- Pedro! Por favor, não pode acontecer de novo! Não agora que tudo está se encaixando, que estou feliz, com uma pessoa que amo!- passo minha mão pelos seus cabelos e passando uns cinco minutos escuto a porta se abrir.
- É minha culpa...- sussurro.
- Calma, querida. Não é sua culpa, acidentes acontecem. Ele vai se recuperar, -diz Ana, mãe de Pedro.
- Como isso aconteceu?- pergunto mais calma para os pais de Pedro que me responderam que ele estava indo para o aeroporto me ver quando um carro foi de encontro ao dele e os dois rodaram com o carro para fora da pista na floresta, o outro motorista morreu e foi muita sorte de Pedro estar aqui no hospital. Os vidros do carro cortaram levemente sua testa, mas sua coxa estava com muitos cacos de vidros, o que fez com que ele tivesse uma hemorragia. Se demorasse pouco mais de dez minutos para tirá-lo daquele carro, ele morreria.
Passei a noite naquele hospital e perdi a aula de segunda, não queria deixá-lo, queria ver ele acordar e saber que ele estava bem, mas Jennifer não me deixou ficar mais lá, porque diz ela que para o meu bem eu deveria ir para casa e voltar para a escola, fiquei muito nervosa quando ela me proibiu de entrar la.
Chego em casa, me deito e penso em tudo... Foi minha culpa, se ele não precisasse ir até o aeroporto não teria lhe acontecido isso!
- Filha, ele vai ficar bem. Ele está em mãos de bons médicos!
- DYLAN TAMBÉM ESTAVA!- grito e começo a chorar- Me..me desculpa, mãe...
Ela fica abraçada comigo até eu pegar no sono e acordar apenas no outro dia com o meu despertador. Nem havia jantado ontem... Peguei meu celular e vi várias mensagens dos meus amigos, não respondi ninguém. Hoje eu decidi que iria para a aula, então na escola eu conto para eles o que aconteceu, se já não ficaram sabendo...
A escola era o último lugar em que eu queria estar agora, todo mundo olhava para mim sentindo pena, porque era a segunda vez. Odeio que sintam pena de mim!
Na hora do intervalo Sophie tenta me animar de qualquer jeito, mas não tinha como. Quando levanto da mesa para ir ao banheiro, Laura aparece na minha frente com raiva.
- Conseguiu o que queria?
- O quê?-pergunto sem entender.
- O que queria fazer tentando me juntar ao Liam? Me fazer sofrer? Estava planejando tudo com aquela sua amiguinha Sophie. Você sabe que ele gosta de você e sempre vai gostar, você não se toca, né?
- Laura, como assim? O que houve?- agora todos estavam olhando para a gente.
- Você não cansa de fazer os outros de bobo? Agora teve o que mereceu! Dylan e depois Pedro! -me coração começa a bater rápido.
- Como...
- Como eu sei sobre o tal de Dylan? Todo mundo está comentando, até porque depois daquela sua festinha todo mundo te notou. Talvez você nem goste realmente de Pedro, apenas queria alguém parecido com Dylan e você se aproveitasse do Liam!!
- Cala a boca, sua vadia!- Sophie levanta e encara Laura.
- Agora a vadia sou eu? Não era eu que estava indecisa entre meu namorado e um garoto qualquer. Vocês duas merecem ser melhores amigas mesmo! Parabéns, Alisson! Conseguiu tirar Liam de mim.
- Eu não fiz nada, se ele se afastou de você foi porque quis! Porque viu quem você é de verdade!
- Espero que você tenha um final igual a Dylan e a que Pedro terá daqui a pouco, querida Ali.- ela sorri é quando vira de costas Sophie a puxa pelo cabelo e a derruba no chão dando muitos tapas e socos em Laura.
Styles e os amigos de Leonardo tentam separar as duas antes que o diretor chegue. Puxo-a para o banheiro e lá eu começo a chorar, Sophie me abraça.
- Eu não vou aguentar passar por isso de novo!
- Ele vai ficar bem, amiga! A Laura é um vaca, não liga para ela, não sabe do que fala!
- Eu passei quase três anos sem amar, porque eu tinha medo...e...e quando eu me apaixono novamente, isso acontece!
- Ali, aquela garota era uma falsa, ficava só de olho na nossa vida mas não complementava em nada! Às vezes nós não conseguimos distinguir o mal do bem e também algumas coisas é bom acontecer, cada erro é um aprendizado... Saiba que sempre estarei ao seu lado e somando em tudo e não subtraindo.- eu dou um sorriso fraco.
- Te amo muito, amiga!
- Também te amo!
O sinal bate e nós seguimos em direção à sala de aula. Percebo muitos cochichos e olhares sobre mim. Tento não me abalar e me sentir indefesa. Quero apenas que chegue a última aula e eu possa ir ver Pedro.
Abro a porta de seu quarto no hospital e lá está ele, deitado, com os olhos fechados, pálido, com a coxa costurada e os cortes na testa um pouco melhores.
Sento na poltrona que estava ao seu lado, seguro sua não e começo a fazer uma oração, acabo por adormecer ali mesmo. Tempo depois alguém me chama e vejo que é Jennifer me olhando.
- Desculpa, mas não consigo ficar longe dele e não irei ficar. Eu não consigo...- olho para ele e sinto vontade de abracá-lo.- Eu sei que você só quer o meu bem, mas eu só fico bem perto dele.
- Tudo bem, me desculpe também. Não irei te falar o que deve ou não fazer.- ela sorri e eu tento retribuir outro sorriso.- Ele vai se recuperar, vai voltar a ser meu irmãozinho irritante e mandão novamente. - Tento dar um sorrisinho, mas saiu mais parecido com uma careta.
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No outro dia eu fui para a escola normalmente, ainda escutando pessoas falando de mim, mas ignorei, não posso ficar ficar remoendo coisas do passado e nem me sentir mal por algo que eu não tenho culpa, eu o amava e passei muito tempo pensando que tudo poderia ser normal como na vida das outras pessoas, mas o meu problema é esse! Eu sempre acho que a vida das pessoas não tem problemas igual a mim e a minha família, mas estou errada! Todos temos problemas ou alguma hora iremos ter, eu não sei o que se passa na vida dos outros, eles podem fingir estarem suficientemente bem, com sorrisos largos e ter muitos problemas para enfrentar, porque ninguém quer ou consegue demonstrar suas fraquezas e mágoas, mas alguma hora vai vir á tona e teremos que enfrentar.
Recebi uma ligação da Jennifer dizendo que o Pedro acordou e logo fui para o hospital, quando o vi meu coração disparou e apareceram lágrimas em meus olhos.
- Você não sabe o quanto eu tive medo de te perder, Pe!- segurei na mão dele e ele entrelaçou nossos dedos.
- Calma, princesa...estou bem aqui e não vou te deixar.
- Talvez tenha sido essa família abençoada que você tem que te ajudou nessa recuperação, Rapaz!
- Obrigada, Doutor.
- Eu irei precisar fazer mais alguns exames nele para ver se está tudo certinho.
- Tá bom... Depois volto ficar mais com você.- lhe dou um selinho e saio da sala.
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Amores
Ficção AdolescenteUm adolescente nunca sabe qual decisão tomar, sempre em duvida quanto à faculdade, escolhas, amores e amizades. Chega um momento da vida que tudo fica no seu devido lugar, sem problemas ou complicações, mas para chegarmos nessa fase, passamos por d...