Escrito por: Bruna
Para: RodrigoQuando me mudei para a fazenda Whitmore, me disseram que ela escondia muitos segredos, entre elas, a de um espantalho, mas sei que isso era apenas tentativas de meus amigos para me assustar, lembro-me exatamente o que me disseram na semana em que me mudei.
— Cara, você vai mesmo se mudar para a Fazenda Whitmore? - Joe perguntou.
— Claro que vou, meus pais conseguiram comprar por um bom preço, nos mudamos no próximo fim de semana.
— Se eu fosse você, iria preferir morar na rua. - Carl falou.
– O que tem demais? É só uma fazenda velha.
– Nunca soube o porquê de elas estar abandonada há tanto tempo?
Balancei a cabeça, negando.
– Diz a lenda que o primeiro dono da fazenda construiu um espantalho, tanto para espantar os pássaros da plantação, quanto para evitar pessoas indesejadas. – Joe começou – A esposa dele mexia com essas coisas de bruxaria, mas não amava o marido, então, no dia 31 de outubro, enfeitiçou o espantalho, para que ele matasse o dono da propriedade.
– E ele o matou, mas a bruxa não retirou o feitiço, e acabou que seu próprio feitiço virou-se contra ela no ano seguinte. Desde então, o espantalho ganha vida no dia 31 de outubro, matando todos os proprietários da fazenda. E isso acontece ano após ano. – Carl falou.Estávamos sérios, até que não aguentei e comecei a gargalhar.
– Boa, gente. – falei, rindo, tentando recuperar o fôlego – Estava quase acreditando nessa história de vocês.
–Se você não quer acreditar, tudo bem, mas é o que os moradores antigos contam. - Carl falou, dando de ombros.Já se passaram alguns meses desde que nos mudamos, na fazenda realmente havia um espantalho, que me dava muito medo, sempre tinham vários corvos em cima dele, parece que com o tempo, os pássaros pararam de se importar com ele, vindo se alimentar de nossa plantação. Hoje é Halloween, meus pais viajaram, para alguma competição de maior legume do mundo. Eles não permitiram que eu fosse à alguma festa, pela fama da fazenda Whitmore, muitos adolescentes costumam invadir a casa, para constatar se a lenda do espantalho é real. Carl e Joe vieram para cá, também queriam ver o espantalho de perto.
Estávamos assistindo algum filme de terror antigo, já estava escuro lá fora, passamos o dia inteiro desse jeito: comendo pipoca, pizza e assistindo filmes de terror.
– Que horas? - Joe perguntou, ele tinha uma voz de ansiedade e medo ao mesmo tempo.
– Meia-noite. - falei, olhando no relógio pendurado na parede da sala.Meus dois amigos trocaram olhares, animados.
– Ele já deve estar despertando.
– Ele? Ele quem? - perguntei, confuso, afinal, éramos os únicos ali.
– O espantalho, oras! – Joe falou, como se fosse óbvio.
– Vamos verificar! – Carl falou, se levantando, passando pela porta que dava acesso ao lado de fora, Joe foi atrás dele, e eu, como não queria ficar sozinho, os segui.– Estão vendo? Eu disse que não existia essa história de espantalho amaldiçoado! – falei, quando chegamos próximos da plantação de milho, onde o espantalho estava.
– Vamos nos esconder, vai ver ele não ganhe vida caso alguém esteja vendo! – Joe sugeriu, já nos puxando para o meio do milharal.Esperamos por uns bons cinco minutos até que...
– Nada. – eu falei, sorrindo um pouco debochado para Joe e Carl, que do nada, ficaram apavorados – Podem parar, já percebi que é uma pegadinha, falei, virando para a frente de novo, vendo apenas o suporte de madeira em que o espantalho costumava ficar, e o ciscador, usado por meu pai para preparar a terra, tinha sumido. Arregalei os olhos.– Caras, se isso for mais alguma piada de vocês, é melhor pararem. – eu realmente estava ficando assustado com tudo aquilo.
Ouvimos passos, quebrando as folhas e galhos secos, mas nenhum de nós três estava fazendo aquilo, parecia que estávamos brincando de estátua. Finalmente, saímos do meio da plantação e resolvemos voltar para a casa, onde continuaríamos nossa maratona de filmes, quando vimos uma silhueta saindo de trás da macieira, ela era disforme, apesar de braços e pernas, segurava a ferramenta de meu pai e usava um chapéu aparentemente de palha. Não pensei muito e me pus a correr, para o mais longe possível, Joe e Carl vinham atrás de mim.
– Vamos para o celeiro! – falei para meus amigos, que corriam atrás de mim, aquela coisa também começou a correr atrás de nós, e era muito rápida.Entramos no enorme galpão, estávamos ofegantes.
– O que vamos fazer? – Carl falou, quando estabilizou a respiração.
– Vocês é que são os especialistas, pensem em algo!
– Bom, ele não pode sair da propriedade, nós podemos correr até chegar a estrada.
– E aí? Fazemos o que depois? Ficamos lá até sermos assaltados? – falei, aquela área não era muito movimentada.
– Melhor que um espantalho assassino.O silêncio se instalou por um tempo, até que ouvimos um barulho alto, de batida, s coisa tinha chegado ao celeiro e queria entrar, e, pelo visto, não ia demorar para conseguir. Silenciosamente, decidimos seguir o plano de Joe. Encontrei algumas ferramentas de meu pai, então cada um pegou algo com que pudéssemos nos defender, até chegar ao portão, depois, podemos ir ao sítio do senhor e da senhora Green, um casal de velhinhos que sempre me tratou muito bem. A porta do celeiro foi aberta de supetão, fazendo com que nós três fôssemos para trás de pilhas de feno. A criatura entrou no local, andava devagar, parecia estar mancando. Fiz um sinal, agora que ele se afastou da porta, poderíamos sair correndo com um pouco a mais de chance. Corremos mais, chutando uma pá no meio do caminho, chamando a atenção do monstro. O terreno da fazenda não era plano, o muitas vezes nos fazia tropeçar.
Avistar a portinhola que separava a fazenda me deu alguma esperança, mais alguns metros e estaríamos na estrada, seguros, bem, em partes.
Ouvi um grito, olhei para trás e Carl tinha tropeçado e caído, em outras situações, eu diria. Disse para Joe continuar correndo e para abrir a cancela, enquanto eu ajudava Carl levantar o espantalho já tinha voltado para nosso campo de visão e olhava para nós, parecia que ele havia descoberto nosso plano. Meu amigo levantou, dei-lhe um empurrãozinho para que ele corresse mais rápido, eu fiquei alguns passos atrás, e não percebi, estávamos a menos de cinco metros, quando o objeto amaldiçoado me alcançou e enfiou o forcado em minhas costas, olhei para meu peito e percebi que as pontas tinham me atravessado, tossi, cuspindo sangue, senti minhas pálpebras ficaram cansadas e fechei os olhos, ouvindo meus amigos me chamarem.
– KEVIN!//--------------//----------------//----------------//-------- //--------------//----------------//----------------//--------
O Grupo DLB e a Adm Katlin
Agradecem a participação de Bruna na atividade recreativa.
Todos os credito da história à escritora.Obrigado pela sua leitura.
Para mais informações, Acesse no perfil ou entre em contato conosco através do inbox ou da nossa página do facebook.link da página : https://www.facebook.com/livrosCafehistoriafotos/
VOCÊ ESTÁ LENDO
Era Uma Vez
ContoLivro composto de histórias, contos e One short do grupo DLB (Devoramos Deliciosos Livros No Breakfast). Atividade recreativa com sorteio de amigo secreto , temas diversos e personagens surpresas. Venha se divertir e se emocionar com os talentos...