Chegamos ao shopping e Camila sequer me esperou para entrar na primeira loja, ela escolhia uma pilha de roupas das quais ela julgava serem "perfeitas". Suspirei ao sentar num puff em frente aos provadores esperando a garota.
— O que acha desse? – saiu da cabine com um chapéu de cowboy e botas rosas, demos uma risada e é óbvio que a peça escolhida foi um erro proposital.
— Eu achei muito sensual. – eu disse rindo e ela jogou uma camisa em mim logo virando as costas e indo em direção ao provador novamente.
A garota provavelmente experimentou um zilhão de peças de roupas e brincávamos em meio as mesmas com imitações, eu gostava da companhia dela, de sua risada e todos os detalhes que a acompanhavam.
Estávamos em uma em outra loja na qual entramos e a garota havia pegado um vestido preto justo com detalhes em branco para experimentar, eu estava esperando a mesma num sofá a frente dos provadores.
— S/n? – escuto a voz de Camila soar de dentro da cabine.
— Oi?
— Pode vir me ajudar? – suspirei e me levantei entrando naquela cabine apertada, a garota estava com as costas livres do vestido o que fez a minha garganta secar. — Fecha para mim? Por favor?
— Claro. – eu disse e minhas mãos foram de encontro com o zíper daquela peça de tecido, o fechei e minha visão o acompanhou, de baixo a cima pelo corpo de Camila.
Não há descrição correta daquela sensação, apenas um toque foi o suficiente para minha respiração de descompassar e minhas mãos suarem frio. Ela se virou e me encarou, seus olhos não desviavam dos meus, gradualmente fomos nos aproximando e parecia tão certo que não me dei ao trabalho de pensar nas consequências.
Eu estava a centímetros dos lábios tão convidativos quando meu celular soou anunciando uma chamada.
Merda.
Parei onde estava e fechei os olhos praguejando todos os xingamentos possíveis mentalmente, peguei o aparelho e atendi a chamada.
— Filhote?
— Oi pai.
— Onde você está? Está bem? Comeu algo antes de sair?
— Eu estou no shopping. – olhei para cima colocando uma das minhas mãos no bolso. — Com uma amiga. – fitei Camila e ela segurou a risada. — E sim estou bem, almocei antes de vir.
— Shopping?
— É, estamos fazendo compras.
— Você odeia fazer compras.
— Talvez eu tenha deixado de odiar um pouco. – respondi dando um sorriso de canto para a garota.
— Hum, tudo bem. Não volte tarde para casa.
— Pode deixar. – desliguei a chamada e Camila deu uma crise de risos.
— "Amiga"? – ela perguntou incrédula.
— Haha. – forcei uma risada falsa. — Engraçadinha. – sorri e ela empurrou meu rosto de leve.
[...]
Depois de termos ido em todas as lojas daquele shopping fomos em direção a praça de alimentação. Pedimos um sorvete e nos sentamos na área externa da sorveteria.
— E então, eu disse que compras não eram tão ruins. – ela disse sorrindo e dando uma colherada no seu pequeno pote do mesmo.
— Bom, eu disse que viria pelo sorvete então... – coloquei a colher em minha boca me deliciando daquele paraíso açucarado.
— Mas que audácia. – ela fez uma cara de ofendida e logo demos uma risada, analisei seus traços e eram tão delicados e desenhados, ela é tão malditamente linda.
— Você é linda. – soltei sem perceber ainda a fitando.
— O que? – perguntou rindo.
— Hum, nada. – pigarreei disfarçando o que eu tinha dito anteriormente. — Você tem traços latinos?
— Uhum. – ela concordou. — Vim de Cuba pra cá quando era criança.
— É, eu reconheci. – eu disse e a garota me contou histórias de sua cidade natal, de como eram as casas, seus antigos amigos e seus parentes que ainda moravam lá.
Eu escutava atentamente cada palavra, era surreal o quão eu ficava centrada em Camila quando estava em sua companhia, poderia haver uma guerra no ambiente e eu simplesmente não iria perceber de tal.
— E você? – ela perguntou. — Deve ser muito louco ter morado em quase todos os estados do país.
— Nem tanto. – eu disse arqueando as sobrancelhas. — Desde que minha mãe faleceu, meu pai vem dando seu máximo no trabalho então... – suspirei. — É complicado.
— Eu sinto muito pela sua mãe. – fez um carinho em minha mão.
— Está tudo bem, relaxa. – sorri sem dentes.
[...]
Depois de ter deixado Camila em casa, dirigi em direção a minha e em poucos minutos cheguei no imóvel. Meu celular vibrou e eu olhei a mensagem na tela de notificações.
Olhos:
eu amei te ver
e espero fazer compras mais vezes contigo S/s
— Filha? – a voz de meu pai soou pela sala ao escutar o barulho da trinca, tal me fez sair de meus devaneios.
— Oi pai. – suspirei ao entrar, o vi então abracei o homem mais velho.
— Eu pedi pizza. – ele disse sorrindo e eu também o fiz. — Calabresa, como você gosta.
— Eu vou engordar uns cinco quilos se continuar nessa cidade. – eu disse e nós rimos, contei sobre Camila para ele enquanto "jantavámos".
— E quando você vai me apresentar ela? – meu pai perguntou e eu franzi o cenho.
— Como?
— É poxa, vocês estão namorando e eu mereço saber se ela é uma boa garota, se os pais dela não são psicopatas...
— Pai?! - perguntei incrédula. – Eu disse que ela é apenas uma amiga.
— Uma amiga que você futuramente irá chamar de namorada. – ele disse rindo e eu neguei com a cabeça acabando por rir também.
— Bom, depois dessa eu vou dormir. – eu disse me levantando da mesa saindo em direção ao meu quarto, porém parei e encostei no batente da porta da sala de jantar. — E sim pai, ela é uma boa garota. – fui até meu quarto e entrei no banheiro.
Me despi e tomei um banho, minha mente não conseguia visualizar outra coisa além de Camila.
Camila, Camila, Camila...
Você poderia sair da minha mente por um minuto sequer?
n/a: vocês querem uma maratona 3/3???? comentem aí.
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good girl | cc + you
Fanfictionna qual camila mantém a imagem de "boa garota" a todos, todavia não consegue ter essa postura ao lado de s/n.