Capítulo 29

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Capítulo 29

As aulas terminaram no dia 22 de dezembro. Era uma sexta-feira, a temperatura estava agradável, um dos raros dias "frios" do inverno da Flórida. — Sim, 19 graus pode ser considerado frio em se tratando de Daytona Beach.

Ao chegar em casa, vi um carro estranho parado em nossa porta. Era grande, preto, longo demais e parecia ser excessivamente caro. Logo reconheci, era uma limusine. Os vidros eram escuros e eu não dava para ver se havia alguém dentro do carro.

Quando entrei na casa, vi mamãe e Meggie arrumadas como se fossem a algum lugar importante. Ambas usavam vestidos e minha mãe estava até de maquiagem. Pickford também estava lá, sentado ao lado de minha mãe, usando bermuda e chinelos como se estivesse em sua própria casa. Vi duas malas fechadas no chão da sala e não entendi absolutamente nada do que estava acontecendo.

— Vá se arrumar, filho —, minha mãe orientou. — Eu já separei algumas roupas que achei que você fosse querer levar.

— Levar para onde, exatamente?

— Você não se lembra? Zane nos convidou para passar as festas de fim de ano na casa dele. Só estamos te esperando.

— Não, eu não me lembro. Vocês vão para a casa dele?

— Sim. Todos nós vamos — mamãe respondeu, enfática.

Inacreditável!

Apesar de todas as minhas tentativas de protesto, eles já estavam decididos. Eu teria que ir também. Era isso ou passar o natal naquela casa sozinho. Se ao menos eu soubesse disso antes, certamente teria aceitado o convite de Jessie e ido para a Escócia com sua família.

Mesmo a contragosto, arrumei uma mochila com roupas e fui com eles. Devo admitir que, apesar de ainda estar absolutamente irritado, aquela era a primeira vez que eu andava em uma limusine, e a sensação era estranhamente satisfatória.

Pickford não dirigiu. Ele abriu a porta para minha mãe e foi no banco de trás, ao lado dela. Ambos sentados de frente para mim e Meggie, que estávamos lado a lado. Somente quando entramos foi que vi o motorista, que já estava lá dentro nos aguardando.

Durante o caminho, Pickford começou a falar:

— Vocês vão adorar a Gemini!

— Quem é Gemini? — Meggie perguntou.

— É a minha casa favorita! É bastante espaçosa e vai ter muitos lugares para você se divertir.

— Você deu um nome para sua casa?

— Não fui eu — ele pareceu um pouco constrangido. — Quando comprei a casa, ela já tinha esse nome.

— Por que uma casa precisa de um nome?

A pergunta de Megan era válida. Por que diabos uma casa qualquer precisaria ser nomeada? A resposta: não se tratava de uma casa qualquer.

Assim que chegamos à gigantesca propriedade, ficou claro o porquê de se haver um nome. Não era uma simples casa, era uma mega-mansão, localizada em uma ilha particular, na vila de Manalapan, ao sul do condado de Palm Beach. Levou quase três horas para chegarmos lá de limusine pela Ocean Boulevard.

O lugar todo era inacreditavelmente grande e absolutamente maravilhoso! Não parecia uma residência particular, mas sim um resort tropical.

— Bem ali ficam o complexo esportivo e a área de recreação — Pickford apontava enquanto falava. — Temos um campo de golfe, uma quadra de tênis, uma meia-quadra de basquete, um parquinho e uma casa na árvore.

SOB O MESMO CÉUOnde histórias criam vida. Descubra agora