"Boa noite, bom dia ou boa tarde, pessoas lindas! Hoje resolvi atualizar o capítulo adiantado, porque amanhã é meu aniversário e não vou ter tempo para atualizar e não queria deixar vocês sem história. Enfim, vamos ao que interessa e boa leitura para todos. Muito obrigada pelas leituras!"
Foram para a empresa e logo que Nicolas passou pela secretária, abriu a porta do escritório e deu de frente com aquela sala cinza. Olhou para a escrivaninha de mogno preta, para a estante cheia de livros, enfeites e fotos ao lado da porta e para a abertura no lado esquerdo que levava à sala de Micaela. Uma certa melancolia o atingiu, mas mesmo assim ele adentrou a sala e deixou a porta entreaberta. Foi em direção a grande janela que ocupava toda a extensão da parece e ficava ao lado da estante e que dava uma bela visão da cidade, ali ele ficou perdido em pensamentos e nem percebeu que Micaela acabara de entrar.
- No que está pensando? - Perguntou ela o tirando do devaneio.
Ele olhou rapidamente para ela e depois novamente para a vista à sua frente, por fim se dirigindo para trás da escrivaninha e se sentando na cadeira de couro preto e ligando o computador, respondeu:
- Nada demais.
- Olha só, quando eu estou triste e falo que não é nada demais, você insiste que eu conte, agora quando é você que está mal, não compartilha nada comigo!
- Você sabe o motivo, Micaela.
Ela se posicionou atrás dele e começou a massagear seus ombros. Sabia mesmo o motivo, mas evitava dizer em voz alta. Em poucos dias seria o aniversário de Nicolas, e naquele mesmo dia seria o aniversário do pai dele. Nicolas sempre ficava um pouco melancólico quando as datas se aproximavam, afinal fazer aniversário na mesma semana que o pai não era para qualquer um. Mas ele já não tinha o pai consigo e comemorar as datas sozinho o deixava um pouco deprimido, pois eles sempre comemoravam juntos. Micaela se esforçava para tentar deixar Nicolas feliz e até conseguia fazê-lo esquecer um pouco.... Apenas um pouco.
- Sim, eu sei. - Respondeu ela - Eu não gosto que fique assim.
- Eu também não gosto de ficar dessa maneira, mas eu não posso evitar. Essa sala, a decoração.... Tudo me faz lembra-lo e-e e-eu só co-consigo imaginar como.... C-como seria s-se ele estivesse aqui. E-ele seria um ó-ótimo avô. Poderia m-me dar conselhos m-me ajudar! Mas ele não está aqui.
-- Nicolas....
- Ali era onde eu ficava. - Interrompeu ele olhando para a atual sala de Micaela - Eu já disse isso?
- Sim, já disse.
- Pois bem. Eu f-ficava ali fazendo as p-planilhas. E-eu podia ver quando ele ficava n-nervoso. E-ele tinha um tique nervoso.... Mexia os dedos sem parar. Eu m-me lembro como se fosse ontem.
Seu olhar se tornou nostálgico, como se visualizasse a cena em sua frente novamente.
- E essa janela.... - Ele se levantou e novamente foi para frente da janela assumindo a mesma posição que o pai fazia - Quantas vezes eu o flagrava pensativo. C-com o olhar p-perdido em a-alguma coisa lá fora. Queria saber o que se passava na cabeça dele.
Micaela não gostava mesmo de vê-lo naquela situação, mas não podia fazer nada. Nunca iria substituir Benício mesmo que quisesse, e ela não queria. Nicolas já superara muita coisa, mas a morte do pai ainda era muito difícil para ele. Ele havia melhorado muito, não podia negar, mas a questão era que não podia exigir que ele simplesmente seguisse em frente e esquecesse o que aconteceu. Ela o entendia.... Ou pelo menos tentava. Não era uma ferida que cicatrizaria da noite para o dia.
Ela se aproximou dele e colocando a mão em seu peito, disse:
- Juro que se eu pudesse eu arrancaria a dor que sente aqui, mas eu não posso fazer nada e espero que me desculpe por isso. Tudo o que posso oferecer é minha presença e meu apoio.
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Julgado. Um passado de Nicolas Lambertini - #2
RomanceQuase quatro anos depois dos acontecimentos que mudaram sua vida, Nicolas Lambertini está mais realizado do que poderia desejar. Ele se esforça para ser um bom rei, empresário e um ótimo filho, irmão, marido e pai. Com o filho quase chegando ele mal...