Capítulo 33

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"Vou postar dois capítulos hoje porque estou boazinha hahahahahah. Espero que se divirtam. Boa leitura!"

"Não tenha medo, pare de chorar
Me dê a mão, venha cá
Vou proteger-te de todo mal
Não há razão pra chorar

No seu olhar eu posso ver
A força pra lutar e pra vencer
O amor nos une para sempre
Não há razão pra chorar"

No meu Coração - Ed Motta.

— Micaela e o bebê precisam descansar agora. – Disse Melissa – Foi uma noite longa e exaustiva, é bom que durmam. Se precisarem de alguma coisa, podem nos chamar, estaremos lá embaixo.

Nicolas devolveu o filho para Micaela, como todo cuidado novamente, e se levantou indo em direção a Melissa e as enfermeiras. Abraçou cada uma delas e disse:

— Muito obrigado! Não sei nem como vou agradecer.

— Não precisa agradecer, Nick. É nosso trabalho e amamos isso. – Respondeu Melissa.

— Vocês são incríveis. Acredito que ainda tenha algo para vocês comerem lá embaixo. – Se virando para Micaela ele completou – Amor, vou descer para pegar algo para comer, quer alguma coisa?

— Não, só preciso descansar um pouco. – Respondeu Micaela com um tom cansado.

— Tudo bem, eu já volto.

Nicolas desceu juntamente com as outras e se deparou com o maior alvoroço na cozinha, os empregados todos estavam comentando entre si a chegada do príncipe, quando ele entrou todos ali ficaram quietos no mesmo instante. Mas ele não via aquilo como algo negativo, pelo contrário, não sabia nem como agradecer, aquelas pessoas estavam de pé desde muito cedo dando suporte para eles, eram incríveis.

— Acho que nunca poderei agradecer vocês. – Disse ele – Não têm ideia do quanto nos ajudaram hoje. Acredito que Micaela vá querer agradecê-los mais tarde, mas agora ela precisa descansar.

— E como ela está, menino? E o pequeno? – Perguntou Telma com brilho nos olhos.

— Estão muito bem. Ele é saudável e bem chorão. Logo poderão conhecê-lo.

Todos ali abriram um sorriso largo e voltaram a comentar, Nicolas, por sua vez, pegou algumas bolachas e um suco e voltou para o quarto, no caminho encontrou Susana que disse:

— Melissa me disse que agora os dois irão descansar.

— Sim, a noite foi bem difícil para eles. Eu vou voltar para o quarto e assim que puder venho chamar a senhora para conhecer seu neto.... Os pais dela também.

Susana tocou o rosto do filho e respondeu com ternura:

— Não se preocupe, filho. Pode voltar para sua esposa e tenta descansar também, você precisa.

— Obrigado, mãe.

Nicolas deu um sorriso rápido e retomou o caminho. Entrando no quarto deixou a comida em cima da cômoda, que ficava perto da porta, e se aproximou de Micaela novamente. Ela não tirava os olhos do filho e um sorriso enorme estava estampado no rosto, quando se aproximou mais ele percebeu que o pequeno tinha dormido nos braços da mãe e que ela realmente precisava dormir também, era nítido seu cansaço.

— Você quer que eu o coloque no berço? – Perguntou Nicolas.

Ele havia trazido o berço branco do bebê para o quarto logo de manhã, pedira ajuda a um dos empregados e agora o móvel estava aos pés da cama do casal.

— Por favor. – Respondeu Micaela estendendo o filho para o pai.

Nicolas ainda se sentia meio sem jeito de pegar o bebê, parecia que o pequeno iria quebrar. Delicadamente ele colocou Benjamin no berço e o cobriu, ficando alguns segundos o observando ainda, logo ouviu a voz de Micaela dizer:

— Me desculpa.

— Pelo quê? – Perguntou ele confuso.

— Eu gritei com você hoje. Ameacei cortar sua língua.

Ele riu e voltou para junto da esposa lhe dando um beijo delicado e respondendo:

— Está tudo bem. Entendo que a dor falou mais alto naquele momento.

— Com certeza falou.

Nicolas não teve tempo de responder, pois começaram a ouvir os sinos da catedral da cidade badalarem incessantemente, ele se dirigiu para a porta de vidro da sacada, que estava fechada, e começou a olhar para o local, um pouco confuso.

— O que está acontecendo? – Perguntou Micaela.

— Só ouvi esses sinos badalarem em duas ocasiões.

— Quando?

— Na virada do ano.... E quando o Gregory nasceu.

Ele se voltou para Micaela com uma expressão séria no rosto, agora o país todo sabia que seu filho tinha nascido, não que ele não fosse anunciar, mas esperaria sua esposa e seu filho descansarem um pouco. Isso queria dizer que alguém dentro da casa tinha feito o comunicado, e com certeza não tinha sido sua mãe, nem Thomas, nem mesmo seus sogros, eles pediriam sua permissão para fazer isso.

— Tudo bem, Nicolas, deixa para lá. Uma hora iriam saber mesmo.

— Deixar para lá? Ele mal nasceu!

— Eu sei, mas.... Não vamos perder a cabeça por isso, está bem?

— Tem razão. – Disse ele se aproximando dela – Agora vá descansar, você precisa.

— Vai ficar aqui?

— Sim, vou ficar bem aqui.

— Deveria ir dormir também. – Respondeu ela se deitando e puxando as cobertas.

— Eu tenho um livro para terminar, então vou lê-lo enquanto vocês dormem.

— Você é o melhor.

Micaela caiu no sono quase que instantaneamente e Nicolas a cobriu ainda mais, depois foi para o lado do berço ficando mais alguns minutos admirando seu menino dormir tranquilamente, assim como sua mãe.

Ele faria qualquer coisa.... Qualquer coisa pelos dois.

Anos atrás ele não acreditaria que pudesse sentir o que estava sentindo agora, talvez fosse alguém desacreditado de que algo assim pudesse acontecer na sua vida. Desacreditado do amor. Desacreditado da esperança.... Mas ali estava a maior prova de que a vida poderia ser boa sim, a vida poderia dar voltas. No meio de tantas tempestades, sua esposa e seu filho estavam sendo seu bote salva vidas, ou até mesmo uma boia que o impedia de se afundar.... Ou uma âncora que o mantinha firme. Olhando a pureza daquele ser tão pequeno, que agora dependia dele também, Nicolas soube que tinha e que poderia muito bem lutar.... E vencer. Ah, ele venceria!

Só percebeu que ficou muito tempo ali quando seu estômago reclamou de fome, então ele pegou as bolachas e o suco e fez um lanche rápido, depois pegou uma poltrona e a posicionou ao lado da cama, de modo que ficasse perto de Micaela e de Benjamin também. Fechou as cortinas, deixando o ambiente um pouco mais escuro e se sentou com o livro nas mãos. Logo as palavras começaram a se embaralhar e as pálpebras começaram a pesar, ele se ajeitou na poltrona, lutando contra o sono e retomou a leitura. Porém, o sono era um inimigo forte e logo seu corpo relaxou de tal forma que ele acabou deixando o livro cair no chão e a cabeça pender para frente, se deixou ser invadido por uma sensação boa de relaxamento, onde seus pensamentos não eram um turbilhão, era apenas um grande silêncio.

Caiu no sono ali mesmo na poltrona e não viu o resto da manhã passar.

Julgado. Um passado de Nicolas Lambertini - #2Onde histórias criam vida. Descubra agora