Capítulo 7

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Capítulo 7


Quando voltei para o quarto, Megan já tinha adormecido. Eu me sentei na poltrona para esperar que minha mãe chegasse e peguei no sono ali mesmo. Pela manhã, minha mãe me acordou com um beijo na testa.

— Bom dia, filho.

— Mãe, por que demorou tanto? Você disse que já estava voltando.

— Me desculpe. Zane quis me contar seu lado da história. Ele até me levou para ver algumas de suas casas.

— Passou a noite com aquele cara?

— Você quer dizer este cara? — Pickford falou, aparecendo por sobre o ombro de minha mãe.

— O que ele está fazendo aqui? — perguntei, indignado.

— Eu vim trazer café para sua mãe — ele mesmo respondeu. — Aqui está, querida. Com leite, do jeito que você gosta.

Minha mãe pegou o copo de café das mãos de Pickford e os dois trocaram um rápido beijinho.

— MÃE! — falei alto. — Você ainda está com esse sujeito? Não viu nada do que eu te mandei ontem?

— Vi sim, filho. Mas Zane me explicou tudo.

— É verdade — ele completou. — E também posso explicar para você, se quiser.

— É mesmo? Pode me explicar por que mentiu para minha mãe e enganou a todos nós? — disparei.

— Eu não menti. Olha, eu pensei que sua mãe soubesse quem eu era desde o começo. E quando notei que ela não sabia, eu não soube ao certo como contar a ela. — Ele olhou para minha mãe, seus olhos brilhando com certa admiração. — Mesmo sem saber nada a respeito de minha fama e fortuna, sua mãe me tratava bem. Ela sempre ria quando estávamos juntos, e eu ria também. Eu nunca quis esconder nada de nenhum de vocês. No minuto em que sua mãe me perguntou, eu contei tudo a ela.

— Ah, contou? Você disse a ela que é um dos homens mais ricos deste país e estava fingindo não ser? E o fato de que já foi casado? E sobre ter filhos? Por acaso contou isso a ela também?

— Tudo isso está na internet? — ele perguntou, parecendo surpreso.

— Sim, filho — mamãe falou. — Ele me contou absolutamente tudo.

— Não tenho nada a esconder — Pickford acrescentou, abrindo os braços.

Nossa discussão acalorada fez com que Megan despertasse.

— Mamãe, o que está acontecendo? — Meggie falou, com voz de sono.

— Zane, querido, poderia nos dar um minuto? — minha mãe se dirigiu ao seu namorado.

— Claro — Pickford concordou. — Vou esperar lá fora.

Tão logo ele saiu do quarto, minha mãe sentou-se na cama ao lado de Megan e contou tudo o que havia acontecido. No final, completou com algumas informações difíceis de digerir:

— Zane ainda se dispôs a nos ajudar a encontrar um lugar para morar. E além de tudo, me ofereceu um emprego fixo na companhia dele.

— Ah, mãe, não acredito que você ainda esteja pensando em aceitar ajuda desse mentiroso! — protestei.

— Não fale assim! — repreendeu-me. — Você pode não gostar dele, mas pelo menos tenha respeito!

Megan ainda parecia perplexa com toda a situação.

— Então ele é tipo super-rico? — falou, esfregando os olhos. — E o que você vai fazer na empresa dele, mamãe?

— Eu não sei ainda, filha. Mas ele me ofereceu o cargo de assistente pessoal dele.

— Mãe, você é uma professora, não uma secretária de luxo para magnata esbanjador — murmurei.


— Filho, você sabe o quanto nós precisamos de dinheiro neste momento. Eu não vejo problema em aceitar uma boa proposta de emprego, além de uma grande ajuda para encontrarmos uma boa casa. Você devia entender. Você está voltando para a universidade amanhã. Meggie logo vai sair deste hospital e nós vamos precisar de um lugar para viver. E precisamos de um endereço fixo para realizar a matrícula de Meggie em uma escola. Se vamos nos estabelecer aqui, precisamos começar a pensar em tudo.

— É, mas você sabe que poderíamos ficar com os McGregors até acharmos algo decente.

— Meu filho, eu sei que você adora ficar na casa da sua namorada. E eles foram muito amáveis em nos receber lá. Mas Meggie e eu precisamos ter nossa privacidade. Espero que entenda.

— OK, mãe. Se é isso que você quer — respirei fundo e me levantei. — Eu vou ver Jessie. Afinal, como você bem lembrou, eu volto para a universidade amanhã. Tenha um bom dia!

Caminhei apressadamente para fora do quarto. Ao sair, passei por Pickford que estava parado junto à porta. Vê-lo ali me fez sentir ainda mais raiva.

Naquele momento, eu só queria sair de lá.

SOB O MESMO CÉUOnde histórias criam vida. Descubra agora