Agonia

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Maratona capítulos finais 2/5

Manu

Acordo com meu coração batendo muito forte, como se fosse rasgar o meu peito ao meio.

Olho para o lado e o Vitor não está mais lá.

Pego meu celular do criado mudo já desesperada para ver a hora e são 18:30 da noite.

Ligo pra ele pedindo mentalmente para que ele me atenda, mas o celular dele toca no criado mudo do lado onde ele dorme.

Minha respiração começa a ficar ofegante, e meu coração já está a mil por hora.

Não acredito que ele foi hoje depois de me prometer que não iria.

Eu não posso perder o meu amor meu Deus, não posso.

Pego meu celular e ligo pro MB e ele me atende no segundo toque.

- MB pelo amor de Deus, me deixa falar com o Vitor._ suplico assim que ele me atende.

- Qual foi? eu estou de folga hoje, mas fala, o que ta acontecendo?_ ele pergunta sem entender nada.

- Ué, você não foi com ele?_ me desespero mais ainda.

O que o Vitor foi fazer meu Deus?

- Como assim mirmã, me explica isso direito._ ele fica preocupado e desliga o celular assim que conto tudo o que o Vitor me falou antes de ir.

Ele disse que não estava sabendo de nada e que ia da um jeito de se comunicar com ele.

Fico ainda mais preocupa por ele não ter contado nada disso para o MB que é o braço direito dele para tudo.

Será que ele foi sozinho? Isso seria suicídio.

Ligo pro Bruno e ele não me atende. Ligo mais quatro vezes e cai na caixa postal.

Eles estão juntos.

Coloco uma roupa qualquer e desço a escada correndo desesperada.

Saio no portão de casa já chorando e não reconheço os vapores que esta na contenção, eles são outros, eu não conheço ninguém que está aqui.

- Cadê o Merro?_ pergunto descontroladamente.

- Saiu em missão patroa._ um dos vapores me responde.

Eu me abaixo na calçada e começo a chorar mais ainda.

- Meu Deus proteja eles por favor, traz eles em segurança para casa._ peço de olhos fechados e com muito medo de não ver mais nenhum eles.

Escuto um barulho de moto que me tira dos meus lamentos, levanto a cabeça e vejo o MB com a cara fechada estacionando a moto e eu vou correndo em direção a ele desesperada.

- Ele foi embora Matheus, ele foi atrás do Naldinho._ abraço ele e choro sem parar.

- Porra, esse filho da puta não me falou nada caralho, fez tudo pelas minhas costas._ ele fala nervoso e preocupado.

Ele pede pra mim subir na garupa e me leva pra boca junto com ele.

Chegamos lá e o Menor e o 2D já estão lá com o radinho na mão e com uns papéis em cima da mesa do Vitor.

- Quem está com ele?_ pergunto olhando pra cara deles de preocupação.

- Dioguinho, Merro, Bruninho, Oscar e os melhores atiradores do morro._ Menor fala coçando a cabeça.

Meu coração bate tão forte que me sinto tonta, minha cabeça começa a gira e eu começo a perder as forças na perna.

- E se ele não..._ não consigo nem terminar a frase.

Começo a chorar descontroladamente de novo.

Por quê foi tudo tão escondido assim? Será que ele já foi na intenção de não voltar mais?

E se o Naldinho já souber da invasão, e tiver uma emboscada armada pro VT e os meninos lá?

Não posso perde ele, não dá.

- Ei irmã , os cria são treinados, meu irmão é foda trocando, ele sabe se defender caralho, isso faz parte do nosso estilo de vida, agora só temos que pedir proteção e esperar. Também tô puto que ele não me chamou, mas agora vou tem que aguardar, não tem jeito, nos nem sabe o plano deles, mas sei que eles tem um._ MB tenta me acalmar.

- Ele não te chamou porque ele sabe que é suicídio, a favela do Naldinho é muito protegida você sabe MB, tinha que planejar tudo bem planejado porque nos ainda não podíamos contra ele você sabe._ soluço entre o choro e as palavras_ ele sabe que talvez ele não volte, e tem que ter alguém aqui pra cuidar de tudo._ choro me agachando mas ele me segura e me senta no sofá.

- Vamo esperar notícias caralho, vai dá tudo certo, confio nos meus crias, o Oscar é muito foda em estratégias, eles devem ter um bom plano, eles não ia entra lá de cara limpa._ ele diz segurando o meu rosto._ fica calma porra._ eu balanço a cabeça pra ele tentando engolir o choro.

Espero que ele tenha razão, não aguento com essa agonia toda, não sei o que vai ser de mim sem o Vitor, eu não sei mais viver sem ele.

Senhor, protege o meu amor.

...

As horas passam e nada de noticias, nada deles chegarem, nada de alguém passa o rádio, e eu já comi todas as minhas unhas.

A agonia só aumenta e o coração cada vez mais parece que vai sair pela boca, não consigo dormi, não consigo pensar em nada além desses meninos em confronto.

Fico andando de um lado para o outro, e do nada o Menor chega me dando o maior susto.

- Qual foi cria? Não vou fica aqui nessa agonia parado não, tô indo ajuda o chefe._ ele fala já todo equipado com o fuzil atravessado nas costas, e o colete completo com granadas, pistolas e munição.

- Porra viado, tu acabou de toma um tiro caralho._ MB fala encarando ele nervoso.

- Mas eu tô vivo porra, o que não me mata me deixa mais forte._ ele responde firme e decido.

MB me olha preocupado, e eu sei o quanto ele quer ir ajuda os meninos, mas ele também sabe que pode não conhecer o Filho se for.

- Não MB._ choro o encarando.

- Nos é família, não tem jeito._ diz ele me olhando e eu coloco a mão entre o rosto e choro mais ainda_ 2D atividade, fica de olho na minha irmã aqui._ MB fala com um dos seguranças e depois me encara de novo_ eu vou trazer eles de volta, pode confiar._ é a ultima coisa que ele diz antes de sair voado da boca, e eu sento no sofazinho com as mãos na cabeça desolada.

Não quero nem pensar no que pode acontecer naquele morro, não sei o que espera disso tudo e tenho medo até de pensar, pois só me vem o pior na mente.

Eu não queria quer nenhuma das minhas amiga sentisse esse medo e essa angústia, mas eu também sabia que eles não ia abandonar os amigos deles nesse momento.

Porém, eu confio mais em todos eles juntos, ninguém vai deixar o outro pra traz, e se um cair, o outro vem e levanta, disso eu tenho certeza.

Agora, eu só peço a Deus para trazer TODOS eles em segurança.

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