Teatro

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Manu

Com muita dor no meu coração eu deixo os três lá no quarto devastados.

Só tenho tristeza dentro do peito, tanta coisa acontecendo ao menos tempo.

Menor em coma, Rayssa, minha e melhor amiga grávida sedada pra não perde o bebê, minha irmã desesperada, meu sobrinho sozinho com esses monstros e meus amigos tristes.

Espero do fundo do meu coração que eles me perdoem e que eles não me esqueçam, por que se eles não vieram por mim, é o fim.

...

Alex me joga dentro do carro na parte de trás feito um saco de lixo e vai para o banco da frente.

- Vamos direto pra cabana, ninguém vai seguir a gente._Alex da as ordens.

- Melhor nos ir pro morro primeiro pra não ter suspeita._ o motorista fala encarando ele e Alex olha pra mim e da um sorriso.

Monstro!

- Olha pra cara dela, ver se tem alguma esperança nos olhos dela._ ele fala se divertindo com o meu sofrimento, e depois volta olhar pra frente_ ninguém vai nos seguir, eles não vão dá mole de fazer uma besteira dessa._ ele dá uma risada e o cara concorda dando partida.

...

Já no pé do morro, os vapores para na nossa frente com as armas apontadas em direção ao carro.

Alex e seus capangas se assustam, e ficam parado com a mão na pistola encarando os meninos preocupado.

Um dos vapores com o radinho na mão manda deixar a gente passar e o motorista arranca com o carro.

Olho para fora da janela e o choro começa a sufocar a garganta. Eu vou sentir falta desse lugar, da pessoas que eu conheci, dos momentos bons e ruim.

Deixo uma lágrima solitária cair do meus rosto, mas rapidamente passo o dorso da mão para limpar.

Olho de rabo de olho para o Alex e ele está encontrado no bando despreocupado como se tivesse indo sair de férias.

Senhor, me proteja pra onde quer que eu vá.

Quando nós nos afastamos o suficiente do morro, atrás de nós aparece dois carro e um também na nossa frente e eu tomo um susto.

- O que é isso?_ eu falo assustada.

- Relaxa minha filha, é a nossa segurança garantindo que se seu namoradinho tentar alguma gracinha, nós estaremos preparados._ Alex me olha pelo retrovisor.

Eles planejaram tudo.

Não entendo como o Naldinho, um grande traficante, está ajudando essa obsessão absurda do Alex.

...

Seguimos uma estrada de terra que nunca vi na minha vida, tudo muito estranho, deserto, só se ver mato para todos os lados.

Porém, no fundo de todo aquele mato, avistamos um morro que o motorista do carro a frente corta caminho e pega uma outra estrada quase invisível, contorna o morro e ao longe aparece uma sombra de uma cabana assustadora, tipo desses filmes de terror.

Um calafrio percorrer toda a minha espinha e o medo do que eles vão fazer comigo começa a rodear o meus cérebro.

Quero perguntar sobre meu sobrinho, mas tenho tanto medo de ouvir a resposta, que prefiro esperar um pouco, vai que ele está aí dentro.

...

Nós paramos na entrada da cabana, e já tem dois caras armados na porta esperando nós nos aproximar.

Alex e o homem que veio dirigindo sai do carro, fala alguma coisa com os caras e vem abri a porta pra mim.

- Vem filhinha, chegamos na nossa moradia temporária._ ele me puxa forte pelo braço e me tira de dentro do carro.

Olho para a cara dos seguranças na porta e eles me olham de cima a baixo com cara de desejo que me dá nojo.

Entro toda atrapalhada já que estou sendo puxada pelo um bruta monte.

Ele me leva pra um quarto com uma cama no canto, uma mesa e uma cadeira no outro canto, uma sapateira velha e só.

O lugar é sujo e fede a casa velha.

- Fica aí filha, já já trago algo pra você comer, não faça nada pra magoar o papai tá bom?._ eles diz sorrindo e depois sai do quarto.

Esse teatro do Alex já está começando a me irritar.

Ele não fica me chamando de filha assim, ele só me esculachava, ele me xingava de tudo quanto é nome, esse cara me odeia.

E eu fico me perguntando pra que tudo isso? Onde ele quer chegar com isso? Ou ele ficou maluco de vez?

- Cadê o Davi? Eu quero saber se ele está bem._ pergunto me tremendo.

- Ele está bem._ Alex responde sem dá muita importância para a minha pergunta.

- Onde ele está?_ continuo o meu interrogatório.

- Na hora certa você vai saber, não se preocupa._ ele vira as costas e bate a porta na minha cara.

- ALEX, ALEX. NÃO ME DEIXA AQUI, PRECISO SABER SE ELE ESTÁ BEM, SEU MONSTRO DOENTE ME TIRA DAQUI._ grito descontroladamente.

Preciso saber do meu sobrinho, meu bebê, tão pequenininho, longe de todos que ele conhece.

Meu coração dói tanto só de pensar nele com medo, com fome, trancado em algum lugar imundo desses.

Choro rios me deitando na cama.

Infelizmente vou ter que esperar, não sei o que vai acontecer, o que vão fazer comigo, quando tempo vou ficar aqui, e nem se um dia eu vou consegui me livra disso.

Fico um momento deitada tentando me acalmar, mas minha mente não me das folga.

Acho que nem tão cedo eu vou conseguir dormi de novamente.

Será que alguém vai vim me buscar?

E se eles esquecerem de mim? Eu não tenho mais ninguém por mim, só eles. Mas será que eles vão querer se meter nesse problema que já trouxe tanto sofrimento para eles?

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