Dois meses antes....
Nicolas andava insuportável, segundo Micaela. Quase não a deixava fazer nada e sua preocupação era exagerada. Ela entendia que como pai e marido ele queria protege-los, mas precisava mesmo tanta proteção assim?
Se dependesse dele provavelmente ele a colocaria em uma bolha e ninguém chegaria perto. Embora isso fosse um saco, Micaela tinha que admitir que ele estava se saindo muito bem, era participativo e todas as vezes que ela pedia ajuda ele estava ali. Havia a ajudado a montar todo o enxoval do bebê e ainda queria comprar mais coisas.
O fato era que Nicolas estava mais ansioso do que a própria Micaela, e nos últimos meses ele ficara mais bobo que o normal, constantemente sorria à toa e procurava falar com o bebê a todo momento.
Pensando bem.... Ele estava se saindo incrivelmente bem. Ele lhe passava segurança.
Estavam descendo as escadas para ir tomar café da manhã, Nicolas ia na frente tagarelando como sempre.
— Tem certeza que está tudo bem? Não está sentindo nenhuma dor? Quer que eu faça alguma coisa?
Chegaram ao fim da escada e ele logo a segurou pelos ombros.
— Tem que me dizer, se estiver sentindo alguma coisa.... – Continuou ele.
— Nicolas, não tenho nada....
— E se o bebê estiver nascendo? E se você entrou em trabalho de parto? Temos que ir para o hospital....
— Nicolas....
— E nem arrumamos a bolsa dele. Não podemos deixar tudo para a última hora! Faz o seguinte, pede para um motorista deixar um carro aqui na frente, e eu vou lá em cima separar algumas roupas dele e pegar seus documentos....
— Nicolas....
— Eu já volto.
Ele começou a subir novamente e Micaela gritou:
— Nicolas, me ajuda!
Ele estacou no lugar e rapidamente deu meia volta, descendo novamente.
— O quê? O que está sentindo? Aconteceu alguma coisa?
— Não, era só para você olhar para mim.
— Pelo amor de Deus, Micaela, não faz mais isso comigo, não. Eu fico desesperado.
— Eu nem percebi. Amor, olhe para mim.
Ela segurou o rosto de Nicolas entre as mãos, enquanto ele ainda permanecia agitado.
— Nicolas, olhe para mim.
Quando ele a olhou, Micaela continuou:
— Agora faça exatamente o que eu fizer.... Respira. – Ela puxava o ar pelo nariz e soltava pela boca – Inspira.... Expira. Isso, se acalma.
Ele procurava imita-la e se acalmar, mas ainda assim transparecia nervoso.
— Agora quero que preste bastante atenção no que vou dizer, está bem?
— Está bem.
— O bebê só vai nascer daqui a dois meses. E nós combinamos que eu ia tê-lo em casa.
Uma expressão de decepção tomou conta do rosto de Nicolas, mas logo ele começou a rir do próprio desespero.
— Eu tinha me esquecido.
— Claro que esqueceu. – Respondeu Micaela ficando na ponta dos pés e dando um beijo em seu rosto, e logo em seguida passando a mão pelos densos cabelos negros dele.
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Julgado. Um passado de Nicolas Lambertini - #2
RomanceQuase quatro anos depois dos acontecimentos que mudaram sua vida, Nicolas Lambertini está mais realizado do que poderia desejar. Ele se esforça para ser um bom rei, empresário e um ótimo filho, irmão, marido e pai. Com o filho quase chegando ele mal...