👳Deuses👳- Druantia

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De: Raquel
Para: Katlin

*_Druandia_*
Charlotte sorriu ao perceber a movimentação silenciosa atrás de si, mantendo os olhos no livro de mitologia a sua frente. Ela estava sentada sobre o telhado da mansão, desfrutando da brisa oceânica e da vista.
— Você tem que aprender a disfarçar melhor… — Logan se sentou ao seu lado, deixando um sorriso escapar quando ela bufou.
— Desculpe, não estou acostumada a ser caçada por alguém que possui super sentidos… Normalmente sou eu quem estou caçando. — ela sorriu travessa para ele, antes de voltar a atenção novamente para seu livro
— O que está lendo? — ele olhou por cima do ombro dela para a página com uma grande ilustração de uma mulher de pele esverdeada, com longos cabelos verdes decorados com flores e galhos.
— Mitologia Celta. Druantia, a deusa da fertilidade. — Charlotte ajeitou o livro, lhe mostrando de melhor forma as páginas. — Também é chamada de a Senhora das Plantas. Pena que não existam muitas informações sobre ela… ou mitologia celta em geral.
A morena fechou o livro deixando um suspiro escapar.
— E pensar mesmo depois de tantos anos, de tantas coisas, as pessoas ainda não aprenderam a valorizar suas histórias, suas culturas. — ela voltou os olhos para a penhasco, balançando as pernas e sorrindo tristemente. — As pessoas ainda insistem em pensar que tudo estará ali para sempre, não param para pensar que de um momento para outro tudo pode ruir.
— Bem, raramente essas pessoas enfrentaram uma guerra. Quem dirá duas. — Logan voltou os olhos para a paisagem, vendo o céu ser pintado por tons de lilás, enquanto a noite começava a cair. — Então… Deusa da Fertilidade?
Charlotte riu, voltando os olhos amendoados para ele e encontrando um sorriso malicioso em seus lábios.
— Achei que seria uma leitura interessante. Senhora das Plantas, temos uma floresta basicamente do lado de casa… — ela deu ombros, se aproximando um pouco mais do moreno. Estavam tão próximos agora que ele podia ver cada pequeno detalhe de seus doces olhos cor de amêndoa. — Além do mais nosso contato parece ter algum tipo de… fascínio pela mitologia nórdica e celta. Saber um pouco sobre isso pode nos ajudar a criar uma relação um pouco melhor.
— Interessante… Algo mais sobre essa deusa? — um mínimo sorriso surgiu em seus lábios quando ela pousou a cabeça sobre seu ombro. — O assunto parece ter despertado sua curiosidade…
— Um pouco. — a morena sorriu, mantendo os olhos fixos ao pôr do sol. — Por exemplo, seu rosto ligado às árvores simboliza proteção, conhecimento, criatividade e crescimento. Eles acreditam que ela criou o calendário celta das árvores, que divide o ano em 13 meses que correspondem aos ciclos da lua. Ela é vista como uma Senhora das Fadas das árvores e, está associada a dríades, assim como a essência das plantas e os espíritos da natureza.
— Parece que fez o dever de casa. — ele sentiu o corpo da morena se balançar em uma risada, enquanto ela ajeitava sua postura.
— Bem, alguém tem que fazer, já que você e o Vitor parecem preferir brincar de macho alfa do que pesquisar nossos contatos. — ela se levantou, seguindo com o andar felino até a beirada, antes de saltar sobre a varanda que usara para chegar até ali. — Vejo vocês dois amanhã… Lembre-se que vamos sair bem cedo.
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Charlotte deixou um sorriso escapar ao ver os dois homens caminhando poucos passos atrás de si, implicando um com outro. Apesar disso, o trio mantinha os sentidos alertas a qualquer sinal de perigo.
— Vocês dois! — ela os olhou irritada por cima do ombro, os fuzilando com o olhar. O ruído do galho se quebrando ecoou pela floresta silenciosa mais alto do que gostaria. — Querem ficar quietos?!
Logan concordou com um aceno, enquanto Vitor se limitou a murmurar algo como um rosnar, antes de voltarem a caminhar.
As árvores de copas altas e majestosas eram cercadas por flores de diversos tons e insetos, muitos insetos. O som de um imponente cachoeira podia ser ouvido ao longe, enquanto a grama se tornava mais abundante e as árvores desapareciam, deixando a pequena clareira quase vazia, exceto pelo majestoso carvalho, que deveria ter no mínimo meio século.
— Meus visitantes. — a mulher de longos cabelos castanhos, usando um vestido de seda verde com um broche dourado saiu de trás do carvalho, acompanhada por um pequeno grupo de cervos. — Vejo que cumpriu com a sua parte do acordo.
— Sim. — Charlotte fez uma mesura educada, antes de olhar irritada para os dois homens atrás de si, que a imitaram. — Eles irão resolver o problema com os caçadores, Druantia.
— Ótimo. — grossos cipós envolveram o trio, os levantando do chão por um momento, enquanto a mulher os encarava, os olhos brilhando furiosos. — Não ousem me enganar.
— Jamais. — Charlotte respondeu fria e calma, como se já estivesse acostumada a lidar com aquele tipo de ameaça. A mulher os soltou, voltando para seus cervos e desaparecendo na floresta.
— Não disse que ela era uma deusa. — Victor disse irritado, olhando para a morena e ajeitando o casaco.
— Ela é como nós. Vamos, ela também não gosta de ficar esperando e não quero ser ameaçada duas vezes em um só dia por alguém que acha ser mais forte do que eu. — Charlotte ajeitou suas roupas, seguindo a frente do grupo novamente, a procura dos caçadores.
Um par de longas horas haviam se passado, antes que os três voltassem a clareira, sujos de sangue, terra e grama. Os caçadores já não eram mais um problema, apesar do quase pânico criado por Vitor ao chegar perto demais do acampamento com as famílias.
— Feito. — Charlotte gritou a plenos pulmões, fazendo com que a mulher reaparecesse, saída de seu esconderijo. — Sua vez.
— Aqui. — ela jogou para eles uma velha mochila, antes de entregar um papel a morena e novamente desaparecer.
— Divindade moderninha essa… — ela sorriu, puxando um celular e um pen drive para fora da bolsa. — Parece que nosso amigo esteve por aqui. Nosso próximo passo é saber para onde ele foi a seguir e já tenho um palpite.
Ela exibiu um fragmento de mapa, mostrando algumas ilhas gregas, antes de sorrir para os dois homens a sua frente.
— Vamos, meninos. Temos uma longa viajem a nossa frente. — ela sorriu travessa, os olhando por cima do ombro, antes de começar a caminhar para fora da misteriosa floresta.

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O Grupo DLB e a Adm Katlin

Agradecem a participação de Raquel na atividade recreativa.
Todos os credito da história à escritora.

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