candor

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— Eu devo mencionar que esse é o ápice do clichê? – ela disse rindo me tirando daquele pequeno devaneio.

— É, mas não me importo o quão genérico isso seja desde que seja com você. – eu disse e pude ver os lábios formarem um sorriso tímido, respirei fundo e segurei sua mão a guiando até o carro.

— Onde vamos? – a latina perguntou assim que entramos no automóvel.

— Se eu contar não vai ter graça. – arqueei minhas sobrancelhas dando um sorriso de canto.

— Graça como ontem teve pra você? – ela disse num tom baixo desviando seu olhar para janela.

— O que?

— Ontem S/n, você estava... – fechou os olhos espremendo os mesmos em frustração. — Esquece.

— Numa boate, me divertindo com meus amigos. – apertei o volante. — E qual o problema nisso?

— Nenhum, apenas analise a situação. Se estivesse no meu lugar saberia o quão insegura estaria em relação a isso.

— Está com ciúmes? – ela ficou em silêncio. — Está com ciúmes por que sabe que Lily estava comigo. – eu disse rindo.

— Ótimo, eu devo ter muita cara de palhaça pra você até tirar sarro da situação. – ela disse num tom mais sério.

— Céus, isso é ridículo Camila. – eu disse farta da discussão suspirei. — Estamos em pleno encontro e você realmente quer discutir comigo? Entenda, eu não quero ficar com ninguém além de você afinal qual seria a razão de estar aqui, agora e com você? – eu disse e ela permaneceu em silêncio antes de suspirar.

— Me desculpe. – fez um carinho em minha nuca no qual me fez arrepiar. — É que ela é tão... – grunhiu.

— Ela é uma boa pessoa. – murmurei e ela arqueou as sobrancelhas. — Ok, vou ficar em silêncio. – engoli em seco.

[...]

— É aqui. – eu disse quando chegamos no cinema drive-in, entrei na fila de carros esperando nossa vez para comprar os ingressos.

— Isso é incrível! – ela disse animada.

— Está com fome? – eu perguntei rindo pela animação da garota.

— Não muita. – Camila disse e eu dei um sorriso de canto fitando seus olhos. — Você e esse teu sorrisinho. – me deu um beijo rápido.

— O que tem meu "sorrisinho"? – a fila se movimentou e eu fiz o mesmo.

— Merda, é irresistível. – ela resmungou e eu dei uma leve risada.

— Eu sei. – eu disse convencida e a latina me deu um leve tapa no braço.

— Idiota. – murmurou e rimos antes de chegar a nossa vez.

— Dois ingressos, refrigerante e twizzlers. – eu disse para a atendente que me entregou o pedido rapidamente, dirigi até uma vaga com uma boa vista do telão e sintonizei a rádio no áudio do filme.

Eu sequer sabia o nome do mesmo e era um daqueles ruins de terror, onde havia um serial killer e jovens num acampamento.

Por que todos os filmes de terror são iguais?

Peguei um doce comendo do mesmo assim como a garota em meu lado que por vezes fechava os olhos com medo?

— Camila?! – eu fitei a mesma incrédula e logo comecei a rir. — Eu não acredito que está com medo disso.

— Eu odeio filmes de terror. – ela disse e eu entrelacei nossas mãos.

— Entenderia se fosse um filme bem feito mas certo. – suspirei. — Eu estou aqui com você, não há nada para temer. – ela segurou firme minha mão logo se aproximando e selando nossos lábios num beijo calmo, tirei o cinto de segurança da mesma que pousou sua mão em minha coxa.

Então separamos nossos lábios pela falta de ar, encostamos nossas testas ainda com os olhos fechados sentindo as respirações ofegantes.

— S/n. – disse calmamente. — E- – sua fala foi cortada por um grito de dor da atriz do filme, logo começamos a rir. — Tem razão esse filme é péssimo.

— Sabe que eu não vim por causa do filme né? – eu disse e ela tomou um pouco do refrigerante. — O evento na verdade, é você. – eu disse rindo e a latina acabou por rir também.

— Não sei qual é pior, você e suas cantadas ou o filme.

— Certamente eu e as minhas cantadas. – eu disse pegando um doce que ali restava, a latina segurou meus pulsos e subiu em meu colo. — Camila... – a repreendi por estamos tecnicamente em "público".

— É meu. – sussurrou próximo aos meus lábios e pegou a bala açucarada de minha mão levando até a boca comendo da mesma, ia saindo daquela posição quando segurei firmemente sua cintura.

— Pensa que é fácil assim? – eu disse num tom provocativo e pude ver um sorriso malicioso se formar nos lábios da mesma.

Aproximei nossos lábios e a garota veio na certeza de um beijo, recuei dando um sorriso me divertindo com a situação e ela arqueou as sobrancelhas mordendo o lábio inferior.

— Não deveria me provocar dessa forma S/s. – sussurrou e eu passeei minhas mãos por baixo do tecido de seu vestido apertando com força a bunda da morena que reprimiu um gemido.

— Provocar? – fiz uma expressão de falsa dúvida e ela selou nossos lábios dessa vez num beijo carregado de desejo, as mãos da garota foram até minha nuca maltratando o local com arranhões.

Arfei com a dor prazerosa e afastei nossos lábios desviando meu olhar de seu rosto.

— O que foi? – ela perguntou franzindo o cenho em confusão.

— É que eu... – engoli em seco cerrando os olhos pensando numa maneira de dizer tal. — E-Eu sou virgem. – ela suspirou em alívio e deu uma leve risada, minha mente me atingia com pensamentos negativos e a insegurança me consumiu por completo. — E eu sei que deveria ter te contado antes e-

— Eu também. – se sentou no banco do passageiro novamente.

Espera, o quê?

— Então aquilo no vestiário...

— Sim, foi mais "longe" que eu estive com alguém. – disse e eu realmente fiquei surpresa.

— É por que você é linda, me deixa espantada o fato de que nunca tenha... – deixei a frase no ar. — Não é como se você fosse transar com qualquer um mas, você sabe.

— S/n, as pessoas em geral dessa cidade são na maioria babacas. – ela explicou. — E eu tenho sensatez o suficiente pra saber disso, não é como se eu fosse casar virgem mas o sexo em si é o ápice da intimidade.

Concordei com a cabeça dando um sorriso de canto me sentindo realmente especial, ela havia confiado em mim e se sentido confortável o suficiente pra ter "avançado o sinal".

— Eu também penso dessa maneira. – eu disse e ela sorriu. — Sabe, nunca me senti confortável com alguém. – levei meu olhar até seus olhos. — Até você aparecer com seus ataques pelo corredor e no vestiário da escola.

Nós rimos e ela me deu a língua fazendo uma careta, depositei um beijo nos lábios da morena que segurou meu rosto de forma delicada.

E lá vamos nós...


n/a: eai, como vocês estão?

good girl | cc + youOnde histórias criam vida. Descubra agora