SOB O PÔR DO SOL (livro 3) - Prólogo

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SOB O PÔR DO SOL (Livro 3) - Prólogo

A luz do sol é normalmente predominante durante quase todo o verão. De fato, existe apenas um único tipo de chuva na Flórida no decorrer do mês de agosto: as tempestades. Trovoadas fortes, porém curtas, ocorrem em 85% dos dias com chuvas. Essas chuvas, às vezes, podem até ser bem vindas, tidas como refrescantes em um mês tão absurdamente quente!

Era um desses raros dias chuvosos de verão, mas eu não tinha comigo uma capa ou um guarda-chuva. Deixava as grandes gotas caírem sobre minha cabeça e se dissiparem escorrendo em meu rosto, misturando-se às poucas lágrimas que eu ainda derramava.

Caminhei sozinho pelo cemitério, até encontrar a lápide de Meggie. Encarei seu epitáfio. Ela mesmo é quem havia escolhido o que colocar ali. Como uma pessoa que viveu toda sua vida em fase terminal, Meggie esteve sempre preparada para sua própria morte. E, por isso, ela até escolheu sua mensagem de despedida para nós. Uma pequena, porém bela, citação do ursinho Pooh: "Se em algum momento chegar um dia em que não possamos mais ficar juntos, me guarde em seu coração, e eu ficarei lá para sempre.".

Sentei-me diante de seu jazigo, desejando poder me sentir mais próximo dela. Eu não levava flores, nem qualquer tipo de homenagem póstuma. Apenas queria conversar com ela, por mais impossível que aquilo me parecesse.

— Ei, Meggie — falei em voz alta para o vazio. — Caramba, como eu sinto a sua falta! Não sei exatamente como funciona toda essa coisa de vida após a morte, mas gosto de imaginar que você possa ao menos me ouvir. Até porque realmente não tem ninguém mais com quem eu possa conversar agora. Você é uma das pessoas para quem eu, com certeza, contaria sobre isso se ainda estivesse aqui nesse momento, então eu só queria que você fosse a primeira a saber. Enfim, o que eu queria te contar é que eu... — as palavras pareciam não querer sair da minha boca, como se eu me engasgasse nelas. Mas me forcei a continuar: — É que eu pedi Jessie para se casar comigo. Dá para acreditar nisso? — Dei o que me pareceu vagamente o breve princípio de uma risada involuntária, ainda inconformado com toda aquela situação. E então continuei: — Mas é isso aí, Meggie, eu realmente fui até lá e pedi Jessie em casamento. E, bem... E ela disse não.

***

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