Capítulo 23

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Me olhei no espelho ainda confusa, a casa de Ruby deveria ter pegado fogo está madrugada, talvez fosse hoje, deve ser isto, os dias parecem ser diferente da realidade da série.

Desço as escadas onde vejo Anne arrumada, junto às sobrancelhas não entendendo mais nada:

-Por que você está trocada?

-Irei a escola, tentarei por Marilla, ela ainda está muito brava.

-O que!? -Nao, não, nao, sem escola, apenas depois do incêndio, ela não pode pisar naquele lugar.

-Sim, além do mais que acho que isso pode aliviar um pouco para seu lado também.

-Nao Anne, não precisa fazer isto por mim, fique, não se preocupe, não quero que volte para aquele lugar terrível.

- Sei que não será fácil. -Fala parando o que estava fazendo e me olhando. -Mas irei ver isto como uma aventura a ser travada.

-Mas Anne, não quero ver você triste.

-Nao irei ficar. -Fala no mesmo momento em que Marilla entra no cômodo com o resto do café da manhã, sendo acompanhado por seu irmão.

-Bom dia Merlya, fiquei muito Alegre ao ver que Anne irá com você para a escola hoje.

-Marilla, poderia conversar com você sozinha?

- Como assim? Por que?

-Por favor.- Ela fica um pé atrás mas me segue até a dispensa. - Sei que você quer que Anne va a escola, mas eles irão piorar tudo, claro que irei tentar a proteger, mas não em todos os momentos, isso pode prejudicar ela,e muito.

-Merlya, sei que está preocupada, mas não podemos afirmar nada se nao tentarmos, caso o ruim aconteça, tomarei as devidas providências.

- Eu não...

-Lamento Merlya, mas Anne irá hoje.-Então simplesmente sai me deixando sem chão, o que estava acontecendo?

Saí de la com o olhar atento de Matteu e Anne sobre mim, mas não abri a boca para falar nada, nem Marilla fez isto, apenas comemos em silêncio.

Anne estava meio amuada, ela não queria voltar e não devia, tanto pela diferença na histoira, quanto por saber como a trataram, eu já sofri bulling e acompanhei o sofrimento de Anne também a bastante tempo.

Ao terminarmos, pegamos as nossas coisas e seguimos viagem:

- Olha, não gosto de pensar no que eles fazem com você, mas irei tentar te defender ao máximo. -Digo segurando em sua mao.

-Obrigada, você realmente é especial para mim, muito obrigada mesmo Merlya.-Diz sorrindo. -Sabe, sei que não fui a melhor pessoa tomando aquelas últimas atitudes, só espero que agora as coisas fiquem melhores.

-Acredite eu também desejo isto.

Andamos olhando a natureza quietas, cada uma com seu pensamento, até Anne cortar este silêncio:

-Sabe Merlya, estou me perguntando, la onde você morava, tinha pessoas ruins que falam mal umas das outras?

-Sim Anne, tristemente sim, isso se chama bulling, mas em minha época parece ser até pior do que agora.

- Como assim? Aqui já é horrível, como pode ser pior?

-Simples, la eles zoam você pela sua cor, aparência, deficiência ou simplesmente por não gostarem de você.

-Zoam?

-Sim, sabe, fazem estas brincadeiras de mal gosto.

-Caramba, realmente as coisas devem ser mais complicadas, pensando assim talvez não seja tão ruim, isso mesmo, devo pensar nos pontos positivos.

-Faça isto. -Digo sorrindo. -E principalmente, não ligue para o que os outros achem, ligue apenas para sua opinião e fim.

-Isto ainda é complicado, ja que as minhas opiniões as vezes tambem não são tao boas. -Fala meio rindo.

-Então mudeas, você é linda, perfeita do jeito que é.

-Irei tentar, talvez se eu imaginasse tudo poderia ser mais fácil, acho isso uma esplêndida ideia.

-Pense em outra coisa também, você poderá ver Diana.

-E você acha que minha mente ja não se ocultou com isto? Claro que já, minha amiga do peito, estou com tanta saudade dela.

- Imagino.

Foi ai que vi, já estávamos na frente da escola, o "sinal" ainda não havia batido, então os outros alunos ainda brincavam na parte de fora.

-Não tenha medo, eu estarei com você. -Digo segurando a sua mao.

Assim seguimos a diante, recebendo alguns olhares estranhos, mas foi fofo ver Diana e Anne se abraçando com tanta força, como se nao se vissem a anos.

Guilbert estava de longe a olhando atento, sai meio que na sorrateira é dei um pulo ao seu lado o assustando:

-Concentrado em outra coisa?

-Você aparece do nada assim? -Diz soltando uma risada leve.

-Me desculpe. -Agora fui eu que ri.

-Bem, talvez eu esteja pensando em como me desculpa com Anne.

-Posso lhe dar uma dica?

-Claro, por que não?

-Nao se aproxime agora, ela realmente não está pronta para te desculpar ou ao menos te ouvir, não queremos que outra confusão aconteça não é?

-Claramente não, você está certa, irei ficar separado agora.

-Isto mesmo. -Sorrio me distanciando voltando às meninas que estavam agora olhando para as mesas tentando decidir como sentar.

-Que tal fazermos assim, eu me sento com Anne na frente e você com Ruby atrás.

-Sim, acho que assim irá dar certo.

Foi então que Ruby chega correndo e para um pouco quando vê Anne, mostrando total desconforto:

-O que ouve? -Diana pergunta.

- Eu gostaria de contar uma coisa para vocês, mas deixarei para depois.

-Nao Ruby, fale agora por favor, não sei se depois conseguirei ouvi-la. -Digo não permitindo ela de sair.

-Tudo bem. -Diz suspirando. - Eu queria contar a vocês o que aconteceu ontem.

-Continue.

-Então, logo depois de deixarmos os livros com você eu fui para casa, pensei que minha mãe iria ter saído para encontrar o pastor, mas parece que na hora ele estava ocupado, então teve de ir mais tarde. -Fala respirando a cada momento que pausava.-Então por não ir de tarde, ela me mandou ajudá-la no cozido para o almoço, eu ia fazer ele de noite mas aproveitamos a oportunidade. - Ela fica revezando os olhos por mim e por Diana, nunca por Anne e admito até eu me incomodei com isto.-O prato ficou delicioso, mas adivinhem, esqueci de apagar a brasa e quase coloquei fogo na casa toda!

E foi ai que meus olhos se arregalaram e eu estremeço.

Foi como um baque de entendimento na minha cara.

Ruby deveria ter chegado atrasada em sua casa por conta da entrega dos livros, sua mãe iria falar com o pastor mas por conta de Anne ter se revelado antes, o pastor estava o culpado, então aproveitando as duas estarem juntas, cozinharam algo que deveria ser para o jantar!

A brasa que Ruby deixou ligada deveria ter queimado a casa de noite, nisto Anne poderia ter apagado o fogo, Ruby ir dormir em sua casa e assim virarem amigas, hoje não iria ter aula para reconstruir a casa de Ruby.

Com isso a amizade delas não nasceu, a reunião das histórias não irá acontecer e claro Anne ainda é odiada pelas meninas.

Caramba, caramba, caramba, eu acabei de mudar a história!

De repente em AvonleaOnde histórias criam vida. Descubra agora