Stefan me esperava à porta da cozinha quando eu saí de lá ainda com alguns goles da água com açúcar para tomar.
Mantive o controle enquanto estava entre a Guarda, mas quando estava de volta ao castelo, agarrei a manga de uma funcionária passando por ali quando terminei de subir as escadas que davam para as masmorras. Ela vira como minhas mãos tremiam e me levou à cozinha dos empregados ali naquele mesmo andar, me oferecendo água e uma cadeira onde me sentar até que eu lhe contasse como tinha presenciado uma tentativa de assassinato na noite passada e sobre o suicídio do prisioneiro há apenas alguns minutos.
Os últimos dias me afetaram de uma maneira que eu não imaginava que pudesse me incomodar. Não era como se nunca tivesse presenciado a morte humana, com tantas pessoas morrendo de todo tipo de doença e hipotermia no meu vilarejo, mas talvez a morte provocada, não a causada por algo natural como a velhice ou a doença, talvez me incomodasse de formas que eu ainda precisaria aprender a lidar. Eu iria aprender, porque eu queria isso.
Entrego o copo vazio à mulher quando ela aparece ao meu lado na porta, a mão estendida em pedido silencioso.
— Obrigada.
— Quando quiser conversar, querida, sabe quem chamar.- Assinto, agradecendo outra vez.
A mulher se vai pelo corredor, empurrando um carrinho de produtos de higiene deixados diante da porta da sala de funcionários, meu copo de vidro misturado a frascos de shampoo. Estava outra vez sozinha no corredor com Stefan ainda me observando com preocupação. Quando sinto que ele vai perguntar como vim parar aqui, tento desconversar.
— Como os Cameron estão?
Antes de me responder, Stefan se certifica de que ninguém está por perto e me prende na parede com o próprio corpo, as mãos agarrando minha cintura enquanto me beija com firmeza. Relaxo em seus braços. O toque dele era o remédio perfeito para a minha ansiedade momentânea. Quando passo meus dedos em sua nuca, arranhando a pele, Stefan prende minhas mãos na parede, pressionando mais o próprio corpo contra o meu, e assim, parece que não há um centímetro de espaço entre nós. Liberto minhas mãos, voltando a passá-las por suas costas, de baixo a cima, e as mãos dele se fixam nos meus quadris, arriscando subir até as costelas e na curva dos meus seios quando minhas mãos puxam alguns fios de seu cabelo. Stefan solta um gemido e se afasta, a respiração rápida e coração batendo tão rápido quanto o meu.
— Os Cameron estão na mesma situação que estavam pela manhã, estou mais preocupado com você.- Ele diz assim que recupera o fôlego.- Soube do interrogatório.
— Eu aguento.- Garanto.- É só questão de manter o controle. Tenho que me acostumar com essa vida agora, me dê um tempo e eu vou parar de surtar.
— Quando se sentir mau por algum motivo, não hesite em chamar por mim.- Ele mantém o aperto na minha cintura.- Volto correndo de onde quer que esteja.
— Não acha que está indo muito rápido com essas demonstrações de afeto?- Pergunto-lhe.- Se alguém errado te ouve falar assim, logo, logo vamos ser descobertos.
— Estamos tomando cuidado.- Ele insiste.- Só que não vou deixar de te beijar quando surgir a oportunidade. Quero te beijar desde que chegou aqui, e quanto mais tempo passamos juntos, mais eu me apaixono.
— Pensei que tinha dito que ainda não me amava.
— É, mas isso eu só falei pra não te assustar mais do que você já estava naquela sala de computadores.- Stefan me revela.- Eu não só gosto de você. Estou me apaixonando por você e cada dia que passa me faz ter certeza de o que eu sinto é mais do que apenas paixão passageira ou desejo.
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A Guardiã da Neve
Science FictionEm um futuro distante, uma nova Era do Gelo começou. Neste mundo congelado, os humanos sobreviventes precisaram mudar todo seu estilo de vida. Com menos água líquida disponível e novas porções de terra reveladas, novos países e colônias surgiram. Re...