Essa Agonia

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Manu

Chegamos na porta de casa com o coração apertado e a mente nas pessoas que ficaram lá no postinho.

Eu não sei o que eu sinto pelo Alex nesse momento, eu queria entender o por que dele fazer todo esse circo só pra me ter novamente. Ele não já fez o suficiente comigo? O que ele quer? Me torturar até me matar?

O Bruno sai do carro e abre a porta pra mim sair também.

- Toma cuidado por favor._ ele segura meu rosto me fazendo olhar pra cima.

- Tu é minha vida mina, não faz nenhuma merda jae? Os cara vão fica aqui protegendo a casa até nos voltar. Eu te amo criola, me espera tá bom?._ ele beija minha boca e depois minha testa.

- Eu também te amo Vitor._ ele me solta, vou na janela onde está o Bruninho e o Diogo, abaixo e falo com eles_ por favor, tomem cuidado._ falo olhando prós dois mas segurando a mão do Bruno.

Levanto e entro em casa com a bile presa na garganta, quando eu fecho a portão de casa, escuto o carro sair.

Peço a Deus mais uma vez proteção pra eles e vou para a cozinha.

Estou sem fome mas preciso comer alguma coisa, já estou me sentindo fraca, só comi uma maçã no café e fui pro churrasco achando que ia comer horrores.

Reviro os olhos tristes com as lembranças dos últimos acontecimentos.

Só espero que os meninos voltem em segurança.

Faço um miojo mesmo e ligo a televisão pra tentar me distrair. Não consigo me concentrar em nada que está passando.

Minha cabeça parece um computador lento processando vários arquivos ao mesmo tempo, parece que a qualquer momento minha mente vai bugar.

Como eu queria ter o poder para resolver tudo isso sem que ninguém mais se machuque por minha causa, e sem eu ter que eu precise está de frente com meu pai novamente.

Bufo quando penso na palavra "PAI", ele nunca pode ser chamado desse jeito, não depois que minha mãe faleceu. Alex virou um psicopata, ele não me deixa em paz. Parece doença.

Eu não vou me perdoar se acontecer algo com a Rayssa ou com o Menor. Se isso acontecesse acho que eu mesmo mataria ele. E no final, irá acabar morrendo sufocada pela culpa.

Balanço a cabeça pra esses pensamentos horrendos saírem da minha mente e resolvo perguntar prós vapores se eles já tem alguma notícia para me dá.

Vou na porta de casa e coloco só a cabeça do lado de fora.

- TH, um dos meninos já passou o rádio?_ pergunto para o chefe da contenção de hoje.

- Ninguém falou nada ainda não patroa._ ele responde me encarando.

Aceno com a cabeça triste e entro de volta pra casa.

Essa agonia vai acabar me matando.

Resolvo ir por quarto e tentar dormi um pouco pra ver se a hora passa, mas o sono não vem nem por reza braba.

Fico pensando em tudo o que já me aconteceu até aqui.

E se eu tivesse me entregado a ele? Será que isso tudo não estaria acontecendo agora?

Será que ele quer me mata?

Queria saber o por que disso tudo, dessa guerra toda só pra eu ir embora com ele se ele sempre me odiou. É tudo muito confuso pra mim.

Por que ele não pode simplesmente me deixar ir e sumir da minha vida, seguir a dele em frente e esquecer que eu existo? Por que fazer isso tudo só pra infernizar a minha vida?

Eu tenho tanta raiva, eu nunca queria ter nascido filha desse monstro. Porém por outro lado, eu não ia ter a mãe que eu tive, minha tia, minhas irmãs e meus sobrinhos.

Que droga.

Só queria que isso acabasse e que ele finalmente me deixasse em paz.

Deito na cama e acho que já não tenho mas lágrimas pra chorar, peço a Deus que não deixe o Menor morrer e que a Ray não perca o bebê e fico lá parada olhando pro teto apenas existindo.

...

Já passa das 18h da tarde e nada de notícias até agora.

Meu celular eu perdi na hora do desespero, então não tenho nem como ligar pra alguém, ou manda uma mensagem, já estou ficando louca aqui sem saber o que está acontecendo lá fora.

Pelo menos não ouvi um tudo de que, e também não sei se isso é bom ou ruim.

Alex dele ter alguém que realmente conhece esse morro, porque os meninos que foram nascido e criados aqui, não consegue achar ele de jeito nenhum, como pode isso?

Reviro meus olhos tentando não pensar mais nele e viro de lado fechando meus olhos mesmo sem conseguir dormi.

...

10 minutos depois escuto um barulho na porta e eu abro os olhos na mesma hora com a respiração ofegante e o coração acelerado.

Acho que o VT chegou.

Levanto da cama num pulo e corro em direção a escada. Porém meus pés congelam assim que paro na ponta.

Quero corre pra me esconder mas meu corpo não me obedece, meu coração bate tão acelerado, que parece que vai rasgar o meu peito.

Eu não acredito no que meus olhos vêem.

Ele está aqui. Porra ele está aqui.

Na minha frente.

O Alex.

Meu pai.

Eu não acredito.

- Ele me achou!._ sussurro pra mim mesmo com desespero e sem conseguir respirar direito.

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