ela - Mary gaguejou, com a voz totalmente embargada.

A rainha não conseguiu terminar de falar, apenas enterrou o rosto novamente no peito de Francis, se sentindo vulnerável.

- O que tem ai? - perguntou ele, percebendo que os guardas estavam próximos a uma caixa.

- Parece que a rainha Leeza resolveu enviar a cabeça do Duque de Moray para nossa rainha - um deles explicou, incerto.

Mary se apertou ainda mais contra Francis ao ouvir isso. Ele podia sentir o quanto ela estava amedrontada. Ele a envolveu mais ainda, querendo fazer com que ela se sentisse segura.

- Tirem isso daqui - ordenou Francis - convoquem Leith e Lord Narcisse, reúnam mais homens e interroguem cada servo desse castelo, alguém deve ter visto como essa caixa veio parar aqui. Encontrem quem fez isso.

Os guardas assentiram e se retiraram, levando à caixa onde a cabeça de James estava. Francis sabia que deveria comandar essa operação como chefe da guarda real, mas não podia deixar Mary sozinha naquele estado. Ele fez com que ela se sentasse na cama, deixando-lá para pegar um pouco de água em um cantil.

- Aqui - ele entregou o copo à ela - você precisa se acalmar.

Mary bebeu todo o líquido de uma vez, voltando a chorar logo em seguida.

- Foi a Leeza - falou - ela o matou. E agora ela vai vir atrás de mim - ela cobriu o rosto com as mãos - e Claude, ela também não está segura.

- Mary, calma - ele a abraçou novamente - eu estou aqui e não vou deixar nada acontecer com você.

Ela voltou a chorar, desesperada. Mary torcia para que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo e que ela pudesse acordar.

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O cortejo saiu do portão do castelo e seguiu até o jazigo da família real, onde o rei Henry havia sido enterrado. Mary, Catherine e Claude seguiam a carroça que puxava o caixão que continha somente a cabeça de James. As duas filhas se apoiavam na mãe e as três choravam. As damas de Mary com os maridos seguiam as três, Leith e Francis iam logo atrás assim como outros nobres.

Depois do enterro, Mary estava reunida com sua mãe e sua irmã em uma sala. As três se sentiam péssimas, mas Catherine era a pior delas. Sua aparência imponente havia dado lugar a um rosto abatido e cheio de dor. Claude só conseguia chorar, apesar de fazer isso em silêncio. Já Mary, apesar da dor que sentia, acabou assumindo uma expressão neutra. Ela já havia se recuperado do susto causado por receber a cabeça de James e agora tentava se manter firme para apoiar sua família. No fundo, o que ela queria mesmo era estar poder se deitar em sua cama e ficar lá por um bom tempo, mas precisava ficar ali.

As damas de Mary e seus maridos, bem como Francis e Leith também estavam ali, mas permaneciam em silêncio.

- Conseguiram encontrar o responsável por colocar a caixa no quarto de Mary? - perguntou Catherine.

- Os soldados capturaram a serva que foi responsável por colocar a caixa no quarto de Mary - disse Leith.

Francis havia deixado Mary com a mãe e a irmã e se juntou à Leith e Narcisse no interrogatório da serva e ela acabou entregando mais alguns nomes. Felizmente, todos os responsáveis foram capturados e interrogados. No entanto, todos sabiam que aquilo não iria parar, ainda mais que agora que Leeza havia chegado tão perto do castelo. A rainha espanhola estava brincando com Mary, tentando amedrontá-la.

- O que você vai fazer agora? - Catherine perguntou à filha.

- Eu não sei - Mary suspirou.

- Mas você precisa fazer alguma coisa - disse Catherine.

- Eu sei - repsondeu Mary, nervosa.

- E então... - Catherine insistiu.

Apesar de sua aparência triste, Catherine havia assumido uma postura dura.

- Deixe-a em paz - Claude saiu em defesa da irmã - Mary não está bem, nenhuma de nós está.

- Eu sei disso - Catherine falou, irritada - eu acabei de perder meu filho.

- E Mary e eu perdemos nosso irmão - Claude rebateu, brava - pare de pressioná-la.

- Eu estou ajudando ela - Catherine brigou - Mary é a rainha, ela precisa se pronunciar antes que o medo tome o castelo.

- Isso pode esperar até amanhã - disse Claude.

- Acho melhor fazer isso logo - disse Mary, interrompendo a discussão das duas.

- Tem certeza? - perguntou Lola, preocupada.

Mary acenou com a cabeça, pedindo que alguém arrumasse tudo para que ela fizesse um pronunciamento. Greer e Castleroy se ofereceram para fazer isso e depois Mary se sentou em seu trono, com uma expressão que indicava que ninguém deveria se aproximar. Francis queria se aproximar, mas entendeu o olhar dela que pedia para ficar sozinha.

Quando tudo estava pronto todos saíram, deixando Mary para trás. Ela se aproximou da varanda, nervosa. Sua mãe, apesar de tudo, tinha razão. No castelo, nobres e servos tinham medo e ela precisava responder a isso.

- Você não precisa fazer isso agora - disse Francis, preocupado.

- Sim, eu preciso - ela respondeu - é melhor fazer isso logo.

Ele assentiu com a cabeça. Eles estavam em uma das sacadas. Lá, Catherine e Claude já estavam lá dentro, os outros nobres havia descido para escutar o pronunciamento da rainha junto com outros habitantes do castelo. Mary respirou fundo antes de se posicionar entre a irmã e a mãe. Francis e Leith estavam logo atrás, perto da parede, com suas posturas de guardas reais. Mary observou o povo lá embaixo, todas a olhavam com expectativa.

- Eu sei que muitos de vocês estão assustados com o que aconteceu - começou ela, com a voz firme - e acreditem, eu também fiquei assustada. Mas nós não podemos deixar que os espanhóis consigam o que querem. Eles invadiram nossos países, nossas casas, mexeram com nossas famílias e nós não iremos deixar isso barato. Os culpados pela morte de James foram capturados e serão executados ao amanhacer. E quanto à rainha Leeza, nós mostraremos a ela nossa força. Nós lutaremos juntos, franceses e escoceses, como um só povo e iremos recuperar o que é nosso.

- Isso é uma declaração de guerra - disse Lola, preocupada, ao marido.

- É sim - ele sorriu - já estava na hora.

- Os espanhóis pagarão por cada vida perdida - Mary continuou, com uma voz confiante e autoritária.

O povo se agitou, inspirados pelo discurso da rainha.

- Vida longa a rainha - Narcisse gritou.

A multidão se inflamou e começou a repetir o grito. Mary, apesar de parecer confiante por fora, se sentia amedrontada por dentro. Ela havia acabado de declarar guerra à Espanha.

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Quem falou que era a cabeça do James acertou.

E agora é real pessoa, estamos na reta final de verdade.

A guerra vai começar. Quem você acha que vai vencer? E o que você acha que ainda pode acontecer?

My Reign [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora