Capítulo 19 - Novos papéis

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Olha o que temos aqui... será que é um capitulo novo?

Leia com carinho e deixe sua estrelinha e seu comentário.
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Já era quase noite quando Mary e Francis chegaram a uma nova vila depois de horas calvagando e poucas paradas para ganherem tempo em sua grande jornada até o porto, onde tentariam encontrar um navio que fosse para a Escócia.

Os dois já haviam virado grandes amigos depois de quatro semanas de viagem. Francis se sentia extremamente grato por não ter desenvolvido sua paixão platônica com toda essa proximidade, na verdade, tê-la como amiga, impediu isso. Porém ele não se esquecia de que ela ainda era a Princesa da França e que quando tudo isso acabasse ele voltaria a ser somente um soldado da Guarda Real. Talvez até ganhasse alguma recompensa ou subisse de posto por ter cuidado da princesa, mas não era isso que ele tinha em mente.

Mary já havia passado por tantas vilas que nem conseguia se lembrar de todas. Ela admitia que, em outras circunstâncias, teriam gostado de conhecer tão bem seu país. Seria de grande utilidade para seu reinado saber as principais necessidades de cada lugar.

Se é que ela conseguiria assumir o trono um dia...

A possibilidade de não conseguir reencontrar seus pais era algo sempre presente na mente de Mary, apesar de Francis sempre encorajá-la a pensar diferente.

Vez por outra, os dois acabavam encontrando alguns nobres espanhóis pelo caminho, mas, a essa altura, já não tinha mais medo de ser reconhecida. A princesa da França estava, ironicamente, cada vez mais parecida com uma camponesa. Ela já não mantinha mais sua aparência real, apesar de continuar encantadoramente bela, e até mesmo seus modos ela já havia conseguido adaptar quase que completamente.

Chegaram à única hospedaria da vila, que também era uma taberna. A recepção que também era onde se faziam as refeições era maior do que eles esperava e estava cheia de gente.

Haviam vários servos e, pela roupas, alguns senhores de terra. Esses últimos não faziam parte da nobreza, pelo menos não da nobreza de lordes, duques, marqueses e etc. a qual Mary estava acostumada, mas era o mais perto disso que qualquer um daquela vila poderia chegar.

Os senhores de terra, em sua maioria eram uma espécie de mordomos, tinham por obrigação cuidar das terras dos nobres a quem serviam. Muitos nobres utilizavam suas terras para plantio e extração de minérios que eram, posteriormente, vendidos à coroa. Como a maioria dos nobres não se dava ao trabalho de cuidar dessa parte dos negócios, escolhiam alguém de confiança entre seus servos para fazer isso, pagando-lhes muito bem pela sua fidelidade.

Francis indicou uma mesa vazia em um canto perto dos músicos, para que Mary se sentasse enquanto ele pedia suas refeições e seus quartos. Mary passou pela multidão, sentindo-se um pouco desconfortável com toda a movimentação e barulho.

- Desculpe-me - pediu Mary ao trombar com uma jovem camponesa de cabelos loiros.

- Não foi nada - disse a camponesa com um sorriso - está lotado aqui hoje, é difícil não trombar em ninguém.

Mary concordou, perguntando o porque de toda aquela agitação.

- Estão todos comemorando a chegada da colheita, esse ano ela será bem farta - explicou a camponesa, saindo logo em seguida.

Mary sentou-se, tomando cuidado para não ficar com a postura totalmente ereta, esse era um dos pontos que ela ainda precisava se policiar. Procurou por Francis na multidão, mas era difícil vê-lo.

- Eu nunca vi você - ela escutou alguém dizer - é nova por aqui, senhorita?

Virando a cabeça, minimamente, para o lado, encontrou um homem que devia ter uns 36 anos e usava roupas elegantes e algumas jóias simples, dando a entender que era um dos senhores de terra. Ele tinha um sorriso fácil e segurava uma taça de metal em uma das mãos. A julgar pela expressão extremamente alegre em seu rosto, Mary podia afirmar que aquela não era sua primeira taça.

My Reign [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora