Capítulo 1

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Dois anos depois...

Melissa Dallas

Sabe quando você acorda e sente o seu corpo extremamente leve? É, eu acordei assim hoje. Era de se esperar já que estou finalmente de férias do meu emprego. Hora de relaxar e curtir com a minha melhor amiga e minha família.

Estamos em outra cidade, decidimos tirar esses dias para esfriar a cabeça e mudar a rotina. Esse lugar é maravilhoso! A cada lugar que eu olho, tem uma coisa mais linda que a outra.

Pedi para meus pais para que me esperassem na praia, que daqui a pouco eu já estaria com eles. Caminhei até um restaurante pertinho dali e entrei. Sentei no balcão e fiz o pedido de um açaí.

Olhei para o lado e lá estava uma moça grávida, com uma criança segurando sua mão. Não pude evitar de sorrir, mas também de lembrar dos meus momentos grávidas e também do dia trágico em que perdi meu bebê.

Meus olhos arderam para derramar as lágrimas, mas eu não deixei que isso acontecesse. Eu já estava bem melhor, estava um tanto recuperada emocionalmente, não posso me deixar cair novamente.

Voltei minha atenção para o garçom que acho que já estava em minha frente a alguns segundos, esperando eu pagar. Assim que paguei, já comecei a devorar aquele açaí.

Levantei e sai do restaurante, ainda comendo. Decidi prestar atenção nos detalhes da cidade, os quais são lindos.

Olhei para o lado e vi uma igreja, simplesmente linda. Lá estavam algumas pessoas, mas obviamente não conhecia nenhuma.

Eu poderia ter casado, ter sido feliz com uma família linda. Mas a vida não quis isso para mim, não devo reclamar, tenho minha família e minha melhor amiga comigo, os que me deram a maior força.

Assim que terminei de comer o açaí, fui jogar o plástico no lixo. Foi quando vi uma enorme nuvem se aproximando, indicando uma tempestade.

Um vento forte começou a levar papéis, cadeiras de praia e tudo que pudesse voar junto. Todo mundo já estava correndo para um abrigo, então, olhei para praia e meus pais já não estavam mais lá, provavelmente perceberam que iria chover e foram para a casa dos meus tios novamente.

Segui tentando procurar algum lugar mais calmo e vazio para eu ficar. Meu cabelo ficava batendo em meus olhos, que já estavam com dificuldades de enxergar, pela poeira. Fui para baixo de uma loja e fiquei esperando aquilo passar um pouco. Mas não passava.

A chuva começou já forte, com algumas trovoadas altas. Confesso que estava ficando assustada.

Olhei para o mar, que se movia rapidamente. Percebi que lá estava um homem sentado na areia, na chuva. Franzi o cenho, pensando: será que ele é louco?

Sem pensar, sai correndo em direção dele, estava estranhamente preocupada com ele, mesmo nem o conhecendo. Assim que parei em seu lado, tentei secar meu rosto para enxergar melhor, mas não adiantou muito. Ele ainda estava cabisbaixo.

— Ei — Chamei. Ele não respondeu.

— Por que não sai da chuva? Está perigoso! — Novamente falei com aquele ser que parecia nem ligar para mim.

Ele olhou para mim e senti uma pontada forte no coração, uma mistura de pena, tristeza e saudade. Era Shawn.

— Shawn?! — Berrei.

Eu não estava acreditando no que eu estava vendo. Fazia quase dois anos que não o via, nem tinha notícias. O que ele faz aqui?

Ele estava diferente, além de estar encharcado. Seu semblante era de uma tristeza enorme, que me partiu o coração em caquinhos.

O melhor amigo do meu irmão - Shawn Mendes | 2ª TOnde histórias criam vida. Descubra agora