Capítulo 47

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Diana

   O que Declan acreditar que eu fui para cama com Kalel? Isso nunca aconteceu porque foi com Declan que eu perdi a minha virgindade. Aquele beijo foi uma coisa de momento. E mesmo que Kalel e eu, tenhamos nos beijados, nada muda pelo que sinto por Declan. É ele quem eu amo e sempre será ele. 

   O sol já estava se pondo e a noite só estava começando. Não consegui dormir a viagem toda e nem ao menos, Declan não me disse para onde estamos indo. Ele parece tão cansado, mas não se dar por vencido. As veias de seus braços estão agitadas quase saltando para fora e Declan continua a dirigir como se nada mais importasse.

   O vento chicoteia meus cabelos e faz com que meus olhos se fechem por um momento. Eu os esfrego, abrindo-os novamente e logo a frente, avisto um outdoor velho apenas com algumas luzes vermelhas piscando. Aponto o dedo para aquela direção e desvio os olhos para Declan.

— Há um motel bem ali. É melhor pararmos e descansarmos um pouco, Declan. — Digo, engolindo em seco.

   Declan me olha de lado e novamente volta a olhar para a estrada balançando a cabeça.

— Não será necessário. Eu estou bem. — Ele diz, apenas recusando a minha proposta.

— Esconder a verdade, não vai resolver em nada. E eu sei que você está cansado. Vamos parar e descansar! — Afirmo, repreendendo-o com os olhos e ergo as sobrancelhas.

   Declan percebe que a última voz é a minha e por fim, ele muda de ideia virando a direita seguindo em direção ao motel que parece não ter movimento nenhum.

   Enquanto ele pedia um quarto para nós dois, eu o aguardava do lado de fora da recepção. O lugar não era tão movimentado como os motéis da cidade, mas dava para descansarmos um pouco. Foi construído todo com madeira, mas o tempo judiou do lugar. Ainda há chances de recuperar muitas coisas, fazer uma reforma no jardim, mas ainda está conservado.

   Finalmente, Declan sai da recepção e caminha pelo corredor. Ele pega nossas mochilas e andamos um lado do outro até chegarmos no quarto em que alugou. Ele destranca a porta e abre, onde cheira a naftalina. É como cheiro de casa velha quando eu visitava os meus avós.

   Ando pelo quarto e vejo Declan colocar nossas mochilas sob a mesa. Desvio meu olhar e dou de ombros indo até o banheiro. Abro o armarinho na tentativa de achar algo para limpar o ferimento da mão de Declan, mas é em vão. Não há nada.

   Volto para o quarto e ele está sentado sob a mesa sem camisa. Deixando seu peitoral a mostra. A luz do lado de fora reflete o seu lado direito e eu me aproximo andando em sua direção, enquanto Declan toma um gole de whisky. Nos entreolhamos por um momento e eu pego a camisa que ele deixou sob a cadeira e pego a garrafa de whisky de sua mão, umedecendo o tecido escuro e suado que minutos atrás, escondia seus belos músculos.

   Deixo a garrafa sob a mesa e pego sua mão direita e então começo a limpar o sangue que já havia secado. Declan esquiva sua mão, mas eu a puxo de volta para mim, tirando a sujeira.

— Porquê está fazendo isso? — Ele pergunta, depositando aquele mesmo olhar de sempre.

   Mantenho meus olhos atentos na mão que está machucada apenas me concentrando no ferimento e molho os lábios.

— Porque sozinho, você não conseguiria se cuidar. — Digo, convicta desviando meus olhos para os seus.

   Declan tira delicadamente a minha mão da sua e enlaça sua mão esquerda na minha cintura me puxando para mais perto dele. Penetro meus olhos nos seus e ele faz o mesmo acariciando meu rosto com a mão machucada.

Tarde DemaisOnde histórias criam vida. Descubra agora