Você será sempre meu consolo

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[...]

— Jaebum? — Se levantou da cama surpreso, Jaebum já sabia que iria ser colega de quarto do Choi mas não protestou sobre. Teriam de se resolver de um jeito ou de outro.

— Oi. — Disse frio andando até suas malas, pegando uma roupa que só nesse momento Youngjae viu que o mais velho usava somente uma toalha amarrada na cintura.

— O que você está fazendo no meu quarto? — Perguntou andando alguns passos na direção do Im que avançou também.

Riu debochado cruzando os braços.

— Seu? Nosso quarto, Youngjae. Nosso. — Saiu da defensiva se vestindo ali mesmo. Não é como se o outro nunca tivesse visto nada daquilo.
Youngjae ficou boquiaberto, não era possível, tinha dedo de alguém nisso.

Tinha mesmo... Mark.

— Você que pediu, não é? Para ficarmos no mesmo quarto! — Apontou acusando o mais velho que colocou a mão no peito do outro para o afastar. — Desculpe Im Jaebum, não irá funcionar. Não vou dormir com você.

— E você acha que eu quero dormir com você? — Gargalhou sendo fuzilado pelo Choi que entortou os lábios infantilmente. — Graças à Rick Grimes que eu não perdi minha virgindade com você. Bruto. — Jogou a toalha no rosto do mais novo e saiu do quarto batendo a porta forte.

Youngjae não deixaria mesmo aquilo passar em branco.

Enquanto tirava lentamente a toalha molhada de seu rosto, pensava em todas as vinganças possíveis.

•∆•

Já era tarde, por volta das 21:40 de uma noite quente como o inferno. Seria uma noite normal de verão - que para os outros estava sendo - não para Youngjae, que esperava - nem que inconscientemente - um ser chamado Im Jaebum voltar para o quarto.

Completaria sua vingança hoje ou não era digno de Rutherford.

Ouviu a porta ser aberta e se escondeu no banheiro, para ser mais exata dentro da banheira e fechando a cortina escura que rodeava a mesma, impossibilitando a pessoa que estava do outro lado vê-lo e vice-versa. 

Jaebum entrou no banheiro com o celular em mãos, Youngjae iria assustá-lo quando o mesmo começou a falar no celular.

— Eu sei, desculpe. — Suspirou pesado. — Não, eu não posso fazer isso... Pai mas e- — Foi interrompido pelo pai que estava cheio de raiva do outro lado da linha. — Então me desculpe por não ser o que você sempre quis, desculpe por ser um filho que só traz desgosto. — Começou a chorar baixinho, enxugando o rosto pálido com as mãos. Youngjae engoliu em seco ficando imóvel. — Eu não vou mais ligar para você quando estiver em reunião, não vou mais falar com você se você se sentir bem assim. — Desligou estraçalhando o celular na parede em sua frente. Chorou alto se levantando para abrir a farmácia do banheiro, procurando por um superfície que cortasse.

Acabou achando uma lâmina já enferrujada no alto do espelho, pelo estado dela havia 99% de chance do Im de pegar tétano, já que tinha mais ferrugem do que ferro ali.

Quando já estava preparado para passar a lâmina fina pelo seu braço, Youngjae deu uma espiadinha pelo canto da cortina vendo o que o outro estava fazendo. Estavam brigados mas não poderia deixar o mais velho fazer isso, de jeito nenhum.

— Ei, pare. — Saiu da banheira indo até o moreno que se assustou mas não largou a lâmina. — Me dê isso.

Estendeu a mão bem próximo ao menor para que o desse a - maldita - lâmina e assim ele fez, saindo do banheiro aos prantos, despejando tudo aquilo que despejaria em forma de endofilina.

•∆•

Depois de Jaebum ter se afundado em sua cama ainda chorando, há mais de três horas, Youngjae estava tentando dormir. Mesmo com Jaebum chorando baixinho, às vezes ele não conseguia segurar tudo aquilo e acabava deixando escapar um choro entalado do fundo de sua garganta.

Seu pai depois de todos os problemas com Hweso e Junhae, vinha o tratando com total desprezo. Nem olhar no rosto do próprio filho ele consegue sem fazer uma expressão de nojo e repulso e isso machuca Jaebum num nível inimaginável, seu pai era a única família que tinha além de Hweso que estava internado.

Youngjae bufou revirando os olhos depois de ouvir um breve silêncio no quarto, mas que logo foi preenchido por mais sons de choro. Se levantou e foi até a outra cama do quarto onde Jaebum estava deitado e coberto até os ombros.

Se deitou ao seu lado o puxando para deitar em seu peito, sua respiração era calma, junto com o carinho - mais uma forma de conforto - que fazia nas costas do mais velho fizeram o mesmo se acalmar e diminuir o ritmo das fungadas.

— Youngjae, dói tanto — Falou com a voz embargada, Youngjae o apertou mais ainda em seus braços. — O que eu fiz para ter tanta coisa ruim acontecendo comigo de uma vez só?

— Não se preocupe com isso, Jaebum. E caso você não consiga dormir eu vou estar aqui, ok? — Jaebum assentiu sonolento. Realmente, chorar dava sono. Toda aquela dor que ele sentia foi aos poucos sumindo, conforme ia adormecendo. Os toques e o cheiro de Youngjae serviram como calmantes para si, o fazendo esquecer de todos os problemas que lhe rondavam.

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