Capítulo 38

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   Seus olhos me olham totalmente espantados sem reação alguma. De falar. De agir. Kalel se aproxima sem tirar seus olhos dos meus e joga o capacete sob o sofá tirando a blusa de frio em seguida.

— Há quanto tempo está aqui? — Kalel questiona, surpreso e franze as sobrancelhas.

— Há uma hora! Ed me disse que você foi levar a Vicky para a consulta médica. Então, eu resolvi esperar você chegar. — Respondo, sorrindo em linha reta.

   Kalel passa as mãos pelos cabelos e olha para o chão cabisbaixo por algum tempo e depois volta a me olhar uma outra vez.

— Foi o Ed quem te contou? — Kalel questiona, erguendo o cenho.

   Apoio as mãos nas pernas e me sento ao lado de Kalel e assinto com a cabeça.

— É. Foi ele sim! — Digo, apenas e sorrio olhando em seus olhos. — Estou muito feliz por vocês dois. Mas confesso que não imagina logo você e a Vicky juntos. Isso é hilário!

— Ninguém imaginava! — Kalel brinca, sorrindo e balança a cabeça. — Eu vou ser papai!

— Isso é uma coisa que sempre você quis ser, Kalel. Nunca me esqueço! Mas e aí, como estão os preparativos do casamento? Onde vocês irão morar? 

— Não vai ter casamento, Diana! — Ele diz, suspirando fundo. — Vicky e eu, decidimos que seremos muito unidos em relação ao nosso filho. Eu vou assumir o papel de pai, mas não vamos morar juntos. Na verdade, ela que conversou comigo e então eu concordei.

— Se fosse no tempo de nossos pais, eles jamais aceitariam! — Afirmo, sorrindo logo depois.

   Kalel apenas me lança o mesmo olhar como sempre fazia e sorri balançando a cabeça.

— Estou feliz, que esteja de volta. Mas por onde andou? Porque não mandou notícia, mocinha?

— É uma longa história. Mas eu prometo que te contarei... — Digo, fazendo uma breve pausa. —  Kalel, eu vim porque preciso muito da sua ajuda. Preciso que me leve para a empresa agora. Franklin me deu a péssima notícia que o FBI vai fazer uma revista em todos os lugares. Não posso deixar que a fábrica da família afunde, pelas merdas que meu pai fez.

— E como pretende fazer isso? — Kalel questiona, se levantando do sofá.

   Ele caminha em direção ao barzinho e eu faço o mesmo, me levantando do sofá e me aproximo em seguida cruzando os braços e escoro na parede.

 — Simples... Você me leva até a fábrica e eu pego todos os históricos, as transações que meu pai fez, colocando o tráfico nos negócios da empresa...

— Você pirou? Diana, se nos flagra, estaremos na corda bamba! O FBI vai exigir as câmeras e só vai piorar a situação. — Kalel me interrompe, irritado.

   Ele abre uma garrafa de tequila e coloca um pouco no copo virando a bebida à goela abaixo, colocando mais um pouco do líquido no copo. Caminho em sua direção e antes que Kalel virasse o coo, eu tomo de sua mão e olho em seus olhos, tomando um gole cheio da tequila.

— Relaxa, ok? Eu conheço todas as entradas e saídas daquele lugar. Afinal, eu sou a herdeira de tudo aquilo, Kalel. Apesar, de eu ter o conhecimento nas ações e sobre economia, nunca foi meu interesse, em administrar a empresa da família. — Digo, balançando a cabeça.

— Como se eu não a conhecesse bem... Olha, eu vou te ajudar. Mas não nos meta em encrenca mocinha! — Kalel me repreende, com os olhos.

— Eu já disse. Não esquenta, tá? É como nos velhos tempos. — Digo, relembrando de tudo que eu e Kalel fizemos no passado. Ele balança a cabeça e sorri. — Vai ser divertido.

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