Capítulo 25

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Melissa Dallas

Hoje fiz três coisas que nunca tinha feito, como mudar meu nome, ficar perdida em outra cidade e agora, ver o amanhecer.

Dessa vista, o amanhecer fica perfeito, mais do que já é. O sol a recém está chegando, dando clareza para a cidade e os caminhos que não enxergávamos à noite.

- Isso é uma das coisas mais lindas que eu já vi em toda a minha vida. - Comentei.

- Também acho. - Shawn concordou.

Ficamos mais um bom tempo observando aquilo tudo, até Shawn perguntar se eu queria ir para casa. E realmente eu estava exausta.

- Merda! - Shawn quase gritou, quando estacionou em frente a sua casa.

- O que foi? - Perguntei, perdida.

- Olha. - Ele apontou com a cabeça pra frente.

A nossa frente, havia um carro preto estacionado.

- É o seu pai? - Perguntei, assustada.

- Sim. - Respondeu.

Shawn socou o volante, assustando-me.

- Shawn, calma... - Falei.

- Ele não pode te ver, Melissa. Fui eu quem inventei de sair, agora estamos aqui, sem nem saber onde você vai ficar. - Respondeu.

- Você vai lá. - Respondi. - O vidro é fumê, ele não vai reparar se eu ficar deitada na parte de trás. - Dei de ombros.

- Você vai ficar bem aí? - Perguntou, preocupado.

- Sim, e com o sono que estou sentindo, posso até tirar uma soneca. - Brinquei.

Shawn soltou uma risada, e a tensão que estava em seu corpo parecia ter se desfeito. Então, ele destravou o cinto e saiu do carro. Logo, eu pulei para o banco de trás e me escondi.

Eu estava nervosa, mas não precisava ter mostrado para ele isso, pois só pioraria as coisas.

Respirei fundo e fechei os olhos. Se eu dormir, que eu não seja pega.

Ouvi a porta da casa bater, estremeci, meus pensamentos eram de que nesse momento Manuel deveria estar caminhando até aqui, furioso.

Ouvi a porta do outro carro ser aberta e logo, fechada. Levantei de leve a cabeça, olhei para o carro, e por sorte, já estava saindo.

Deitei-me novamente e tapei meu rosto com as mãos. O que eu estou fazendo? As vezes penso que só posso ser louca.

A porta aonde os meus pés estavam encostando foi aberta delicadamente. Destapei meu rosto e vi Shawn, com uma cara normal. Menos mal.

- Tá tudo bem? - Perguntei, inclinando meu pescoço para melhor enxergar.

- Perfeito. - Ele sorriu.

Arrastei-me do carro e saí, arrumei meus cabelos e minha roupa, logo, Shawn fechou a porta do carro.

Caminhamos até a casa. Não posso evitar de olhar para todos os lados, desconfiada. Manuel pode ter ficado por aqui, mas não vejo nada.

Fui direto a cozinha, e como já estava me sentindo em casa, apenas abri a geladeira e peguei leite. Servi em uma xícara e adicionei um pouco de achocolatado.

Eu estava com tanta fome e tão distraída, que nem tinha percebido que Shawn estava na cozinha também. Sentei-me no banco e apoiei meus cotovelos na ilha.

- Isso é loucura... - Comentei.

- Não acho. - Shawn respondeu, aproximando-se com uma xícara de café. - Você me escondeu no porão da casa dos seus tios. - Ele arqueou as sobrancelhas.

Soltei uma risada.

- E agora, estou fazendo o mesmo, escondendo você. - Ele riu.

- Pois é. - Arqueei as sobrancelhas. - Mas aquilo acabou um pouco mal, não é?

- Talvez. - Ele riu. - Mas aqui não estamos correndo tanto perigo, meus pais não moram aqui. - Respondeu.

- Eu sei. - Falei. - Mas é arriscado, seu pai pode chegar de surpresa, como hoje...

- Eles haviam me convidado para almoçar em um restaurante hoje. Eu aceitei, mesmo sabendo que eu não iria. - Ele deu de ombros. - Ele veio me buscar.

- Esse foi o motivo?

Shawn assentiu, bebendo seu café.

- Que bom que foi só isso. - Suspirei.

- Tá tudo bem, Mel. - Shawn sorriu sem mostrar os dentes e segurou minha mão.

Assenti levemente, tentando processar novamente tudo aquilo.

- Já estamos quase conseguindo. As coisas mudarão totalmente. - Comentou.

- Estou ansiosa. - Sorri.

O melhor amigo do meu irmão - Shawn Mendes | 2ª TOnde histórias criam vida. Descubra agora