Capítulo 50

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Capítulo 50

"Eu odeio a Flórida no mês de março!" Era a única coisa na qual eu conseguia pensar, repetidas vezes, depois de receber o convite de Jessie para me juntar a ela e seus amigos na praia naquela manhã de terça-feira.

Eu. Simplesmente. Odeio. A. Flórida. No. Mês. De. Março.

Não me leve a mal, eu amo a Flórida. Amo mesmo! Exceto nesta específica época do ano, quando todos os universitários vêm em busca de aventuras libidinosas, álcool, drogas e um lugar ao sol na "praia mais famosa do mundo". Durante o recesso de primavera Daytona Beach vira um inferno! Literalmente.

Mesmo assim, eu não poderia recusar um convite de Jessie, já que ela tinha viajado até Daytona Beach exclusivamente para me ver (segundo ela própria). Por isso, concordei em ir à praia com ela e seus amigos, mas não sem antes fazer um pedido:

— Posso levar minha irmã? — perguntei e, mesmo estando em uma chamada só de áudio, eu quase podia ver a cara de confusa dela do outro lado da linha.

— Eu... eu acho que não vão permitir que Meggie participe de uma festa de Spring Break, Sammy.

— Eu estou falando da minha outra irmã. A Becca.

— Ah... Claro. Eu acho.

— Relaxa, ela já é maior de idade — esclareci. — Nos vemos mais tarde então.

— OK. Até logo.

Assim que desliguei o telefone, corri para encontrar Rebecca. Ela estava em seu quarto, colocando ração dentro do aquaterrário para alimentar sua tartaruga.

— Ei Becca, você vai comigo! — informei.

— Pardon? — falou em francês.

— Vamos para Daytona Beach. Vamos à praia com Jessie e os amigos dela.

Rebecca riu e depois voltou sua atenção para a tartaruga mais uma vez, como se eu nem estivesse ali.

— Estou falando sério — insisti. — Vá se trocar, nós vamos sair.

— Sem chance.

— Ah, qual é?! Não seja chata! Eu já disse a ela que você iria.

— Você acha mesmo que eu vou ficar de vela para você e sua namorada enquanto vocês dois curtem uma praia? Pode esquecer!

— Não é isso — respondi, meio sem jeito. — É que Jessie trouxe os amigos dela, e eu sei que vou ficar deslocado. Se você estiver lá pelo menos vou ter alguém com quem conversar.

— Nem pensar!

Levou alguns minutos e muita argumentação, mas, de algum jeito, acabei convencendo Rebecca a ir comigo para Daytona Beach. Ela, porém, impôs sua condição:

— Certo. Se nós vamos fazer isso, vamos fazer do meu jeito!

— Que jeito?

Eu logo descobri qual era esse tal jeito. Ela me levou até a garagem e me mandou escolher um dos carros da coleção de seu pai.

— E aí, qual vai ser? A LaFerrari ou a Lamborghini Aventador?

— Becca, é sério, não devíamos mexer nos carros do seu pai!

— LaFerrari então — concluiu, ignorando completamente minhas palavras.

— Rebecca, você não está me ouvindo?

Ela estava. Mas era como se nem estivesse. Simplesmente não dava a mínima para o que eu dizia.
Ela entrou no carro e deu a partida.

— Você vem ou não?

SOB O MESMO CÉUOnde histórias criam vida. Descubra agora