Capítulo 36

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Pouco tempo depois os biomédicos saíram e os advogados voltaram para a sala de julgamento, mas recomendaram que Nicolas ficasse onde estava, eles dariam um jeito na situação. Depois de alguns minutos voltaram e Tiago foi logo dizendo:

— Conseguimos adiar o julgamento, alegamos que o Nicolas não tinha condições de voltar agora, e ele realmente não tem, então o juiz adiou para daqui uma semana. Temos que trabalhar muito agora.

— E o resultado do exame dele sai quando? – Perguntou Micaela.

— Provavelmente ainda hoje ou mais tardar amanhã.

— Quando o resultado sair, pode me mandar, por favor?

— Claro.

— Senhorita Martin, tem alguns minutos? Preciso falar com a senhorita. – Disse Micaela se referindo a advogada.

— Claro! O que deseja?

— Em particular, por favor.

As duas saíram da sala deixando Thomas e os advogados curiosos com o que Micaela tinha de tão importante para falar.

Minutos depois voltaram para casa e Nicolas foi praticamente carregado até seu quarto, Micaela o ajudou a se acomodar e ele dormiu o resto do dia, acordando somente no finalzinho da tarde. Ele abriu os olhos lentamente e estudou o lugar onde estava, constatou que era seu quarto e que Micaela estava ali também, trocando Benjamin.

Lentamente Nicolas se sentou na cama e disse:

— Esses apagões não estão sendo nada legais.

Micaela, que estava de costas para ele, se sobressaltou e depois o encarou aliviada:

— Que bom que acordou. Já estava ficando preocupada e sua mãe vem aqui de meia em meia hora ver como você está.

— Amor, eu.... Como eu vim para aqui? Meu Deus, o julgamento!

— Relaxa. – Respondeu ela terminando de colocar a roupa no filho e indo na direção de Nicolas – Vai ficar tudo bem.

— O que aconteceu? Eu não lembro de nada!

— Você se declarou culpado.

— O quê?! Eu não acredito nisso! Ferrou!

— Se acalma, os advogados cuidaram de tudo. Sua declaração não foi considerada, todos viram que você não estava bem.

— Eu.... E-eu só lembro de.... De me sentar para depor.

— É, você foi drogado.

— Como?! – Perguntou ele indignado.

— A água, você tomou tudo. Colheram seu sangue para analisar, creio que o resultado sairá amanhã.

Só então Nicolas reparou na pequena fita que tinha no braço, provavelmente tinha levado a picada da agulha ali, não conseguiu raciocinar direito, pois Micaela retomou a palavra:

— Você estava dizendo a verdade.

— O quê? Do que está falando?

— Do dia que a gente brigou. Você disse que não tinha bebido naquela noite que o Inácio veio aqui, e agora sei que é verdade, sei que aquelas garrafas foram plantadas lá.... Me desculpa.

Micaela abaixou a cabeça como se sentisse culpada por não acreditar em Nicolas, e ele percebendo o constrangimento dela, se aproximou e tocou seu queixo, elevando sua cabeça.

— Ei, amor, não se preocupe. Qualquer um teria pensado o mesmo que você. Não se sinta culpada.

— Não vejo a hora de isso tudo acabar.

Julgado. Um passado de Nicolas Lambertini - #2Onde histórias criam vida. Descubra agora