infelizmente, Choi Youngjae

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[...]

— O que aconteceu? — Mark perguntou jogando sua mochila na banca ao lado de Jaebum, este último que estava com uma carranca estampada no rosto desde que entrou na escola. Não era para menos, de todo jeito. Nem seu pai ligava sobre sua sexualidade, por que Junhae se importaria?

— Junhae querendo que eu saia com a Yeeun de novo. — Contou e o americano não ficou nada surpreso, já que o moreno sempre reclama de Junhae querendo o juntar com Yeeun.

— Que chato. — Uma voz falou próximo ao ouvido de Jaebum, que se assustou colocando a mão no peito.

Olhou para o lado desejando ao máximo não ter visto, Yojae, Yonjae... Coisa assim.

— Ah, oi garoto da HQ. — Sorriu em diração ao mais velho que, nem que fosse por um segundo, se prendeu olhando o sorriso canalha do outro. Usava uma jaqueta por cima da farda, o cabelo preto repartido no meio, brincos e piercings. Não se surpreenderia se o mesmo tivesse tatuagens espalhadas e escondidas pelo corpo.

— Oi? — Se afastou um pouco pela aproximidade do outro que estava debruçado em sua banca.

— Choi Youngjae. — Estendeu a mão, carregado daquele sorriso costumeiro, Jaebum não podia nem falar direito com as pessoas quem dera tocá-las.

Ficou um tempo esperando o outro o comprimentar, Jaebum tentou. Muito. Mas não conseguia se mexer, Mark tossiu falsamente para chamar a atenção de Choi.

— Ele tem fobia social. — Falou baixinho para ninguém além dos dois ouvir. Youngjae não fazia ideia do que era isso, então pegou o pulso do outro que gemeu baixinho devido a dor causada pelo aperto bem nos seus cortes, levando a mão do mesmo até a sua, fez um gesto como se fosse um comprimento de pessoas que são amigas há séculos. Jaebum tremeu, suou frio, e por fim, se levantou e saiu correndo da sala.

Correu para o banheiro se sentando num vaso de uma das cabines, até suas pernas tremiam muito, colocou a mão na frente da boca impedindo que seu café da manhã todo saísse.

— Eu odeio essa merda. — Murmurou chutando a porta da cabine. Até quando ficaria assim? Já tem 17 anos e não consegue tocar nas pessoas.

Levantou a manga do casaco de Star Wars que usava por cima da farda, passou as pontas dos indicadores pelo pulso direito, os cortes ainda estavam com sangue seco já que não tinha limpado. Saiu lentamente da cabine indo até a fileira de pias de mármore, respirou fundo passando a água gelada pelo local. Se sentia um idiota de fazer isso, e hipócrita, vivia falando mal de pessoas que faziam isso, e agora faz todos os dias.

Jaebum p.o.v

Estava tentando tirar o sangue seco sem arder quando alguém abriu a porta, olhei pelo espelho na frente das pias e revirei os olhos, era Youngjae. O que iria fazer agora? Me matar? Ele praticamente me agarrou!

— Aquele seu amigo do sotaque estranho pediu para eu ver se você 'tava aqui, você 'tá bem? — Disse andando até mim, estava cerca de oito passos de distância, muito perto.

Olhei para a água ainda escorrendo pelos meus pulsos, senti o olhar dele sobre os mesmos.

— O que é isso? — Apontou fazendo menção de tocá-los, me afastei ficando com as costas na parede fria. — Ei, eu não mordo. — Disse cruzando os braços sério. Droga, ele deve estar pensando que é algo pessoal. — Só se você gostar. — E novamente aquele sorriso canalha estava estampado no seu rosto.

— Você sempre fala merda? — Falei arregalando os olhos em seguida, eu falei com uma pessoa que não seja o Mark ou alguém da minha casa? Sem travar?

Descruzou os braços se aproximando.

— Ah, você fala? — Se encostou na pia ao meu lado, quase dava para sentir sua respiração na minha.

— Não com você. — Passei por ele andando rápido, o sinal da segunda aula tinha acabado de tocar.

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