Capítulo 11

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   Fechei a porta do carro e sai em direção ao bar do Luke indo ao encontro de Bruce. O bar estava cheio já que dá mais movimento à noite. Bruce estava sentado numa mesa mais afastada no fundo do bar. Me aproximo indo em sua direção e o vejo ascendendo um charuto e tomando whisky.

— Ficou vaidoso agora? Não sabia que levava uma hora para se arrumar. — Bruce debocha, sorrindo de lado.

   Me sento de frente para Bruce e logo mais Luke se aproxima trazendo uma garrafa de whisky e mais um copo. 

 — Peguei um engarrafamento. Cada vez mais, as ruas estão cheias de carros. — Digo, revirando os olhos.

— Eu ia te ligar. Mas com a merda que fizeram no meu cassino a polícia iria descobrir alguma coisa. — Bruce diz, erguendo as sobrancelhas. 

 — Eles grampearam seu celular? — Questiono, surpreso.

   Luke me cumprimenta assim que termina de colocar whisky no meu copo e quebra o silêncio.

— Se não fosse pela minha ajuda, Bruce teria entrado em cana. — Luke fala, apenas.

— Eu devo tudo a esse cara! — Bruce afirma, levantando o braço com o copo de whisky na mão como se estivesse brindando. 

 — É bom saber que as coisas estão dando certo, Bruce. — Digo, tomando um gole de whisky.— Bom, preciso voltar ao trabalho. Qualquer coisa é só me chamarem. — Luke fala, dando de ombros sumindo no meio da multidão.

— Mas então, como está Diana? — Bruce questiona, intrigado. 

— Bem melhor! Eu ainda estou fazendo os curativos. Mas está melhor que antes. — Digo, desviando os olhos para o nada. 

— Não sabia que era um benfeitor, Declan Harp. — Bruce brinca, erguendo as sobrancelhas.Sorrio de lado abaixando a cabeça e depois olho para Bruce novamente.

— Nem eu. — Sorrio, meio desajeitado. — Eu não podia deixá-la do jeito que estava. Ainda mais amarrada naquele depósito. 

— Tem razão! E quando ela estiver boa, você a levará para casa? — Bruce pergunta, franzindo o cenho. 

— Eu tentei fazer isso, Bruce. Mas ela se recusou a descer do carro e eu perdi a paciência. Quase disse que eu conhecia o pai dela. E aí dois homens surgiram. Um atrás de mim e outro atrás dela, apontando a arma na cabeça de Diana. — Bruce me interrompe, apagando o charuto.

— Porquê eles queriam logo a Diana? — Ele pergunta, intrigado. 

— Eu vi as tatuagens, Bruce. Eles trabalham para o Chinês. Eu matei o cara que espancou a Diana, um tal de Ivan. Ele me disse que o Chinês a queria para se vingar da morte da esposa. E adivinha só? Foi o Charlie quem a matou. — Explico, calmamente balançando a cabeça.

   Bruce me olha com receio e franze as sobrancelhas sem acreditar no que acaba de ouvir. 

— Charlie matou a mulher do Chinês? Mas por qual motivo? — Ele questiona, surpreso arregalando os olhos.

— Eu, não sei. Eu, não sei. Mas eu não posso levá-la por agora, Bruce. O pai dela é um bandido e não é bom envolvê-la nisso. — Digo, pegando em meus devaneios.

— E também nem em seus negócios... — Bruce diz, fazendo uma breve pausa. — Não me leve a mal, Declan. Mas essa garota está te fazendo bem. Você não é mais aquele grosso de sempre.

   Sorrio de lado e assinto com a cabeça erguendo o cenho.

— É mesmo? Qual é, Bruce. A garota tá na minha casa. Eu não vou ser rude com ela. — Digo, apenas.

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