Eu estava tão imersa em meus pensamentos que apenas "despertei" quando meu pai apareceu no batente da porta.
— Irei passar a noite fora, tem comida na geladeira e pode me ligar se acontecer algo. – ele disse e eu franzi o cenho.
— Noite fora, uh? – perguntei rindo num tom sugestivo. — Quando vou conhece-la?
— Paciência pequena gafanhoto. – bagunçou meus cabelos e nós rimos. — Mas acredito que logo.
— Você parece feliz. – dei um sorriso acolhedor analisando o mais velho que vestia um terno e estava muito elegante, além do sorriso evidente que estampava seu rosto. — Espero que ela saiba manter isso.
— Ela vai. – ajeitou seu traje. — Porra, estou atrasado. – saiu correndo até o carro. — Eu te amo e não repita isso! – gritou e eu dei uma risada.
— Eu também te amo, se divirta! – gritei e pude ouvir ele dar partida.
A idéia de que meu pai não poderia ter outros relacionamentos era tão regressa, ele mais do que nunca merecia ser feliz com outro alguém. Céus, foram incontáveis as vezes em que ele não se permitiu viver algo devido a esse pensamento mas conforme os anos se passaram, o mais velho acabou por perceber que "as coisas não eram bem assim".
Enfim, eu realmente fico feliz ao saber disso e espero que ela saiba o valorizar, ama-lo e afins.
[...]
Mal se passaram minutos e eu me encontrava entediada, liguei a tv num filme qualquer e peguei meu celular checando algumas mensagens.
Collins:
ocupada?
S/n S/s:
não
por que a pergunta?
Collins:
ah
poderíamos sair
agora
S/n S/s:
ótimo
onde?
Collins:
parque de diversões?
S/n S/s:
é a coisa mais clichê do mundo
Collins:
shhh
S/n S/s:
esteja lá às 20h
Bom, você deve estar se perguntando o por quê de raios eu ter aceitado ir nesse parque de diversões.
1°. Lily é uma ótima companhia.
2°. Seria um encontro sem segundas intenções (pelo menos de minha parte).
3°. Eu estou completamente entediada.
Pensei em Camila e em como ela ficaria com essa situação, hesitei porém fui adiante até meu banheiro indo me arrumar. Afinal, não tínhamos nenhum relacionamento oficial? Ou tínhamos?
Balancei minha cabeça dispersando meus pensamentos e tomei uma ducha, fiz minhas higienes e vesti uma camisa cinza e uma calça preta assim como os adidas brancos em meus pés.
Peguei meu celular e a carteira os colocando no bolso antes de sair e entrar num Uber que havia pedido, não demorou muito e eu estava em frente ao local cheio de cores, risos e diversão.
Avistei a universitária parada num local olhando para o visor do celular e para as ruas, ela estava linda o que não era muito diferente do normal e me aproximei da mesma.
— Te achei. – eu disse e seus lábios esboçaram um sorriso.
— Pensei que não viria. – ela disse e começamos a caminhar pelo parque, olhei em seus olhos e ela desviou seu olhar ruborizando.
— E por que eu não viria? – perguntei colocando as mãos nos bolsos da calça. — Somos amigas, certo? – eu disse dando um sorriso de canto e sua expressão morreu, a morena apenas concordou com a cabeça dando um sorriso sem dentes. — Deveríamos ir na montanha-russa.
— Você está com planos de me assassinar ou o quê? – ela perguntou e nós rimos. — Podemos ir em outro-
— Ah qual é? Vamos? – fiz um bico em meus lábios e ela suspirou vencida.
— Você vai ser a causa da minha morte no meu atestado de óbito. – Lily comentou e dei uma leve risada enquanto caminhavamos até o grande brinquedo, rapidamente comprei os ingressos e fomos até o mesmo.
Nós ríamos e colocavamos nossos braços ao ar a cada looping, a adrenalina havia atingido meu sistema nervoso e eu estava energizada com aquilo, assim que saímos do brinquedo fomos em direção ao carrinho bate-bate.
— Você é um lixo no volante S/n! – ela gritou rindo dirigindo o pequeno automóvel.
— Ah é? Então segura essa Collins! – gritei batendo com tudo no carrinho onde logo começamos a rir, eu estava me divertindo muito com ela. Eu realmente parecia uma criança naqueles brinquedos mas estava pouco me importando.
Depois daquilo caminhamos até o trem fantasma que por muita insistência consegui convencer a morena de ir, entramos no carrinho e ele começou a se movimentar. Esqueletos e vampiros apareciam com vozes gravadas de risadas estranhas e esganiçadas.
— Merda S/n. – ela apertou meu braço o segurando firmemente.
— Eu estou achando graça da qualidade disso, são bonecos de plástico. – eu disse rindo e ela se escondeu em meu pescoço, acolhi a garota em um abraço até sairmos dali.
Caminhamos de mãos dadas até uma barraca de jogos, comprei uma ficha e joguei uma bolinha para acertar o alvo. Bom, irônia do destino ou não, eu ganhei um cachorro de pelúcia.
— Aqui. – o entreguei para Lily que de um sorriso tímido.
— Você não tinha como deixar isso mais clichê. – deu uma risada. — Obrigada. – acabei por dar um sorriso sem dentes.
— Então, você quer algo? Nós podemos comer essas comidas super saudáveis de parque de diversões.
— Certo, vamos. – fomos até um carrinho de algodão doce e fizemos nossos pedidos.
Logo sentamos em um banco observando as cores e as pessoas, eu tinha o olhar distante enquanto comia do meu doce.
— Obrigada por essa noite, por tudo. – eu disse e ela deu um sorriso acolhedor. — Eu estava precisando disso.
— Saiba que estarei aqui. – segurou minha mão fazendo um carinho na mesma.
— É, eu também. – sorri sem dentes, um silêncio se instalou ali até seu corpo se aproximar do meu e eu me petrificar.
Perigo! Perigo! Perigo!
— Eu preciso ir! – me levantei checando as horas deixando a garota sem entender nada que havia ocorrido. — Eu... Eu... Obrigada e até mais Lily. – disse rapidamente sendo tomada pelo nervosismo.
— Tchau? – ela disse acenando rindo enquanto eu caminhava para longe dali o mais rápido possível.
Pedi um Uber e não demorou muito para chegar em minha casa, me joguei em minha cama pegando um dos travesseiros colocando sobre meu rosto e pressionando.
— MERDA! – meu grito saiu abafado.
Céus.
n/a: feliz ano novo atrasado para vocês a
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good girl | cc + you
Fanfictionna qual camila mantém a imagem de "boa garota" a todos, todavia não consegue ter essa postura ao lado de s/n.